Follow @luaem_escorpiao

sábado, 31 de agosto de 2013

Mitos e verdades sobre o Conde de Saint-Germain (8ª parte)

Continuamos com a tradução (adaptada) do texto “O Conde deSt. Germain” de David Pratt.

10. Os escritos de Saint-Germain

Sobre os escritos de Saint-Germain, HPB escreve:

“O Conde de Saint-Germain deixou nas mãos deste Maçon [um homem que vivia em Londres e que tinha  falecido nos primeiros meses de 1889] alguns documentos com a história da Maçonaria, contendo a chave para vários mistérios mal entendidos. Ele fê-lo com a condição que estes documentos se tornassem a herança secreta de todos os descendentes dos cabalistas que se tornassem maçons. Estes documentos contudo eram valiosos apenas para dois maçons, o pai e o filho que havia morrido e não terão qualquer utilidade para mais alguém na Europa. Antes da sua morte, estes preciosos documentos foram deixados a um oriental (hindu) que foi encarregue de transmiti-los a uma certa pessoa que viria a Amritsar, Cidade da imortalidade, para reclamá-los.”

De acordo com Blavatsky, uma cópia única dos manuscritos do Vaticano sobre a Cabala diz-se ter estado na posse de Saint-Germain. Diz ela que o pergaminho contém a mais completa exposição de como as inteligências superiores – que foram mais tarde coletivamente transformadas num Deus criador – formaram um universo orgânico e inclui ainda os pontos de vista dos Luciferianos e outros Gnósticos. Ela acrescenta que os “sete sóis da vida” (logoi solares, dhyani-chohans)  - apenas quatro dos quais são mencionados nas edições públicas da Cabala - são referidos na ordem em que se encontram na doutrina Hindu do sapta-surya (“sete sóis”), indicando que os ensinamentos tiveram origem na “Doutrina Secreta dos Arianos”.

A autoria do notável trabalho “A santíssima Trinosofia” é algo controverso. Foi alegadamente escrito pelo Conde de Saint-Germain ou pelo Conde Alessandro di Cagliostro. O manuscrito de 96 páginas está na posse da biblioteca francesa em Troyes. É um manuscrito, a maior parte do qual em francês e também contém letras, palavras e frases em várias outras línguas, além de imagens semelhantes a hieróglifos egípcios, algumas palavras em carateres que se assemelham à escrita cuneiforme e várias páginas que terminam em códigos. A sua prosa poética está cheia de símbolos maçónicos e cabalísticos, assim como os desenhos com que está ricamente ilustrado. A obra trata de forma velada e alegórica os mistérios da iniciação.

Capa (retirado de bibliodyssey.blogpot.com)

A primeira folha do manuscrito contém uma nota dizendo que pertenceu ao famoso Cagliostro e que foi encontrado por Massena em Roma.  Uma nota assinada por um filósofo que se auto-designa por “Philotaume I .A.C” diz que é uma cópia única de uma obra de Saint-Germain. Manly Hall acredita que foi de facto escrita por Saint-Germain e que foi apreendida pela Inquisição quando Cagliostro foi preso em Roma em 1789. Jean Overton Fuller, por outro lado, sugere que foi escrita por Cagliostro quando ele esteve encarcerado no Castelo de Sant’Angelo.

Ilustração da 12ª e última parte


11. Neoteosofia

A tradição neoteosófica de Annie Besant e Charles Leadbeater mostra várias e fundamentais diferenças quando comparada com os ensinamentos teosóficos apresentados por H.P. Blavatsky e os mahatmas, e outros instrutores teosóficos como William Quan Judge e Gottfried de Purucker. Existem poucas pessoas hoje que pensam que não existiu auto-ilusão envolvida na clarividência de Besant e Leadbeater, por exemplo nas descrições de vidas passadas deles próprios e dos seus colaboradores, dos seus encontros com os mahatmas, das suas experiências iniciáticas no plano astral, e das suas descrições de habitantes de outros planetas no nosso sistema solar.

Este quadro, de autor desconhecido, supostamente
mostra Blavatsky e os seus três "mestres" (Kuthumi,
Morya e Saint-Germain. Contudo Blavatsky nunca se referiu
nos seus escritos ao "Mestre Saint-Germain" ou "Mestre
Rákóczy" e nunca chamou a Saint-Germain seu mestre.

Ambos identificam o Conde de Saint-Germain como o Mestre Ráckózy, ou O Conde, que hoje vive num castelo na Europa Oriental. Baseando-se nas suas faculdades de clarividência/fantasias, Leadbeater lista a lista de encarnações do Conde: ele foi Francis Bacon no séc. XVII, Roberto, o Monge no séc. XVI (existe alguém com o mesmo nome, conhecido por ter sido um cronista na Primeira Cruzada, mas viveu no séc. XII), Hunyadi Janos (um general e Governador-Regente do Reino da Hungria) no séc. XV, Christian Rosenkreuz no séc. XIV (as vidas de Hunyadi Janos e Rosencreuz provavelmente sobrepõem-se no tempo) e Roger Bacon no séc. XIII. Antes disso, ele terá supostamente sido o neoplatónico Proclo e antes ainda Santo Albano. Leadbeater alegou ter conhecido O Conde em carne e osso em Roma, descrevendo os seus modos e aspeto.

Diz-se na neoteosofia que o Mestre Ráckózy é um dos mestres responsável pelos “sete raios”, sendo os outros Kuthumi, Morya, Jesus, Hilarion, Serapis e o Veneziano. Ele é supostamente o responsável pelo sétimo raio (associado à magia cerimonial e à ordem).

"Mestre Ascenso Saint-Germain"


A paranóia dos “Mestres Ascensos” merece apenas uma breve referência. Em 1930, Guy Ballard (1878-1939), afirmava ter conhecido “o mestre ascenso” Saint-Germain no Monte Shasta. Ele supostamente levou Ballard e a sua esposa a uma convenção de Venusianos no Grand Teton [NT:parque nacional norte-americano]. Ballard fundou o grupo “I AM” e ele, sua mulher e seu filho tornaram-se nos “únicos mensageiros acreditados” e publicaram muitas mensagens canalizadas dele. Hoje em dia, numerosos canais e cultos afirmam receber mensagens de Saint-Germain e de outros mestres ascensos, que normalmente vivem nos reinos superiores. Muitos produtos relacionados estão disponíveis para venda, como um marcador de livros de seda infundido com a energia de Saint-Germain e vários sprays e essências para facilitar a ascensão para dimensões superiores e comunicar com Saint-Germain. Agradecem-se donativos…

"Mestre Ascenso Saint-Germain"
com um penteado diferente



Continua na próxima semana…

Sem comentários:

Enviar um comentário