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sábado, 30 de março de 2013

A Crise da Zona Euro vista pela astrologia


No início de março passado, o site da revista de astrologia “The Mountain Astrologer” publicou um interessante texto escrito por Nicholas Campion sobre os desenvolvimentos da crise na Zona Euro à luz da astrologia. A turbulência na economia mundial havia sido prevista há vários anos por muitos astrólogos e já havíamos falado dela aqui. Na verdade, os trânsitos de Plutão e Urano eram bastante reveladores. Tendo entrado em signos cardinais em alturas muito próximas (Capricórnio e Carneiro respetivamente), aqueles dois planetas exteriores, que fazem nesta fase uma quadratura entre si (ou seja distam 90 graus um do outro), não auguravam bons tempos. Plutão em Capricórnio, por exemplo, é normalmente associado à destruição de estruturas da sociedade e realmente tem abalado de forma muito notória a estrutura financeira das economias mundiais com repercussões na chamada economia real. Plutão continuará em Capricórnio até 2024. Urano em Carneiro é considerado um promotor de extremismos. Neste artigo, a astróloga australiana Michelle Finey define os ciclos de interação entre estes dois planetas exteriores como a luta entre a liberdade (Urano) e a sobrevivência (Plutão).


Voltando a Campion (no video abaixo falando sobre a história e a astrologia), ele começa por se debruçar sobre a importância de ciclos planetários, salientando Platão, que no Timeu argumentava que como os planetas voltavam inevitavelmente ao mesmo lugar, os temas repetem-se, embora os detalhes naturalmente variem. Este aparente determinismo acaba por ser temperado pela ação humana e pelo livre-arbítrio. Na cosmologia ptolemaica (e também na de Kepler), a previsão astrológica tem como objetivo poder alterar o futuro, no sentido, em que se tenta evitar um desfecho provavelmente desfavorável.


A discussão sobre o peso do destino por contraponto com o livre-arbítrio é omnipresente na astrologia e no caso da astrologia mundana não é exceção (note-se que Campion prefere lhe chamar de astronomia política ou de cosmologia arquetípica em vez de astrologia mundana,  por não se usar as casas, nem as posições dos planetas nos signos).

Relativamente à crise da zona Euro, Campion refere que efetivamente a previsão determinista é da pulverização da moeda única tal como ela está configurada, ou seja, com os 17 países que aderiram ao Euro. Esta posição é também parcialmente fundamentada numa análise económica, sustentada no facto de os níveis de endividamento serem muito elevados em alguns dos países, sendo a solução mais óbvia a de voltarem às suas moedas nacionais e procederem a uma depreciação. Além do mais, acrescenta Campion, haverá a tendência para os governos pró-austeridade perderem as eleições e serem substituídos por outros que acabem por agravar os problemas de dívida deterioriando ainda mais a situação.

Johannes Kepler (1571-1630)

Campion classifica o modelo de previsão astrológico como idealista, em contraponto com o materialista (o dos analistas económicos), que tem repetidamente falhado, pois os modelos de previsão não funcionam bem em alturas tão turbulentas. Normalmente os modelos de previsão tentam prever os crescimentos do Produto Interno Bruto (PIB) com base no histórico. Os economistas reconhecem estas limitações, e num registo de bom humor dizem que equivale a guiar um carro olhando pelo espelho retrovisor. Ao invés, a astrologia permite identificar as alturas de viragem, positivas e negativas (se bem que alguns modelos econométricos contemplem a consideração dos altos e baixos na economia, que são na verdade, cíclicos). A astrologia alertará para aquilo que no modelo materialista seria completamente inesperado.

Concretamente no caso da crise da zona Euro, a quadratura Urano-Plutão arrasta consigo algum pessimismo face ao desfecho da situação atual, cuja solução parece difícil de encontrar até que a quadratura se desfaça por no fim do primeiro trimestre de 2015.

Foto de Urano tirada pelo Voyager 2

Em 2013 e 2014 os trânsitos mais relevantes para Campion são os seguintes:

2013

Maio:  Urano em quadratura a Plutão nos dias 20 e 21;
Julho:  Marte em  Caranguejo fazendo quadratura a Urano no dia 1 e Júpiter no mesmo signo  oposto a Plutão no dia 6, fazendo quadratura a Urano no dia 21.
Novembro:  Urano faz quadratura a Plutão no dia 1;
Dezembro:  Marte em Balança oposto a Urano no  dia 25 e fazendo quadratura a Plutão a 31.

2014

Fevereiro:  Júpiter em Caranguejo oposto e Plutão no dia 1 e em quadratura a Urano no dia 26;
Abril:  Júpiter em Caranguejo oposto a Plutão em quadratura a Urano a 19-20; Urano em quadratura a Plutão no dia seguinte; Marte em Balança oposto a Urano e em quadratura a Plutão nos dias 23 e 24;
Junho: Marte em Balança faz quadratura a Plutão no dia 14 e oposto a Urano no dia 25;
Novembro: Marte em Capricórnio conjunto a Plutão no dia 10 e em quadratura e Urano no dia 13.

2015

Março: Marte em Carneiro conjunto a Urano e em quadratura a Plutão no dia 11; Urano e Plutão em quadratura no dia 17.


Campion considera que as alturas de maior pressão serão os meses de julho e agosto já este ano e fim de abril/início de maio no próximo ano. A análise puramente determinista traduzir-se-ia no facto de nestas datas se poder assistir ao fim da zona Euro tal como ela existe presentemente. Contudo, uma análise na linha de Platão ou Kepler, introduz um ponto importante que é de políticas adequadas poderem evitar um desfecho desses. Decisões de cariz político que poderão passar pela introdução de mais liquidez nos mercados financeiros por parte do Banco Central ou maior integração financeira.

Imagem gerada por computador
de Plutão
Campion apresenta no seu artigo dois mapas, um da formação da Comunidade Económica Europeia (em 1 de janeiro de 1958) e outro do Euro (em 1 de janeiro de 1999), ambos incluídos no seu livro “The Book of World Horoscopes”, onde Campion apresenta quase 500 mapas para países e eventos mundiais e que é uma referência para quem estuda astrologia mundana. Campion também foi o autor de outros livros de onde se destaca o excelente “History of Western Astrology” (2 volumes) e tem ligações ao meio universitário, mais concretamente à University of Wales Trinity Saint David. Aqui está o seu site pessoal.



Quanto a quem acerta mais, se os economistas se os astrólogos, o debate continuará no meio de algumas piadas. Há também quem entenda das duas coisas...

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