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sábado, 6 de junho de 2015

O símbolo mais expressivo que já se imaginou (2ª parte)

Na 1ª parte deste artigo abordou-se a alegoria de Vishnu, Ananta, etc.. com base em informação disponível no site de Daniel Caldwell, o Blavatsky Study Center e mais algum material complementar que recebi por e-mail.

Para perceber o contexto e obter mais informações sobre Caldwell recomenda-se a leitura do post da semana passada.

Nesta segunda metade, abordaremos outro modo de representar a manifestação no Cosmos desta vez com recurso à geometria e a cosmogénese segundo a tradição do Egito, com o qual é fácil estabelecer paralelos com  a versão hindu.

Vejamos agora os círculos.


Reparem que a ilustração mostra os vários círculos…em movimento….

Na verdade é apenas um círculo…expandindo-se…crescendo…até o próximo círculo…um estádio fundindo-se no estádio seguinte…

“A primeira figura é um disco simples



A segunda é um disco com um ponto no centro




um símbolo arcaico que representa a primeira diferenciação nas manifestações periódicas da natureza sempre-eterna, destituída de sexo, e infinita de “Aditi NAQUILO” (Rig Veda). O ponto no círculo é o Espaço potencial no Espaço abstrato. 

No seu terceiro estádio, o ponto é transformado num diâmetro, assim: 


A figura agora simboliza uma Mãe-Natureza divina e imaculada, no Infinito absoluto que abrange todas as coisas. Quando a linha do diâmetro é atravessada por uma linha vertical, o símbolo torna-se a cruz do mundo. “ (“A Doutrina Secreta”, vol. I p.74) 


Na simbologia dos círculos, a linha emerge a partir do ponto.

Em geometria quando um ponto se move no espaço cria uma linha…esta linha na simbologia é…o caule, a haste a crescer…pois a palavra Brahma significa expandir, crescer…

Os vários círculos tentam expressar ideias “ocultas” na linguagem da geometria.

Um círculo negro representaria o Absoluto. Imaginemos a expansão deste círculo sempre e sempre….de facto conseguimos fazê-lo…até ao infinito.

O plano deste círculo negro representa o Absoluto…TREVAS ETERNAS…o plano sem limites de “A Doutrina Secreta”.

Agora naquele plano sem limites das TREVAS ETERNAS, simbolizado pelo círculo negro…naquele círculo surge um círculo branco mais pequeno, ou uma bolha branca ou um ponto branco.




Este círculo branco é o primeiro círculo na ilustração.

HPB descreve o surgimento deste círculo branco na TREVAS ETERNAS do círculo negro:

"Diante dos olhos da escritora está um Manuscrito Arcaico, uma coleção de folhas de palmeira que, devido a algum processo específico desconhecido, se tornaram imunes em relação a água, fogo e ar.

Na primeira página há um disco imaculadamente branco sobre um fundo preto embaçado"

Este “fundo preto embaçado” é a escuridão ou negrume do círculo negro que se expande até ao infinito…este é o plano sem limites no qual surgem incontáveis universos.

HPB prossegue:

H.P. Blavatsky

“Na página seguinte, aparece o mesmo disco [branco], mas com um ponto no centro.

Ela faz uma afirmação importante sobre o ponto no círculo branco:

“É o ponto dentro do Ovo do Mundo.”

No círculo branco que contém o ponto…o círculo branco representa o Ovo do Mundo. O ponto no ovo é a “semente” ou mónada que se tornará no universo manifestado.

Portanto imagine-se o PLANO SEM LIMITES do ESPAÇO…TREVAS ETERNAS…estendendo-se até ao infinito.

Escreve HPB:

A flor do Lótus, que na alegoria brota do umbigo de Vishnu (o Deus que, nas Águas do Espaço, repousa sobre a Serpente do Infinito) é o símbolo mais expressivo que já se imaginou: É o Universo que se desenvolve do (…) PONTO, o Germe sempre oculto. Lakshmi, que é o aspeto feminino de Vishnu, e é também chamado Padma, o Lótus (…) [flutua] igualmente sobre uma flor de Lótus. (p.87, vol.II)




O lótus, que contém Brahma, o Universo, é representado saindo do umbigo de Vishnu, o PONTO Central nas Águas do ESPAÇO infinito. (p.39, vol IV)

“A primeira imagem representa o Cosmos na Eternidade, antes do redespertar da Energia ainda adormecida; a emanação da Palavra segundo os sistemas posteriores.

