Continuamos com a tradução (adaptada) do texto “O Conde deSt. Germain” de David Pratt.
10. Os escritos de Saint-Germain
Sobre os escritos de Saint-Germain, HPB escreve:
“O Conde de Saint-Germain deixou nas mãos deste Maçon [um
homem que vivia em Londres e que tinha
falecido nos primeiros meses de 1889] alguns documentos com a história
da Maçonaria, contendo a chave para vários mistérios mal entendidos. Ele fê-lo
com a condição que estes documentos se tornassem a herança secreta de todos os
descendentes dos cabalistas que se tornassem maçons. Estes documentos contudo
eram valiosos apenas para dois maçons, o pai e o filho que havia morrido e não
terão qualquer utilidade para mais alguém na Europa. Antes da sua morte, estes
preciosos documentos foram deixados a um oriental (hindu) que foi encarregue de
transmiti-los a uma certa pessoa que viria a Amritsar, Cidade da imortalidade,
para reclamá-los.”
De acordo com Blavatsky, uma cópia única dos manuscritos do
Vaticano sobre a Cabala diz-se ter estado na posse de Saint-Germain. Diz ela
que o pergaminho contém a mais completa exposição de como as inteligências
superiores – que foram mais tarde coletivamente transformadas num Deus criador
– formaram um universo orgânico e inclui ainda os pontos de vista dos
Luciferianos e outros Gnósticos. Ela acrescenta que os “sete sóis da vida”
(logoi solares, dhyani-chohans) - apenas
quatro dos quais são mencionados nas edições públicas da Cabala - são referidos
na ordem em que se encontram na doutrina Hindu do sapta-surya (“sete sóis”),
indicando que os ensinamentos tiveram origem na “Doutrina Secreta dos Arianos”.
A autoria do notável trabalho “A santíssima Trinosofia” é
algo controverso. Foi alegadamente escrito pelo Conde de Saint-Germain ou pelo
Conde Alessandro di Cagliostro. O manuscrito de 96 páginas está na posse da
biblioteca francesa em Troyes. É um manuscrito, a maior parte do qual em
francês e também contém letras, palavras e frases em várias outras línguas,
além de imagens semelhantes a hieróglifos egípcios, algumas palavras em
carateres que se assemelham à escrita cuneiforme e várias páginas que terminam
em códigos. A sua prosa poética está cheia de símbolos maçónicos e
cabalísticos, assim como os desenhos com que está ricamente ilustrado. A obra
trata de forma velada e alegórica os mistérios da iniciação.
Capa (retirado de bibliodyssey.blogpot.com) |
A primeira folha do manuscrito contém uma nota dizendo que
pertenceu ao famoso Cagliostro e que foi encontrado por Massena em Roma. Uma nota assinada por um filósofo que se
auto-designa por “Philotaume I .A.C” diz que é uma cópia única de uma obra de
Saint-Germain. Manly Hall acredita que foi de facto escrita por Saint-Germain e
que foi apreendida pela Inquisição quando Cagliostro foi preso em Roma em 1789.
Jean Overton Fuller, por outro lado, sugere que foi escrita por Cagliostro
quando ele esteve encarcerado no Castelo de Sant’Angelo.
Ilustração da 12ª e última parte |
11. Neoteosofia
A tradição neoteosófica de Annie Besant e Charles Leadbeater
mostra várias e fundamentais diferenças quando comparada com os ensinamentos
teosóficos apresentados por H.P. Blavatsky e os mahatmas, e outros instrutores
teosóficos como William Quan Judge e Gottfried de Purucker. Existem poucas
pessoas hoje que pensam que não existiu auto-ilusão envolvida na clarividência
de Besant e Leadbeater, por exemplo nas descrições de vidas passadas deles
próprios e dos seus colaboradores, dos seus encontros com os mahatmas, das suas
experiências iniciáticas no plano astral, e das suas descrições de habitantes
de outros planetas no nosso sistema solar.
Ambos identificam o Conde de Saint-Germain como o Mestre
Ráckózy, ou O Conde, que hoje vive num castelo na Europa Oriental. Baseando-se
nas suas faculdades de clarividência/fantasias, Leadbeater lista a lista de
encarnações do Conde: ele foi Francis Bacon no séc. XVII, Roberto, o Monge no
séc. XVI (existe alguém com o mesmo nome, conhecido por ter sido um cronista na
Primeira Cruzada, mas viveu no séc. XII), Hunyadi Janos (um general e
Governador-Regente do Reino da Hungria) no séc. XV, Christian Rosenkreuz no
séc. XIV (as vidas de Hunyadi Janos e Rosencreuz provavelmente sobrepõem-se no
tempo) e Roger Bacon no séc. XIII. Antes disso, ele terá supostamente sido o
neoplatónico Proclo e antes ainda Santo Albano. Leadbeater alegou ter conhecido
O Conde em carne e osso em Roma, descrevendo os seus modos e aspeto.
Diz-se na neoteosofia que o Mestre Ráckózy é um dos mestres
responsável pelos “sete raios”, sendo os outros Kuthumi, Morya, Jesus,
Hilarion, Serapis e o Veneziano. Ele é supostamente o responsável pelo sétimo
raio (associado à magia cerimonial e à ordem).
"Mestre Ascenso Saint-Germain" |
A paranóia dos “Mestres Ascensos” merece apenas uma breve
referência. Em 1930, Guy Ballard (1878-1939), afirmava ter conhecido “o mestre
ascenso” Saint-Germain no Monte Shasta. Ele supostamente levou Ballard e a sua
esposa a uma convenção de Venusianos no Grand Teton [NT:parque nacional
norte-americano]. Ballard fundou o grupo “I AM” e ele, sua mulher e seu filho
tornaram-se nos “únicos mensageiros acreditados” e publicaram muitas mensagens
canalizadas dele. Hoje em dia, numerosos canais e cultos afirmam receber
mensagens de Saint-Germain e de outros mestres ascensos, que normalmente vivem
nos reinos superiores. Muitos produtos relacionados estão disponíveis para
venda, como um marcador de livros de seda infundido com a energia de
Saint-Germain e vários sprays e essências para facilitar a ascensão para
dimensões superiores e comunicar com Saint-Germain. Agradecem-se donativos…
"Mestre Ascenso Saint-Germain" com um penteado diferente |
Continua na próxima semana…
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