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sábado, 1 de dezembro de 2012

Mahatma do Himavat (3ª parte)


Com este post, termina a tradução de "Mahatma do Himavat", um texto publicado originalmente no blog "Theosophy Watch".

Protegido

"Descansei para me recompor. Depois de um bom sono,  imperturbado por qualquer sonho, eu acordei e percebi que estava prestes a amanhecer. Então muito rapidamente calcei as minhas botas, e cautelosamente sai da cabana através da mesma janela. Eu podia ouvir o ressonar dos proprietários da cabana no quarto ao lado.

Mas eu não perdi tempo e meti-me no caminho para a cidade de Siquim e mantive-me nele com um zelo inabalável. Desde as profundezas do meu coração eu agradeci ao meu reverenciado guru pela protecção que ele me concedeu durante a noite.

Nicholas Roerich - "He Who Hastens"

O que impediu os proprietários da cabana de entrar no segundo quarto? O que é que me manteve num espírito calmo e sereno, como se eu estivesse num quarto da minha própria casa? O que é que me fez dormir tão profundamente sob tais circunstâncias, com enormes e escuras florestas a me rodearem, abundantes em bestas selvagens e com um grupo de cortadores de gargantas – como se diz que são os naturais de Siquim – no quarto ao lado com uma porta tosca e insegura entre eles e eu?....

O encontro

Era, penso eu, entre as oito e as nove da manhã e eu seguia a estrada para a cidade de Siquim, de onde, me foi garantido pelas pessoas que eu encontrava na estrada, eu poderia atravessar para o Tibete muito facilmente com o meu traje de peregrino, quando eu subitamente vi um cavaleiro solitário a galopar para mim vindo da direcção oposta.  Pela sua alta estatura e pela perícia com que ele controlava o animal, eu pensei que ele era algum funcionário militar do Rajá de Siquim.

Mahatma M.


Agora, pensei eu, fui apanhado! Ele vai me perguntar pela minha autorização e qual o assunto que eu tenho a tratar no território independente do Siquim, e, provavelmente, me prender – e me mandar de volta, senão pior. Mas, enquanto ele se aproximava, puxava as rédeas do cavalo. Eu olhei para ele e reconheci-o de imediato…Eu estava na augusta presença dele, do mesmo Mahatma, o meu reverenciado guru a quem eu tinha visto antes no seu corpo astral, na varanda da sede da Sociedade Teosófica!…

No mesmo instante eu me prostrei no chão aos seus pés. Ergui-me por sua ordem e, olhando calmamente para a sua cara, eu perdi completamente noção das coisas na contemplação de uma imagem que eu conhecia tão bem…Não sabia o que dizer: alegria e reverência prendiam a minha língua.

Mahatma do Himavat

A majestade do seu rosto, que me pareciam a personificação de poder e do pensamento, mantinham-me arrebatado em admiração. Eu estava por fim cara a cara com o Mahatma do Himavat [NT: Himavat é outro nome para os Himalaias e uma figura da mitologia hindu] e ele não era um mito, nenhuma “criação da imaginação de um médium”, como sugeriam alguns cépticos.

Não se tratava de nenhum sonho nocturno, era por volta das nove, dez horas da manhã. Brilhava o Sol, que silenciosamente testemunhava a cena do alto. Eu vejo-O perante mim em carne e osso e ele fala-me com um tom de bondade e gentileza. O que mais posso querer? O meu excesso de contentamento fez-me emudecer.  



Alguns momentos depois eu fui levado a articular algumas palavras, encorajado pelo seu discurso e tom gentil. A sua aparência não é tão formosa como a do Mahatma Koot Hoomi, mas eu nunca tinha visto um semblante tão belo, e uma figura tão alta e imponente.

Como no seu retrato, ele tem uma barba preta curta, e longos cabelos pretos pendendo até ao peito. Apenas a sua roupa era diferente. Em vez de manto solto branco, ele usava um manto amarelo, forrado com pele, e, na sua cabeça…um boné Tibetano de feltro amarelo.



Tive uma longa conversa com ele. Ele disse-me para não ir mais longe, pois eu iria me arrepender. Ele falou que eu deveria esperar pacientemente se eu quisesse ser um chela aceite e que muitos foram aqueles que se ofereceram como candidatos, mas que muito poucos foram considerados dignos. Nenhum foi rejeitado, mas todos eles tentaram e maioria falhou rotundamente…Eu perguntei ao bendito Mahatma se eu poderia contar o que tinha visto e ouvido a outros. Ele respondeu afirmativamente, e que além isso eu faria bem em escrever para você e em descrever tudo”.

Himalaias

Este vídeo foi retirado da BBC. Todas as músicas foram compostas por Rachel Scott-gravado em Townie Productions Weymouth.





"Todos os homens sonham, mas não da mesma forma. Os que sonham de noite, nos recessos poeirentos das suas mentes, acordam de manhã para verem que tudo, afinal, não passava de vaidade. Mas os que sonham acordados, esses são homens perigosos, pois realizam os seus sonhos de olhos abertos, tornando-os possíveis. "

T.E. Lawrence

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