O ponto no círculo até aqui imaculado - o Espaço e a Eternidade em Pralaya - simboliza a aurora da diferenciação. Este é o ponto no “Ovo do Mundo…é o germe dentro deste último, que se transformará no Universo, o TODO, o Cosmos cíclico e ilimitado. Este germe é latente e ativo, periódica e alternadamente. O círculo único é a Unidade divina, de onde tudo emerge, e para onde tudo retorna. A sua circunferência - símbolo necessariamente precário devido às limitações da mente humana - indica a PRESENÇA abstrata e eternamente incognoscível, e o seu plano indica a Alma Universal, embora os dois sejam um... É neste plano que começam as manifestações manvantáricas, nesta ALMA dorme, durante o Pralaya, o Pensamento Divino em que está oculto o plano de todas as futuras Cosmogonias e Teogonias.

É a VIDA UNA, eterna, invisível, e no entanto Omnipresente; sem princípio nem fim – mas periódica nas suas manifestações regulares (em cujos intervalos reina o profundo mistério do não-Ser); inconsciente - porém Consciência absoluta; incompreensível – mas a única realidade existente por si mesma; em suma, “um Caos para os sentidos, um Cosmos para a razão.

O seu único atributo absoluto, o Movimento eterno e incessante EM SI MESMO, é chamado, esotericamente, de “Grande Alento”, que consiste na movimentação perpétua do universo, no sentido de ESPAÇO sem limites e sempre presente. O que é destituído de movimento não é divino. Mas a verdade é que não há coisa alguma absolutamente imóvel dentro da alma universal. (p.72, vol.I)”


Imagem: universaltheosophy.com


Esta é A MATRIZ…

Note-se a definição de matriz: algo a partir do qual alguma coisa nasce, desenvolve-se ou toma forma

Ou

Um ambiente ou material no qual alguma coisa se desenvolve; um meio ou estrutura ambiente.

O plano sem limites das TREVAS ETERNAS, ESPAÇO é a Matriz ou Ventre no qual os ovos de Brahma são gerados…ficam em gestação…suportados...nutridos..

Portanto, na simbologia do círculo, o círculo branco fica RODEADO por e ENVOLVIDO nas TREVAS ETERNAS… a MATRIZ, O ABSOLUTO, ESPAÇO.

É dentro deste círculo branco, este OVO, que se encontra a semente “”ponto”, a mónada, o logos) que irá se tornar num universo manifestado…

Como se vê, podemos usar a LINGUAGEM matemática, especialmente da geometria…ou a LINGUAGEM da Biologia…ou a LINGUAGEM dos símbolos…para explicar estas verdades profundas.

É importante citar mais algumas das palavras de HPB:

O ESPAÇO é o recipiente absoluto de tudo o que é, seja manifestado ou não manifestado. (p.77, vol. I)

O ESPAÇO é a Unidade Única em toda a sua extensão infinita; nos seus abismos sem fundo, como na sua superfície ilusória, uma SUPERFÍCIE pontilhada de inumeráveis Universos fenomenais, de sistemas e de mundos semelhantes a miragens” (vol.II, p.327)




Este PLANO SEM LIMITES é periodicamente o “cenário de inumeráveis Universos, que se manifestam e desaparecem incessantemente” chamados “as centelhas da Eternidade”. (p.84)

Outras citações:

“Que é aquilo que sempre é?”

“O Espaço, o eterno Anupâdaka” (que não tem pais)”

“O que sempre é, é um e este é o Espaço.”

“ O UNO é um Círculo ininterrupto (Anel) e sem circunferência, porque não está em parte alguma e está em toda a parte.”

“O UNO é o PLANO SEM LIMITES do Círculo, que manifesta um diâmetro somente durante os períodos manvantáricos.” (p.79, vol.I)

O PONTO matemático (chamado de “semente Cósmica”, a Mónada) contém todo o Universo com a bolota contém o carvalho.

