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sábado, 30 de maio de 2015

O símbolo mais expressivo que já se imaginou (1ª parte)

Foi já no passado ano que recebi um conjunto de e-mails de Daniel Caldwell com uma série de considerações sobre algumas imagens alegóricas ligadas à Cosmogénese e a que “A Doutrina Secreta” de Helena Blavatsky alude. Na altura disse que ia tentar traduzir o material que foi partilhado e tentar organizá-lo da melhor maneira. Infelizmente, por falta de tempo não foi possível fazê-lo mais cedo.

Já antes, o Lua em Escorpião falou de Daniel Caldwell e traduziu textos dele [ver aqui e aqui, por exemplo]. Teosofista norte-americano, sedeado em Tucson, no Arizona, Caldwell é mais conhecido no mundo de língua portuguesa pelo livro editado no Brasil pela Madras, intitulado “O Mundo Esotérico de Madame Blavatsky”. No meio de língua inglesa, Caldwell é figura relevante, pois é editor do portal de internet com mais recursos sobre Blavatsky e Teosofia, o Blavatsky Study Center. Lançou em 2012 o livro “Mrs. Holloway and the Mahatmas” e tem um artigo seu “O Mito do Volume desaparecido de A Doutrina Secreta” no chamado Manuscrito de Wurzburg recentemente editado pelo casal Reigle, o qual pode ser acedido aqui.




De referir que este artigo de Caldwell está presentemente a ser traduzido por mim e deverá integrar um artigo maior a publicar numa longa série no próximo verão.

Avancemos então para as considerações de Caldwell – expressas no seu estilo particular - sobre um tema muitas vezes difícil de apreender e que desafia as capacidades de compreensão humana. Grande parte do artigo são citações de HPB, retiradas de "A Doutrina Secreta". Salvo um ou outro caso, as imagens foram também fornecidas por Caldwell.


Repare-se na seguinte ilustração de Vishnu repousado sobre Ananta [a serpente].




Esta imagem é uma representação do que a Doutrina Secreta ensina sobre a cosmogénese, mormente do que está contido nas estâncias de Dzyan.

O oceano ou águas cósmicas sobre as quais Ananta e Vishnu estão repousados ou flutuam representam O ABSOLUTO. O oceano cósmico representa o ESPAÇO, as águas do Espaço, dito de outra forma, a fonte da vida, a MATRIZ ou o VENTRE no qual o universo manifestado surge…

As águas cósmicas representam as TREVAS conforme definidas em “A Doutrina Secreta”...o plano sem limites….ESPAÇO…o absoluto.

A serpente Ananta representa de certa forma o círculo na simbologia oculta…a serpente mordendo a sua cauda…

Pense na serpente flutuando no oceano cósmico…o círculo flutuando no grande oceano das TREVAS, no absoluto.

A serpente pode representar um aspeto do Oceano começando a se manifestar… a se solidificar…a se materializar.




Escreve HPB:

“Shesha ou Ananta, o Infinito, um nome de Vishnu e o seu primeiro Vâhana, ou veículo, sobre as Águas Primordiais.

(…)

Shesha ou Ananta, o “Leito de Vishnu” é uma abstração alegórica, simbolizando o Tempo infinito no Espaço, que contém o Germe e dele lança periodicamente a eflorescência (o Universo manifestado).” (“A Doutrina Secreta, vol.I,  p.131)

“Que é Ananta? Tal como Shesha, é o Ciclo Manvantárico de Tempo, de duração quase infinita; e ao próprio Tempo Infinito se dá o nome de Ananta, a grande Serpente de Sete Cabeças, sobre a qual repousa Vishnu, a Eterna Divindade, durante a inatividade do Pralaya.” (op.cit. vol.III, p.113)

“Ananta, a Serpente da Eternidade… conduz Vishnu durante todo o Manvantara” (op.cit., vol.II p.115)

Então a forma de Vishnu é o próximo estádio neste processo e como diz HPB pode representar o primeiro Logos…tudo isto estando ainda não manifestado.

