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sábado, 2 de novembro de 2013

In memoriam – Radha Burnier

Na passada 5ª feira, dia 31 de outubro, faleceu em Adyar na Índia, por volta das 21 horas locais (14h30m em Portugal), a sétima presidente internacional da Sociedade Teosófica (Adyar), Radha Burnier.


Radha Burnier em 2008


Segundo o jornal The Hindu, Radha estava já bastante debilitada, pois sofria de cancro e tinha sido operada recentemente. Contudo uma infeção aguda do miocárdio foi a causa da sua morte. Ela tinha sofrido já um acidente vascular cerebral ligeiro há três anos atrás.

Os anteriores presidentes da ST Adyar haviam sido: Henry Steel Olcott (1875-1907), Annie Besant (1907-1933), George Arundale (1933-1945), Jinarajadasa (1945-1953), Sri Ram (1953-1973) e  John Coats (1973-1979).

Nallan C. Ramanujachary colocou uma pequena biografia de Radha no fórum theos-talk, que achei por bem traduzir, após a devida permissão dada pelo conhecido teosofista indiano. As imagens e videos foram colocados por mim.




“Radha Burnier (15 de novembro 1923 – 31 de outubro 2013) nasceu em Adyar, Índia. Foi presidente da Sociedade Teosófica de Adyar de 1980 até à sua morte em 2013 e Secretária Geral da Seção Indiana da Sociedade entre 1960 e 1978.

Radha era filha de Nilakanta Sri Ram que foi o quinto presidente da ST Adyar [NT: O avô de Radha, Nilakanta Sastri, um erudito em sânscrito já havia sido membro da ST]. Ela recebeu educação em escolas teosóficas e foi aluna da Escola de dança clássica de Arundale, “Rukmini Devi” (a Fundação Kalakshetra). Mais tarde Radha foi para a Universidade Hindu de Benares onde se licenciou com distinção e tirou um mestrado em Sânscrito, sendo a melhor da Universidade. Ela desempenhou um papel central no filme de Jean Renoir “O Rio Sagrado” (“Le Fleuve” no original).





Radha aderiu à Sociedade Teosófica em 1935 e foi presidente das Lojas de jovens e de adultos durante vários anos. Ela foi Presidente da Federação Teosófica de Madras (1959-63) e bibliotecária e funcionária na sede da Secção Indiana da ST (1945-1951). Radha foi membro do Conselho Geral da ST (Adyar) desde 1960 e pertenceu ao Comité Executivo, Comité Financeiro e ao Conselho da Theosophical Publishing House durante muitos anos.

Deu muitas palestras por todo o mundo regularmente desde 1960 e foi oradora convidada em muitas convenções, congressos e escolas de verão. Presidiu a três congressos mundiais da ST: 1982 em Nairobi, Quénia; 1993 em Brasília, Brasil e 2001 em Sydney, Austrália. Em julho de 1990 conduziu dois concorridos seminários sobre “Regeneração Humana” no Centro Teosófico Internacional em Naarden, Holanda, que incluiu participantes de muitos países.


N. Sri Ram, o pai de Radha Burnier


Numa das sessões, falando de “Regeneração e os Objetivos da ST”, ela disse: “Fraternidade universal, a realização de uma mente onde não haja preconceito nenhum, nenhuma barreira contra seja o que for, é regeneração, pois uma consciência desse género é completamente diferente da consciência comum”.

Foi autora de numerosos artigos no “The Theosophist”, do qual ela tem sido a editora desde 1980, e de outras revistas teosóficas. Radha supervisionou e dirigiu o trabalho da Biblioteca e Centro de Investigação de Adyar e era a editora das publicações e jornais de investigação da Biblioteca. Também traduzia trabalhos em sânscrito para publicação.

Radha Burnier era a líder do Instituto de Teosofia de Krotona em Ojai, Califórnia, do Manor Centre em Sydney e presidente do Centro Teosófico Internacional  em Naarden, Holanda. Foi também presidente da Olcott Education Society, da Ordem Teosófica de Serviço (fundada por Annie Besant em 1908), da Besant Education Fellowship e fundadora do Movimento Nova Vida para a Índia (1968), que promove a cidadania correta, os valores corretos e o direito aos meios adequados entre os indianos. Ela foi um antigo membro do “Le Droit Human” e líder da Ordem do Oriente da Co-Maçonaria Internacional. Também foi colaboradora próxima de Jiddu Krishnamurti  e uma das administradoras da Fundação Krishnamurti Índia. A 4 de novembro de 1980, a convite de Radha, Krishnamurti visitou Adyar depois de uma ausência de 47 anos. Ele caminhou com ela e com vários dos residentes em Adyar desde a porta principal do complexo até à beira-mar e visitou a praia onde foi descoberto por C.W.Leadbeater. Dois anos mais tarde, em dezembro de 1982, durante a Convenção do Centenário de Adyar, Krishnamurti plantou uma árvore bodhi em Adyar.”

E assim termina, o texto de N. Ramanujachary.


Krishnamurti e Radha


S.R. Raghavan, diretor geral honorário da Sociedade Teosófica disse ao jornal “The Hindu”:

“Ela foi uma senhora com os mais elevados princípios e integridade. O seu coração, alma e vida foram entregues à causa da Teosofia”.





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