Esta é a primeira BOLHA na SUPERFÍCIE do ESPAÇO homogéneo sem limites, a bolha da diferenciação no seu estádio incipiente. É o princípio do Ovo de Brahma. (Instruções Esotéricas I)

Olhemos para a imagem novamente:


Na verdade, é possível estabelecer uma correspondência entre o último círculo do lado esquerdo  e imagem de Vishnu. Segundo, Daniel Caldwell, ambos representam uma etapa mais avançada da "criação". O teosofista norte-americano arrisca uma ligação entre cada círculo e uma potencial sequência temporal da imagem de Vishnu. Assim, ao primeiro círculo (que não contém o ponto)  corresponderia a serpente "Ananta" toda enrolada, sem que Vishnu apareça (ou poderia este estar junto com Ananta, também enrolado, como numa posição fetal, mas o seu umbigo não estaria visível).

Ao segundo círculo (aquele que contém um ponto), corresponderia Vishnu a despertar, observando-se agora o seu umbigo.

Ao terceiro círculo (atravessado por um diâmetro), equivaleria à projeção do caule do lótus a partir do umbigo de Vishnu. O botão da flor do lótus não será ainda por esta altura visível.

Ao quarto círculo (que integra uma cruz) corresponderia ao nascer do botão da flor de lótus, ou seja, a flor ainda não estará aberta.

E finalmente, no círculo número cinco, com a flor de lótus completamente aberta, Brahma está em manifestação, sentado na flor com as suas quatro faces, recitando os quatro Vedas. O universo em manifestação começa o seu desdobramento e desenvolvimento. O quinto círculo mostra as manifestações diversas do Universo.

O umbigo de Vishnu corresponde ao ponto no segundo círculo. Quando o caule do lótus emerge do seu umbigo isso corresponde ao diâmetro no terceiro círculo. O ponto ao mexer-se cria uma linha.


Correspondência com a cosmogonia egípcia


Daniel Caldwell enviou-me também um e-mail com algumas passagens referentes à alegoria egípcia da criação.

“Antes dos Deuses virem à existência havia apenas o escuro abismo das águas, chamado Nun, cujas energias caóticas continham as formas potenciais de todas as coisas vivas.” 

Nun
imagem: aulademitologia.wordpress.com


“O espírito do criador estava presente nessas águas primitivas mas não tinha modo de tomar forma. As forças destrutivas do caos foram personificadas pela grande serpente Apep ou Apophis.”

Inerte dentro do Mar Primordial (Nun) repousava o que “Tudo inclui” (Atum), que continha em si (o Uno) a infinito do Ser.”

A criação assume a forma da projeção [de Atum]…

Atum-Ra


Atum é descrito como “uma divindade criadora adorada em Heliópolis [cidade do Sol] que emergiu do caos primevo sob a forma de uma serpente, mas que era habitualmente representado na forma humana…Atum representava uma totalidade que continha quer o masculino quer o feminino [positivo e negativo]…”

“O acontecimento que marcou o início do tempo foi o emergir das primeiras terras das águas de Nun. Este monte primitivo providenciou o lugar onde a primeira divindade veio à existência. Ela às vezes tomava a forma de um [pequeno] pássaro…que pousava no monte”.

“Uma imagem alternativa da criação era a do lótus primitivo, que emergia das águas e se abria revelando um deus criança.”

“A primeira divindade tornou-se consciente que estava sozinha [o Uno, não-dualidade] e criou deuses e homens à sua própria imagem e um mundo para eles habitarem…"

“O poder da criação estava habitualmente ligado ao sol…"

Atum é descrito como um criador e um deus-sol. O seu nome, derivado do verbo “tem” pode ser traduzido como “aquele que ainda não veio a ser”

“Atum é considerado como o deus primitivo e que se fez sozinho da cosmogonia Heliopolitana…” 


Heliopolis
imagem:http://www.philipcoppens.com/


“O Livro dos Mortos apresenta Atum como o Deus que continuaria a existir depois da destruição do mundo.”

“…Ra-Atum…veio à existência no monte primevo e planeou a multiplicidade da criação no seu coração…”

“Ele provocou a primeira divisão…”

“As águas primitivas [Nun] continuaram [depois da criação] a envolver o cosmos [manifestado] da terra e dos céus.”

“Dos textos dos sarcófagos egípcios:

“Eu era as Águas Primordiais [Nun], aquele que não tinha companheiro quando o meu nome veio à existência.”

“A forma mais antiga na qual vim à existência foi como alguém submergido.”

“Eu fui aquele que veio à existência como um Círculo; aquele que morava no seu ovo.”