A palavra Vishnu significa permear…conotada com o princípio universal…o absoluto que tudo permeia.

Não devemos ter uma abordagem muito literal com estes símbolos mas tentar perceber os seus sentidos mais subtis…ligações…um símbolo funde-se no seguinte…a substância cósmica, a energia, a vida, flui ao longo destes estádios, destes símbolos…um símbolo ou estádio funde-se no seguinte…




Na verdade, Vishnu e Ananta são de uma certa forma as águas cósmicas ou dito de outra forma…eles emergem da água como emanações, ou projeções ou reflexões…

Então a partir do umbigo de Vishnu cresce ou brota uma flor de lótus.

O umbigo de Vishnu representa o ponto no círculo…

Do umbigo de Vishnu surge…o lótus…Brahma…o universo manifestado.

O caule cresce e depois expande-se abrindo-se o lótus para revelar Brahma, o criador…o universo manifestado.

Usando a terminologia da Biologia, uma semente é plantada no solo…ou no meio ambiente…o solo e todo o ambiente EXTERIORES à semente representa a matriz universal ou ventre no qual a semente é alimentada e apoiada…então a semente tem este impulso interior…de se expandir…de se manifestar…

A semente germina e a partir dela surgem brotos, caules, raízes, desabrochando a sua natureza interior…vemos esta dinâmica através do reino da BIO…ou seja do reino de todas as coisas vivas…

Em todas as criaturas existe esta dinâmica interior para se movimentar, expandir, crescer.

O mesmo ciclo pode ser visto no ciclo de crescimento de uma árvore.




A bolota do carvalho expande-se, tornando-se num carvalho adulto.

A semente é “o ponto”…a mónada…o Logos.

Novamente HPB na “sua” Doutrina Secreta:




“O lótus, que encerra Brahma, o Universo, é representado saindo do umbigo de Vishnu, Ponto Central das Águas do Espaço Infinito” (op.cit., vol.IV, p.39)

“Vishnu (…) é representado com um lótus saindo do seu umbigo – ou o Universo de Brahmâ nascendo do ponto central” (op.cit., vol. III, p.47)

 “Caos, Theos e Kosmos são apenas os três símbolos da sua síntese: o Espaço…

Caos, Theos e Kosmos estão identificados por toda a Eternidade como o Espaço Uno Desconhecido…

“Brahmâ é Theos, que se desenvolve do Caos ou Grande “Mar”, as Águas, sobre as quais o Espírito ou o Espaço, que se personifica por ayanas (períodos) – o Espírito movendo-se sobre a face do Cosmos futuro e ilimitado – plana silenciosamente na primeira hora do redespertar. É ainda Vishnu, que repousa sobre Ananta-Shesha, a grande Serpente da Eternidade...

É o primeiro Triângulo ou Tríade pitagórica, o “Deus dos três aspetos”, antes de se converter, por meio da quadratura perfeita do Círculo Infinito, no Brahmâ de “quatro faces”. (op.cit., Vol.II,  p.51)

“Nos Purânas hindus, Vishnu, o Primeiro Logos, e Brahmâ, o Segundo, ou o Criador Ideal e o Criador Prático, são os que se acham representados: um manifestando o Lótus, o outro dele surgindo. “(op.cit., Vol.II, p.88)




Nas “Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett” diz o Mestre M: a serpente de sete cabeças Ananta de Vishnu, o Nag que rodeia o Buda---o grande dragão da eternidade morde com a sua cabeça ativa a sua cauda passiva, de cujas emanações nascem os mundos, seres e coisas….TUDO é Maya, com a exceção daquele princípio uno que só descansa durante os maha-pralayas, “as noites de Brahm”…o Nag desperta. Ele exala o seu hálito poderoso, que é enviado como um choque elétrico através de todo o fio que rodeia o Espaço. (Carta 13, vol I, p.200).

