Na passada 5ª feira, dia 31 de outubro, faleceu em Adyar na
Índia, por volta das 21 horas locais (14h30m em Portugal), a sétima presidente
internacional da Sociedade
Teosófica (Adyar), Radha Burnier.
Radha Burnier em 2008 |
Segundo o jornal The
Hindu, Radha estava já bastante debilitada, pois sofria de cancro e tinha
sido operada recentemente. Contudo uma infeção aguda do miocárdio foi a causa
da sua morte. Ela tinha sofrido já um acidente vascular cerebral ligeiro há
três anos atrás.
Os anteriores presidentes da ST Adyar haviam sido: Henry Steel Olcott
(1875-1907), Annie Besant
(1907-1933), George
Arundale (1933-1945), Jinarajadasa
(1945-1953), Sri Ram
(1953-1973) e John Coats
(1973-1979).
Nallan C. Ramanujachary colocou
uma pequena biografia de Radha no fórum theos-talk, que achei por bem
traduzir, após a devida permissão dada pelo conhecido teosofista indiano. As imagens e videos foram colocados por mim.
“Radha Burnier (15 de novembro 1923 – 31 de outubro 2013)
nasceu em Adyar, Índia. Foi presidente da Sociedade Teosófica de Adyar de
1980 até à sua morte em 2013 e Secretária Geral da Seção Indiana da Sociedade
entre 1960 e 1978.
Radha era filha de Nilakanta Sri Ram que foi o quinto
presidente da ST Adyar [NT: O avô de Radha, Nilakanta Sastri, um erudito em
sânscrito já havia sido membro da ST]. Ela recebeu educação em escolas
teosóficas e foi aluna da Escola de dança clássica de Arundale, “Rukmini Devi”
(a Fundação Kalakshetra).
Mais tarde Radha foi para a Universidade Hindu de Benares onde se licenciou com
distinção e tirou um mestrado em Sânscrito, sendo a melhor da Universidade. Ela
desempenhou um papel central no filme de Jean Renoir “O Rio Sagrado” (“Le
Fleuve” no original).
Radha aderiu à Sociedade Teosófica em 1935 e foi presidente
das Lojas de jovens e de adultos durante vários anos. Ela foi Presidente da
Federação Teosófica de Madras (1959-63) e bibliotecária e funcionária na sede
da Secção Indiana da ST (1945-1951). Radha foi membro do Conselho Geral da ST
(Adyar) desde 1960 e pertenceu ao Comité Executivo, Comité Financeiro e ao
Conselho da Theosophical Publishing House durante muitos anos.
Deu muitas palestras por todo o mundo regularmente desde
1960 e foi oradora convidada em muitas convenções, congressos e escolas de
verão. Presidiu a três congressos mundiais da ST: 1982 em Nairobi, Quénia;
1993 em Brasília, Brasil e 2001 em Sydney, Austrália. Em julho de 1990 conduziu dois concorridos seminários sobre “Regeneração Humana” no Centro
Teosófico Internacional em Naarden, Holanda, que incluiu participantes de
muitos países.
N. Sri Ram, o pai de Radha Burnier |
Numa das sessões, falando de “Regeneração e os Objetivos da
ST”, ela disse: “Fraternidade universal, a realização de uma mente onde não
haja preconceito nenhum, nenhuma barreira contra seja o que for, é regeneração,
pois uma consciência desse género é completamente diferente da consciência
comum”.
Foi autora de numerosos artigos no “The
Theosophist”, do qual ela tem sido a editora desde 1980, e de outras
revistas teosóficas. Radha supervisionou e dirigiu o trabalho da Biblioteca
e Centro de Investigação de Adyar e era a editora das publicações e jornais
de investigação da Biblioteca. Também
traduzia trabalhos em sânscrito para publicação.
Radha Burnier era a líder do Instituto
de Teosofia de Krotona em Ojai, Califórnia, do Manor Centre em Sydney e
presidente do Centro Teosófico
Internacional em Naarden, Holanda. Foi
também presidente da Olcott
Education Society, da Ordem
Teosófica de Serviço (fundada por Annie Besant em 1908), da Besant
Education Fellowship e fundadora do Movimento Nova Vida para a Índia (1968),
que promove a cidadania correta, os valores corretos e o direito aos meios adequados entre os indianos.
Ela foi um antigo membro do “Le Droit Human” e líder
da Ordem do Oriente da Co-Maçonaria Internacional.
Também foi colaboradora próxima de Jiddu Krishnamurti e uma das administradoras da Fundação
Krishnamurti Índia. A 4 de novembro de 1980, a convite de Radha, Krishnamurti
visitou Adyar depois de uma ausência de 47 anos. Ele caminhou com ela e com
vários dos residentes em Adyar desde a porta principal do complexo até à
beira-mar e visitou a praia onde foi descoberto por C.W.Leadbeater. Dois anos
mais tarde, em dezembro de 1982, durante a Convenção do Centenário de Adyar,
Krishnamurti plantou uma árvore
bodhi em Adyar.”
E assim termina, o texto de N.
Ramanujachary.
Krishnamurti e Radha |
S.R. Raghavan, diretor geral honorário da Sociedade
Teosófica disse ao jornal “The Hindu”:
“Ela foi uma senhora
com os mais elevados princípios e integridade. O seu coração, alma e vida foram
entregues à causa da Teosofia”.
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