Continuamos nesta semana, com a tradução do texto de Barend Voorham, "Raja and Hatha Ioga", publicado na revista Lucifer, editada pela Theosophical Society Point Loma - Blavatsky House.
"Os exercícios de ioga devem
permear todas as atividades da nossa vida diária, incluindo os nossos deveres
sociais e cívicos, que variam conforme o tipo específico da consciência de cada
indivíduo. O Ioga, na antiga Índia não significava apenas a execução de alguns
exercícios para a obtenção de paz mental, mas estava completamente integrado na
vida quotidiana.
Hierarquia do
Hindustão
Se homens e mulheres cumprissem
os seus deveres sociais e responsabilidades através da disciplina do ioga que
correspondesse com o seu estado individual de consciência, existiria uma
sociedade ideal.
Assinale-se que a qualidade da
consciência individual não passa automaticamente de pais para filhos, como
supõe o atual sistema de castas indiano. A ideia original deste sistema está
ligada na verdade aos quatro tipos de consciência principais, mas ao pensarem erradamente
que uma criança vai herdar a qualidade da consciência dos seus pais, esta ideia
eventualmente degenerou num horrível sistema de divisão, exploração e
injustiça. A verdadeira ideia dos quatro tipos de consciência formarem a
estrutura de uma sociedade justa também pode ser encontrada na “Politeia” de
Platão.
União - com quê?
Se o propósito do Ioga é procurar a união através da prática da disciplina, a questão óbvia é: ”união com quê?” Alguém que acredita em Deus pode pensar numa união com Deus. Mas na filosofia do Ioga não pode ser este o caso. Todas as antigas escolas hindus ensinam a natureza composta do homem. A consciência do homem pode ser dividida em diferentes camadas, diferentes planos, que estão inter-relacionados de modo hierárquico. Cada escola tem o seu próprio sistema. Na essência a ideia é a mesma, mas algumas escolas podem ser mais detalhadas na divisão do que outras. Todas as escolas partilham a ideia de uma base e de um topo. A base é o corpo, que tem a função de veículo. O topo é a raíz da nossa consciência, fonte a partir da qual os outros princípios abaixo fluem para a manifestação. O objetivo do ioga é a união do homem pessoal – o tipo de consciência que a maioria das pessoas expressa na vida quotidiana – com aquele princípio mais elevado da sua natureza composta. Em sânscrito, esta raíz do nosso próprio eu chama-se Âtman, uma palavra que se pode traduzir como Eu [Self, no original]. Não se deve pensar neste Eu como um princípio ou fim absolutos, mas sim como um horizonte relativo para nós próprios, seres humanos. Ainda não temos a capacidade de olhar para lá dele. Âtman é a nossa principal ligação com o ilimitado. O homem pessoal deve abrir a sua consciência interior ao ponto em que ele percecione em si próprio o aspeto Âtmico e se torne uno com ele. Então ele perceberá que é uma parte do ilimitado, do infinito.
Se o propósito do Ioga é procurar a união através da prática da disciplina, a questão óbvia é: ”união com quê?” Alguém que acredita em Deus pode pensar numa união com Deus. Mas na filosofia do Ioga não pode ser este o caso. Todas as antigas escolas hindus ensinam a natureza composta do homem. A consciência do homem pode ser dividida em diferentes camadas, diferentes planos, que estão inter-relacionados de modo hierárquico. Cada escola tem o seu próprio sistema. Na essência a ideia é a mesma, mas algumas escolas podem ser mais detalhadas na divisão do que outras. Todas as escolas partilham a ideia de uma base e de um topo. A base é o corpo, que tem a função de veículo. O topo é a raíz da nossa consciência, fonte a partir da qual os outros princípios abaixo fluem para a manifestação. O objetivo do ioga é a união do homem pessoal – o tipo de consciência que a maioria das pessoas expressa na vida quotidiana – com aquele princípio mais elevado da sua natureza composta. Em sânscrito, esta raíz do nosso próprio eu chama-se Âtman, uma palavra que se pode traduzir como Eu [Self, no original]. Não se deve pensar neste Eu como um princípio ou fim absolutos, mas sim como um horizonte relativo para nós próprios, seres humanos. Ainda não temos a capacidade de olhar para lá dele. Âtman é a nossa principal ligação com o ilimitado. O homem pessoal deve abrir a sua consciência interior ao ponto em que ele percecione em si próprio o aspeto Âtmico e se torne uno com ele. Então ele perceberá que é uma parte do ilimitado, do infinito.
Entre Âtman, este topo relativo e
o corpo físico existem diferentes etapas ou graus, que diferem entre si nas
características. Quanto mais perto está a etapa ou o grau de Âtman, mais
intensa será a consciência da unidade de toda a vida e mais sublime será esta
característica. Neste artigo nós assumimos os seguintes graus: o divino, o
espiritual, a mente, os desejos, a vitalidade, o astral e o físico.
Corrente de consciência
Também se pode olhar para o homem como uma corrente de consciência. Nessa corrente, o raio divino atravessa etapas, níveis ou graus de consciência e a cada nível transforma-se numa força ativa. Conjugadas, estas forças ativas formam uma hierarquia de consciência, em que os graus de desenvolvimento mais elevados funcionam como uma comporta num canal, adequando a corrente de consciência para um grau menos desenvolvido.
Cada um destes pontos de
transformação é um ser vivo com uma característica específica. Podemos chamá-la
de Ego (um “Eu”). Em essência cada Ego contém as mesmas qualidades que Âtman, o
Ego Divino, a fonte a partir do qual ele flui, da mesma forma que um raio de
sol possui dentro de si tudo o que é do Sol.
Portanto todo o ser humano é uma
composição de diferentes forças, energias e egos. Existe uma contante interação
e troca de todas estas forças. A vida corre continuamente entre essas
diferentes entidades ou “transformadores” vivos.