Clique aqui para ver a página onde está alojada esta imagem


Continua na próxima semana.


sábado, 9 de maio de 2015

Homens de outros planetas (2ª parte)

A semana passada, o Lua em Escorpião publicou a 1ª parte de "Homens de outros planetas", um artigo de Matthew Webb, associado da Loja Unida de Teosofistas (LUT). Nessa primeira parte, foi feita uma longa introdução, recomendando-se a sua leitura antes de prosseguir.

Avancemos para 2ª parte do texto de Matthew Webb.


Página de entrada do Blavatsky Theosophy Group


A Teosofia ensina que globos, planetas, estrelas, etc.., quer do nosso sistema solar quer para lá dele existem com o propósito de serem habitados e para a evolução.

A referência nesta citação em particular à “cadeia setenária de mundos” é simplesmente um lembrete do ensinamento fundamental da Teosofia de que cada planeta conhecido – tal como a Terra, Marte, Mercúrio, Vénus, Saturno, Júpiter, etc… é de facto um sistema setenário que consiste de sete globos, onde apenas um dos quais está no nível físico material em cada um dos casos. Isso é dizer que cada globo físico tem seis globos não físicos que existem em conexão próxima e inseparável ao seu lado para fins de evolução contínua.


No caso da cadeia terrestre, o globo D é onde nos
encontramos presentemente 


Os seres de cada planeta, sejam eles seres terrestres, marcianos, venusianos ou quaisquer, passam de globo para globo da sua cadeia planetária num processo cíclico e definido extremamente lento e gradual de desdobramento e progresso interno, ao longo de milhares de milhões de anos, passando pelos sete globos sete vezes antes que o processo em curso seja realizado.

Como no nosso caso a evolução está presentemente em ação e em curso no globo físico da nossa cadeia terrestre, a visão e perceções da humanidade terrestre estão confinadas apenas ao nível de ser físico material. Por várias razões, a evolução prossegue a diferentes ritmos nos diferentes planetas no nosso sistema. Em “A Doutrina Secreta” é dito especificamente que existe “vida em Marte” mas que está a ter lugar num dos globos não-físicos da cadeia de Marte, sendo que o globo visível físico e fisicamente visível desta cadeia está presentemente num estado de “obscurecimento” designado em Sânscrito por Pralaya e que é basicamente uma paralisia temporária e ausência de vida até que a onda de vida evolutiva de Marte passe uma vez mais para o nível físico.

Ao mesmo tempo é-nos dito que a vida está agora começando novamente no planeta físico Mercúrio depois de longas eras e éons da evolução daquela cadeia planetária terem tido lugar nos seis restantes globos.


Mercúrio

Embora a perceção e conhecimento de outros planetas por parte dos seres humanos e da vida lá presente seja limitada e confinada àquilo que conseguem ver com os próprios olhos físicos e àquilo que lhes é dito pelas descobertas da ciência - o valor da qual é extremamente limitado devido à sua abordagem grosseiramente materialista em relação a tudo – já os Adeptos iniciados e os Mestres de Sabedoria não sofrem essa restrição.

“Os grandes adeptos (os que são, naturalmente, iniciados), por bons videntes que sejam, só podem alegar o conhecimento completo da natureza e do aspeto dos planetas que pertencem ao nosso Sistema Solar…Eles sabem que os Mundos Planetários estão quase todos habitados, mas – ainda que em espírito – só podem ter acesso aos do nosso sistema; e sabem também quanto é difícil – inclusive para eles – entrar em relações completas até mesmo com os planos de consciência dentro do nosso Sistema, diferindo como diferem, dos estados de consciência possíveis no nosso Globo; tais, por exemplo, como os que existem na Cadeia de Esferas dos três planos que transcendem os da nossa Terra. Essas relações e esse conhecimento são-lhes possíveis porque aprenderam o modo de penetrar em planos de consciência fechados à perceção ordinária do homem; mas, se eles comunicassem o seu conhecimento, o mundo não ficaria mais sábio por isso, uma vez que ao homem falta a experiência de outras formas de perceção, que é o único meio capaz de permitir-lhe compreender o que lhe viessem a dizer.” [NT: A Doutrina Secreta, vol. IV, p.272]


