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sábado, 30 de novembro de 2013

Teosofia pura e simples - A morte e a vida depois da morte (2ª parte)

Na semana passada, iniciámos a tradução do texto "A morte e a vida depois da morte", disponibilizado pelo site blavatskytheosophy.com que é gerido por grupo de estudantes ligados à Loja Unida de Teosofistas (LUT). O texto é claro e conciso, expressando a visão da chamada Teosofia original.

Continuemos pois com a 2ª e última parte do texto.

"Devemos esperar que nenhum dos nossos amigos e entes queridos sobreviventes tente estabelecer contacto connosco depois da morte do corpo físico. Será impossível para a nossa alma ser alcançada ou se comunicar com aqueles que permanecem na Terra. As leis da natureza asseguram que não seremos sujeitos a ou vítimas de esforços equivocados daqueles que ficaram para trás em nos contactarem ou em nos trazerem de volta às considerações físicas da vida terrena.

Qualquer tipo de espiritismo, mediunidade e canalizações é sempre perigosa e prejudicial, particularmente para as pessoas que o praticam.

Este livro de Matheson que inspirou um
filme de cinema (e um post no Lua em
Escorpião) descreve de forma curiosa
o que se passa quando um medium
contacta alguém que faleceu 

Embora essas pessoas muito provavelmente não se apercebam, é apenas o nosso Kama Rupa que elas terão alguma hipótese de alcançar. Elas irão confundir esta casca desprovida de alma com o nosso eu verdadeiro, devido à sua capacidade em repetir automaticamente certos factos, detalhes, características e informações que possuímos durante aquela vida. O de tempo de vida do Kama Rupa no Kama Loka será prolongado como resultado de tal interferência e situações e problemas indesejáveis poderão eventualmente surgir. Talvez fosse prudente, antes de falecermos, pedirmos aos nossos familiares e entes queridos que prometam não nos contactar depois de partirmos.

O nosso eu verdadeiro eventualmente emergirá do estado de gestação e entrará num estado beatífico a que a Teosofia chama de Devachan. A consciência regressa à porta do Devachan. Não é um local ou um plano mas um estado. É efetivamente bastante diferente das conceções religiosas populares de Paraíso.

Mestre Morya, outro dos Mahatmas
que também se comunicou por escrito
com Sinnett

Para já, toda a gente tem o seu próprio estádio devachânico, criado por nós próprios involuntariamente a partir da nossa própria consciência. É a exata representação e experiência daquilo em que acreditámos e esperámos e o Paraíso idealizado como se estivéssemos ainda vivos na Terra.

É um estado perfeito de extrema felicidade, paz e alegria. Não há nem mesmo a mais leve sombra, sugestão, ou vestígio de tristeza, deceção, sofrimento ou dor. Todos e tudo o que nós esperámos lá estar vai lá estar, porque é a sua própria criação mental. Até mesmo os nossos entes queridos que deixámos para trás na Terra quando morremos e que ainda estão fisicamente vivos vão lá estar no nosso estado de Devachan. Eles não vão na realidade lá estar, mas parecem lá estar, tão vívida e realisticamente que nunca vamos estar inclinados a questionar o assunto ou a duvidar da realidade da nossa experiência nem por um momento.

Isto é necessário para que aquele seja um estado da maior felicidade possível para nós. Os entes queridos que falecerem antes de nós também vão estar no nosso estado devâchanico, independentemente de há quanto tempo isso sucedeu e até mesmo independentemente de já terem reencarnado novamente.

Uma vez mais, eles não estarão realmente lá, mas parecerão lá estar, tão perfeita, vívida e realisticamente como quando estávamos com eles no plano físico. Alguns deles estarão no seu próprio Devachan, ao mesmo tempo que estamos tendo o nosso, mas a lei da justiça e felicidade perfeitas exige que cada um de nós tenha o nosso próprio Devachan pessoal, que é inteiramente uma construção própria. Portanto, não há interação ou comunicação efetiva entre almas que partiram, mas seremos representados ali, de modo tão real como em vida, no estado devachânico do nosso amado assim como eles vão estar no nosso.

Foto retirada de blavatskywatch.com
No Devachan não há memória ou consciência de ter morrido, ou mesmo de haver tal coisa como a morte. Felicidade, paz e alegria prevalece infalivelmente durante todo o tempo. Sendo uma experiência temporária, subjetiva e criada pelo próprio, ela é realmente um tipo de sonho, mas um sonho tão vívido, tangível e bem definido como a vida na Terra.

A duração da nossa estadia no Devachan será exatamente de acordo com a quantidade e a força do Karma bom ou positivo que acumulámos durante a vida anterior. Isto é o que sustenta e prolonga a nossa experiência devachânica. Isto, naturalmente, varia muito de pessoa para pessoa. Para uma pessoa o Devachan pode durar mil anos ou até mais. Alternativamente, pode talvez durar centenas de anos ou apenas várias décadas. Algumas pessoas regressam para a vida na Terra depois de poucos anos, principalmente se a atração para a existência física e material é uma grande força dentro da sua alma.

De qualquer forma, o nosso estado devachânico acabará por começar a desvanecer-se e caminhar para o final, coincidindo com o processo de reencarnação de nossa alma, desde a conceção, passando pela gravidez e, culminando finalmente no nosso renascimento no plano físico.

Então teremos deixado e descartado para sempre a personalidade e a persona da vida anterior e iremos embarcar numa nova vida, encarnados em, através de,  e como uma nova persona, moldada e determinada pelo seu próprio Karma passado. E deste modo a jornada de evolução e de desdobramento interno em curso continua. Como diz Krishna no Bhagavad Gitâ : "O fim de nascimento é a morte, o fim da morte é o nascimento. "

Foto tirada de theosophywatch.com

Eu espero que se sintam agora reassegurados que a morte não é o fim e o nascimento não é o começo.

Este é um resumo e uma visão geral do que H.P. Blavatsky e seus Adeptos Instrutores têm a dizer sobre a morte e a vida após a morte. Quem pretender explorar os ensinamentos teosóficos sobre a morte em maior detalhe, está convidado a dar uma olhada no artigo “Quando morremos”. Outros artigos que tratam de alguns dos tópicos mencionados aqui incluem “Um entendimento correto da reencarnação, Um entendimento correto do Karma”, “A natureza setenária do homem” e O perigo e a ilusão das canalizações”.”


E assim termina este artigo da Blavatskytheosophy.com. Em  breve, o Lua em Escorpião publicará mais traduções para português deste site.

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