“Eu fui aquele que começou, o morador nas Águas Primordiais.”

“Primeiro Hahu [o Vento, MOVIMENTO] emergiu de mim e então comecei a mover-me.”

“Eu criei os meus membros na minha glória.”

“Fui o construtor de mim próprio, formei-me de acordo com o meu desejo e de acordo com o meu coração.”


Citações de:

WORLD MYTHOLOGY [Mitologia do Mundo], 1993, de Roy Wallis


THE ANCIENT GODS SPEAK: A Guide to Egyptian Religion, [OS DEUSES ANTIGOS FALAM: Um Guia para a Religião Egípcia], 2002, de Donald B. Redford

HAMMOND ATLAS OF THE WORLD'S RELIGIONS  [Atlas das Religiões do Mundo], 2009, de Frederick Denny e Ninian Smart

sábado, 30 de maio de 2015

O símbolo mais expressivo que já se imaginou (1ª parte)

Foi já no passado ano que recebi um conjunto de e-mails de Daniel Caldwell com uma série de considerações sobre algumas imagens alegóricas ligadas à Cosmogénese e a que “A Doutrina Secreta” de Helena Blavatsky alude. Na altura disse que ia tentar traduzir o material que foi partilhado e tentar organizá-lo da melhor maneira. Infelizmente, por falta de tempo não foi possível fazê-lo mais cedo.

Já antes, o Lua em Escorpião falou de Daniel Caldwell e traduziu textos dele [ver aqui e aqui, por exemplo]. Teosofista norte-americano, sedeado em Tucson, no Arizona, Caldwell é mais conhecido no mundo de língua portuguesa pelo livro editado no Brasil pela Madras, intitulado “O Mundo Esotérico de Madame Blavatsky”. No meio de língua inglesa, Caldwell é figura relevante, pois é editor do portal de internet com mais recursos sobre Blavatsky e Teosofia, o Blavatsky Study Center. Lançou em 2012 o livro “Mrs. Holloway and the Mahatmas” e tem um artigo seu “O Mito do Volume desaparecido de A Doutrina Secreta” no chamado Manuscrito de Wurzburg recentemente editado pelo casal Reigle, o qual pode ser acedido aqui.




De referir que este artigo de Caldwell está presentemente a ser traduzido por mim e deverá integrar um artigo maior a publicar numa longa série no próximo verão.

Avancemos então para as considerações de Caldwell – expressas no seu estilo particular - sobre um tema muitas vezes difícil de apreender e que desafia as capacidades de compreensão humana. Grande parte do artigo são citações de HPB, retiradas de "A Doutrina Secreta". Salvo um ou outro caso, as imagens foram também fornecidas por Caldwell.


Repare-se na seguinte ilustração de Vishnu repousado sobre Ananta [a serpente].




Esta imagem é uma representação do que a Doutrina Secreta ensina sobre a cosmogénese, mormente do que está contido nas estâncias de Dzyan.

O oceano ou águas cósmicas sobre as quais Ananta e Vishnu estão repousados ou flutuam representam O ABSOLUTO. O oceano cósmico representa o ESPAÇO, as águas do Espaço, dito de outra forma, a fonte da vida, a MATRIZ ou o VENTRE no qual o universo manifestado surge…

As águas cósmicas representam as TREVAS conforme definidas em “A Doutrina Secreta”...o plano sem limites….ESPAÇO…o absoluto.

A serpente Ananta representa de certa forma o círculo na simbologia oculta…a serpente mordendo a sua cauda…

Pense na serpente flutuando no oceano cósmico…o círculo flutuando no grande oceano das TREVAS, no absoluto.

A serpente pode representar um aspeto do Oceano começando a se manifestar… a se solidificar…a se materializar.




Escreve HPB:

“Shesha ou Ananta, o Infinito, um nome de Vishnu e o seu primeiro Vâhana, ou veículo, sobre as Águas Primordiais.

(…)

Shesha ou Ananta, o “Leito de Vishnu” é uma abstração alegórica, simbolizando o Tempo infinito no Espaço, que contém o Germe e dele lança periodicamente a eflorescência (o Universo manifestado).” (“A Doutrina Secreta, vol.I,  p.131)

“Que é Ananta? Tal como Shesha, é o Ciclo Manvantárico de Tempo, de duração quase infinita; e ao próprio Tempo Infinito se dá o nome de Ananta, a grande Serpente de Sete Cabeças, sobre a qual repousa Vishnu, a Eterna Divindade, durante a inatividade do Pralaya.” (op.cit. vol.III, p.113)

“Ananta, a Serpente da Eternidade… conduz Vishnu durante todo o Manvantara” (op.cit., vol.II p.115)

Então a forma de Vishnu é o próximo estádio neste processo e como diz HPB pode representar o primeiro Logos…tudo isto estando ainda não manifestado.