H.P. Blavatsky


Depois desta explicação, HPB acrescenta: “Não deixa contudo, de subsistir o facto de que a maior parte dos Planetas, assim como as Estrelas situadas além do nosso Sistema são habitados, facto esse que os próprios homens de ciência admitem.”

Nesses “homens da ciência” estão incluídas personagens famosas como Laplace, Herschell e o célebre astrónomo e teosofista francês Camille Flammarion. O ponto final que iremos abordar neste breve artigo foi levantado por Flammarion no seu trabalho “Sur la pluralité des mondes habités” (“Sobre a pluralidade dos mundos habitados”) onde ele escreveu: 

“Aos olhos dos autores que escreveram sobre este assunto, a Terra é o tipo do mundo, e o homem da Terra, o tipo dos habitantes do céu. Todavia, é bem mais provável que, a natureza dos mundos sendo essencialmente variada, os meios e as condições de existência essencialmente diferentes, as forças que presidiram à criação dos seres, e as substâncias que entraram em sua constituição recíproca, essencialmente distintas, o nosso modo de existência não pode, de maneira alguma, ser considerado como aplicável aos outros globos. Os que escreveram sobre este assunto deixaram-se dominar pelas ideias terrestres e caíram no erro. [itálico nosso].


Camille Flammarion (1842-1925)


A este respeito, a Senhora Blavatsky conclui que: “parecendo completamente inútil entrar em questões detalhadas de fisiologia, etc… acerca destes hipotéticos habitantes; porque, afinal de contas, o leitor não poderia chegar senão a uma ampliação imaginária do meio ambiente que lhe é familiar…as humanidades de outros mundos diferem de nós tanto na sua organização interna como no seu tipo físico exterior.” [NT: op.cit, p.278]

Nós, seres humanos, temos a tendência de retratar tudo à nossa imagem e semelhança, embora fazer isso seja muitas vezes enganoso, para não dizer infantil.

A Teosofia sustenta portanto que existe vida e que existem seres noutros planetas e que efetivamente cada planeta e globo já foi habitado, está habitado, ou será habitada no futuro, mas é impossível para nós possuir nem que seja uma conceção parcialmente precisa ou uma ideia da vida ou seres nesses planetas, porque a nossa natureza humana limitada nos restringe a sermos capazes de “chegar senão a uma ampliação imaginária do meio ambiente que [nos] é familiar.”

Um teosofista dará pois pouca credibilidade às teorias “dos homenzinhos verdes” ou de seres extraterrestres e das suas civilizações praticamente idênticas de quase todas as formas aos seres humanos e à civilização, tal como têm alegado numerosos médiuns e clarividentes ao longo dos anos.


Foto: www.educatinghumanity.com


Quanto aos relatos cada vez mais frequentes em todo o mundo de alienígenas e OVNIs, há que olhar para os mesmos com uma combinação sadia de interesse e ceticismo até que factos e detalhes definidos e inatacáveis venham à luz, recordando que o mais importante não é uma obsessão com alienígenas e as suas supostas naves espaciais mas como a ajuda, cura e serviço à humanidade - fisicamente e com a Luz da Verdade espiritual e universal – para que a nossa raça humana não se afunde ainda mais num suicídio moral, ético, psicológico e espiritual.

sábado, 2 de maio de 2015

Homens de outros planetas (1ª parte)


É com grande satisfação que introduzo este tema no “Lua em Escorpião”. Com efeito, um dos meus primeiros interesses – bem anterior ao meu encontro com a Teosofia que data de abril de 2003 – foi o fenómeno OVNI e de uma das explicações para o mesmo, a de que esses veículos não identificados eram tripulados por entidades externas à Terra. 

