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sábado, 22 de dezembro de 2012

Amor e Luz


Uma vivência espiritual é sempre algo muito pessoal. Faz parte do nosso mundo interior que nem sempre é fácil de definir verbalmente. É como tentar explicar uma música por palavras, sem que o nosso interlocutor a tenha escutado.


Ainda assim, deixo aqui um relato de uma experiência que aconteceu a uma amiga, há cerca de 6 anos atrás:

“Sou uma pessoa comum, alguém que procura encontrar o seu caminho, com altos e baixos como qualquer humano. Momentos transcendentes podem acontecer a pessoas simples, comuns, com tristezas e alegrias, com problemas e conflitos normais do dia a dia. Não é preciso ser perfeito para que isso aconteça. Basta ser humano e estar aberto para saber aceitar essas vivências. E sobretudo, conservar a humildade de perceber que o que recebemos é como o dom do Sol que brilha para todos. Não nos torna mais especiais diante de ninguém. Apenas gratos por ter acontecido.





Já havia lido sobre as experiências de amor e luz que certas pessoas vivenciam em momentos perto da morte. Mas ler e viver são duas coisas completamente distintas.


Quando aconteceu comigo, foi algo tão espontâneo e natural que me surpreendeu completamente. Não se tratou de algo desencadeado por meditação, trauma ou acidente. Foi como uma prenda ao acordar de manhã, depois de um sono comum.


Estava num estado, provavelmente, alterado de consciência, sem qualquer indução da minha parte. Não era algo esperado, ou provocado conscientemente.


Curiosamente, no início, um misto de comoção e de sentimento de não merecer tomaram conta de mim. Parecia-me demasiado intenso e que não seria digna de tal experiência. Analisando todo o processo, percebo que o ser humano nem sempre está disponível para receber a graça que lhe está destinada.





Amor sente-se. A Luz vê-se. E foi assim que aconteceu, em simultâneo. Um Amor que é cheio de Luz. Uma Luz clara cheia de Amor que caía sobre mim como uma cascata, com pequenos pontos dourados e brilhante. Era como se todo o meu ser fosse inundado de Amor profundo, e todas as minhas células banhadas por essa Luz maravilhosa. Não há palavras para descrever.


Compreendi, nessa hora, o que é estar ligada a uma Fonte de Amor inesgotável. Porque o Amor, quando preenche um Ser não permite a escolha de amar. Amar é única coisa que podemos fazer, deixa de ser uma escolha que nos esforçamos por atingir, porque a nossa natureza se transforma em plenitude amorosa. Amamos porque essa se torna a nossa realidade. O medo deixa de existir, não é possível sermos ofendidos por alguém. Não é preciso perdoar, porque o Amor preenche tudo e não existe uma réstia de rancor ou mágoa. Tudo isso desaparece. Tornamo-nos cálices do Amor e a nossa função é transbordar. E transbordamos naturalmente. Compreendi que essa é que é a verdadeira Sagrada Comunhão. Receber o Amor /Luz e transbordar é o propósito da nossa maravilhosa essência espiritual.





Por isso é que um Mestre ama sem esforço nenhum. Não há esforço nesta dimensão do Amor. Ciente das limitações humanas, a pessoa com algum grau de espiritualidade esforça-se por alcançar um amor cada vez mais incondicional. Tal provém da louvável intenção que temos de melhorar enquanto seres humanos, mas o Amor total não precisa sequer de intenções. É demasiado poderoso e infinito. É a bússola que norteia os passos do ser humano em crescimento.”

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