A palavra Vishnu significa permear…conotada com o princípio universal…o absoluto que tudo permeia.

Não devemos ter uma abordagem muito literal com estes símbolos mas tentar perceber os seus sentidos mais subtis…ligações…um símbolo funde-se no seguinte…a substância cósmica, a energia, a vida, flui ao longo destes estádios, destes símbolos…um símbolo ou estádio funde-se no seguinte…




Na verdade, Vishnu e Ananta são de uma certa forma as águas cósmicas ou dito de outra forma…eles emergem da água como emanações, ou projeções ou reflexões…

Então a partir do umbigo de Vishnu cresce ou brota uma flor de lótus.

O umbigo de Vishnu representa o ponto no círculo…

Do umbigo de Vishnu surge…o lótus…Brahma…o universo manifestado.

O caule cresce e depois expande-se abrindo-se o lótus para revelar Brahma, o criador…o universo manifestado.

Usando a terminologia da Biologia, uma semente é plantada no solo…ou no meio ambiente…o solo e todo o ambiente EXTERIORES à semente representa a matriz universal ou ventre no qual a semente é alimentada e apoiada…então a semente tem este impulso interior…de se expandir…de se manifestar…

A semente germina e a partir dela surgem brotos, caules, raízes, desabrochando a sua natureza interior…vemos esta dinâmica através do reino da BIO…ou seja do reino de todas as coisas vivas…

Em todas as criaturas existe esta dinâmica interior para se movimentar, expandir, crescer.

O mesmo ciclo pode ser visto no ciclo de crescimento de uma árvore.




A bolota do carvalho expande-se, tornando-se num carvalho adulto.

A semente é “o ponto”…a mónada…o Logos.

Novamente HPB na “sua” Doutrina Secreta:




“O lótus, que encerra Brahma, o Universo, é representado saindo do umbigo de Vishnu, Ponto Central das Águas do Espaço Infinito” (op.cit., vol.IV, p.39)

“Vishnu (…) é representado com um lótus saindo do seu umbigo – ou o Universo de Brahmâ nascendo do ponto central” (op.cit., vol. III, p.47)

 “Caos, Theos e Kosmos são apenas os três símbolos da sua síntese: o Espaço…

Caos, Theos e Kosmos estão identificados por toda a Eternidade como o Espaço Uno Desconhecido…

“Brahmâ é Theos, que se desenvolve do Caos ou Grande “Mar”, as Águas, sobre as quais o Espírito ou o Espaço, que se personifica por ayanas (períodos) – o Espírito movendo-se sobre a face do Cosmos futuro e ilimitado – plana silenciosamente na primeira hora do redespertar. É ainda Vishnu, que repousa sobre Ananta-Shesha, a grande Serpente da Eternidade...

É o primeiro Triângulo ou Tríade pitagórica, o “Deus dos três aspetos”, antes de se converter, por meio da quadratura perfeita do Círculo Infinito, no Brahmâ de “quatro faces”. (op.cit., Vol.II,  p.51)

“Nos Purânas hindus, Vishnu, o Primeiro Logos, e Brahmâ, o Segundo, ou o Criador Ideal e o Criador Prático, são os que se acham representados: um manifestando o Lótus, o outro dele surgindo. “(op.cit., Vol.II, p.88)




Nas “Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett” diz o Mestre M: a serpente de sete cabeças Ananta de Vishnu, o Nag que rodeia o Buda---o grande dragão da eternidade morde com a sua cabeça ativa a sua cauda passiva, de cujas emanações nascem os mundos, seres e coisas….TUDO é Maya, com a exceção daquele princípio uno que só descansa durante os maha-pralayas, “as noites de Brahm”…o Nag desperta. Ele exala o seu hálito poderoso, que é enviado como um choque elétrico através de todo o fio que rodeia o Espaço. (Carta 13, vol I, p.200).

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Continua na próxima semana.