Um dos livros que espoletou as minhas pesquisas neste tema foi escrito pelo insigne e entretanto falecido Prof. John E. Mack, fundador do departamento de Psiquiatria do Cambridge Hospital, que estava ligado à Harvard Medical School. 


John E. Mack (1929-2004)
foto: www.philipcoppens.com

Usando a hipnose com os seus pacientes descobriu que alguns deles tinham (alegadamente) sido raptados por seres extraterrestres. O trabalho do prof. Mack não foi bem aceite pelos seus pares, que o acusavam de por em perigo a reputação da instituição, tendo sido nomeado um comité que investigou o seu trabalho. Um processo penoso, ao qual Mack sobreviveu. O John E. Mack Institute mantém viva a memória do trabalho do prof. Mack (existe uma lista de artigos em português) e decorre um levantamento de fundos para fazer um filme sobre a vida dele (aqui está uma biografia em português, logo abaixo da versão em inglês). Independentemente, de ter presentemente algumas dúvidas sobre as conclusões do prof. Mack, não há dúvidas que foi um homem de grande coragem.





 Futuramente, o Lua em Escorpião irá publicar um texto em exclusivo sobre o prof. Mack com base em artigos relativamente recentes publicados em títulos conhecidos da imprensa norte-americana.

Há muitos casos de proximidade entre a Teosofia e a busca da verdade sobre o fenómeno OVNI. Por exemplo na Suécia, os grupos de investigação dos OVNI e publicações relacionadas foram iniciados por teosofistas da Sociedade de Adyar, como conta aqui, Hakan Blomqvist.

Esse interesse de teosofistas nos OVNI e nos ET pode ser exemplificado no vídeo abaixo onde uma longa conferência sobre o tema é dada por um especialista holandês de nome Gerard Aartsen. Como se pode ouvir na introdução há a referência que Aartsen já abordou o assunto em vários grupos teosóficos da Grã- Bretanha. Já ouvi esta palestra há uns anos e pude-me atualizar sobre uma série de questões, pois depois de ter descoberto a Teosofia, o meu interesse sobre estes assuntos reduziu-se bastante. Naturalmente franzo o sobrolho a muitas das alegações de Aartsen.




Presentemente sigo com atenção o percurso de Leslie Kean, uma jornalista freelancer norte-americana, que aborda apenas o lado dos OVNI sem fazer a ligação com a questão “extraterrestre”. O seu livro “UFOs - Generals, Pilots, and Government Officials Go on the Record” [OVNI – Generais, Pilotos e funcionários do Governo dão o seu testemunho] é exemplar na forma como aborda o assunto, além do contar com um prefácio de John Podesta, antigo chefe da casa civil do presidente Bill Clinton.

Leslie Kean e a capa do seu livro
Foto www.ufo.com.br

O trabalho dos ufólogos brasileiros é reconhecida mundialmente e a comprovar o facto está a reunião mantida com o Ministério da Defesa do seu país em 2013, e que não foi feita às escondidas.

Podíamos ainda acrescentar o Projeto COMETA na França, como outro exemplo da atenção que merece o fenómeno. Daí que textos como este sejam perfeitamente dispensáveis. Trocada a palavra OVNI por Teosofia e aplicado o mesmo tom sarcástico e desdenhoso encontraremos textos semelhantes atacando a filosofia perene.

Como dizia o sábio indiano Narada “Deve-se aprender para conhecer, conhecer para compreender, compreender para julgar”, senão o mais certo é sair asneira.

O melhor texto que conheço que relaciona os dois temas é este, que um dia o Lua em Escorpião conta traduzir. Estava previsto que isso acontecesse no próximo verão, mas já existe material para essa altura, pelo que ficará para 2016.

Depois desta longa introdução, há que passar ao artigo de Matthew Webb, editor do site blavatskytheosophy.co.uk, do qual já vários artigos foram traduzidos, todos eles a gerarem enorme interesse. Matthew Webb é associado da Loja Unida de Teosofistas (LUT). O texto aborda o tema da existência de vida fora da Terra, fundamentalmente com base em “A Doutrina Secreta”, de H.P. Blavatsky. As imagens que intercalam o texto são da minha responsabilidade.

Pergunta-se o que a Teosofia e o seu maior expoente moderno, H.P. Blavatsky, têm a dizer sobre a existência de “alienígenas” ou de vida extraterrestre.

H.P. Blavatsky (1831-1891)

Na terceira secção de maior dimensão do volume II de “A Doutrina Secreta” intitulada “Ciência e a Doutrina Secreta comparadas”[NT: na edição atualmente disponível em língua portuguesa corresponde ao conteúdo constante no volume IV, a partir da p.215], HPB  faz um conjunto de referências a este assunto, começando por dizer (nas p. 698-699) [NT:p.268-270 em português] que “Acerca da Raça-raiz Ariana e das suas raízes está a Ciência tão mal informada quanto sobre os homens de outros planetas. Com exceção de Flammarion e de alguns poucos astrónomos místicos, a maior parte nega a habitabilidade dos outros planetas. Entretanto, os sábios das primeiras raças do tronco ariano eram tão grandes Astrónomos-Adeptos que pareciam saber muito mais das raças de Marte e de Vénus que os nossos modernos antropólogos sobre as raças dos primeiros estados da Terra.”


Marte
Foto:hypescience.com

O que se entende por Raça-raiz Ariana está explicado nos artigos “Atlântida e Lemúria” e “Evolução Humana em A Doutrina Secreta”. A própria HPB, embora usando este termo por conveniência e para a compreensão consistente dos seus leitores e estudantes, admitiu que aplicar o termo “Ariano” em massa para a totalidade da nossa Quinta Raça é de certo modo impreciso, pois Aryavarta (o nome antigo da Índia) era o lar da primeira sub-raça da Quinta Raça-raiz, mas não da quinta e última sub-raça, que é a Europeia, que atualmente prevalece na Europa, EUA, Australásia e etc…

Mas o que é declarado especificadamente por HPB, pelo Mestre Koot Hoomi e pelo Mestre Morya – que, em declarações próprias e assinadas, afirmaram que escreveram e produziram “A Doutrina Secreta” juntamente com ela (ver Quem escreveu a Doutrina Secreta?) é de que existem efetivamente “homens de outros planetas”…mesmo de “raças de Marte e de Vénus”, cuja existência e detalhes eram conhecidos de alguns dos primeiros astrónomos iniciados da Índia e do Oriente.




Num capítulo intitulado “Da cadeia de planetas e da sua pluralidade” encontramos o seguinte:
“Conheciam os antigos outros mundos além do nosso? Quais são os dados em que se apoiam os Ocultistas par a afirmar que cada Globo é uma Cadeia Setenária de Mundos – dos quais só um é visível – e que tais mundos foram, são e serão “habitados por homens”, como também o são todas as estrelas e planetas visíveis? Que pretendem eles dizer quando se referem a uma “influência moral e física” exercida sobre o nosso Globo pelos Mundos Siderais?

Estas são as questões que frequentemente nos são propostas e que devemos examinar em todos os seus aspetos.

À primeira das duas questões damos a seguinte resposta: Nós acreditamos, porque a primeira lei da Natureza é a uniformidade na diversidade, e a segunda a analogia. “ Em cima como em baixo”. Já se foram, e para sempre, os tempos em que os nossos piedosos antepassados acreditavam que a Terra ocupava o centro do Universo, e em que a Igreja e os seus arrogantes servidores podiam insistir em considerar blasfémia a suposição de que outros planetas estivessem habitados.” [NT: DS, vol. IV, p.270]

Continua na próxima semana.