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sábado, 11 de maio de 2013

Discutindo Teosofia na Internet


No passado mês de Dezembro, o teosofista holandês Jan Kind – editor da revista Theosophy Forward e responsável pelo site com o mesmo nome – escreveu um editorial bastante interessante sobre a problemática da discussão de Teosofia nas comunidades da internet.

Jan Kind

O Lua em Escorpião pediu a devida autorização para a tradução desse texto, que foi amavelmente concedida, e agradece desde já ao editor da Theosophy Forward.

Segue-se o editorial escrito por Jan Kind.

“Parece-me que algumas redes sociais sobre Teosofia estão a experienciar uma crise de identidade. Nunca devemos generalizar, existem naturalmente exceções, mas alguns moderadores estão claramente se colocando numa posição de autoproclamada superioridade e também se têm tornado progressivamente intolerantes com aqueles que têm perspetivas diferentes das deles. Os participantes são banidos, ridicularizados ou mesmo demonizados se as suas perspetivas não estiverem em consonância com as dos moderadores. Onde para a liberdade de pensamento, a Teosofia e os seus princípios?

Não é certamente minha intenção contribuir também para a aparente confusão, acrescentando ainda mais uma perspetiva pessoal. O que se tem contudo tornado evidente, é que alguns, ao mesmo tempo que designam os seus sites de teosóficos ou usam a palavra Teosofia, efetivamente aboliram H.P. Blavatsky. Segundo eles, ela, com toda a sua produção literária, entendeu tudo errado, e pior do que tudo, pode ter sido, no fim de contas, uma fraude. O que nós chamamos hoje de Teosofia precisa de ser completamente redefinido ou reformulado e não deveria circunscrever-se exclusivamente ao relacionado com ela.

É-nos dito até, que quem quiser conhecer a Teosofia, deve evitar as Sociedades Teosóficas de HPB, que no seu presente estado são inconsistentes, diluídas, criadoras de dogmas, transformando a Teosofia numa religião. Somos prevenidos especialmente sobre os seguidores de HPB: estes de acordo com alguns comentadores, estão obcecados, agarrando-se a crenças vagas e a fantasiosos mestres invisíveis. HPB e as suas ideias não se adequam ao século XXI. Ela limita a criatividade e bloqueia o progresso. Os blavatskyanos são um verdadeiro perigo para a raça humana. Vocês estão avisados!

Eu posso ter estado enganado, mas nunca acreditei que Helena Blavatsky fosse a mensageira suprema, mas do meu ponto de vista limitado, acho que ela chegou contudo bem perto. Portanto, afirmar que aqueles que optam por estudar exclusivamente o seu trabalho estão a se autolimitar, que são rígidos e completamente tolos, não é simplesmente correto.

Eu sempre achei difícil discutir os conceitos teosóficos típicos e profundos com outros, quanto mais falar sobre Teosofia através da internet. É uma experiência tão pessoal, a qual sou forçado a partilhar quando estou na internet, ou talvez eu seja demasiado tímido. Isto conduz-nos a uma questão subtil. Será que as redes sociais teosóficas sobreviveram a si mesmas? Terão elas realmente uma função? Serão capazes de fazer transmitir algo? Poderão os ensinamentos teosóficos ser discutidos na internet e será possível apreender completamente a magnitude deste fenomenal sistema de pensamento enquanto se olha para o monitor do nosso computador?

Eu não tenho a resposta, mas sei que a internet oferece muita coisa, embora ao mesmo tempo tenha um número de limitações e muitas vezes os diálogos na rede terminem em combates descontrolados de “a favor ou contra”, onde todos perdem. Talvez por essa razão, a Sociedade Teosófica na América (Adyar) decidiu encerrar o seu site Ning, o que é por um lado lamentável, mas por outro lado, compreensível.

Não há muito tempo, os participantes noutro site, passaram muito tempo discutindo ardentemente, as provas recém-descobertas de que Albert Einstein tinha efetivamente uma cópia d’ “A Doutrina Secreta” na sua secretária. Eu não subestimo a importância de uma prova definitiva dessas, mas foi impressionante ver o quão excitados alguns estavam. Em vez de se falar sobre o que “A Doutrina Secreta” tem para oferecer ao mundo, não se passou do habitual bate-papo típico das redes sociais e de alegadas possibilidades. Ou estarei enganado?

Serei um pouco antiquado? Mas sim, eu creio que a questão crucial não deveria ser o que a Teosofia pode fazer por nós, como se fossemos capazes de consumi-la, mas o que nós podemos fazer pela Teosofia. A este respeito, eu creio que as ações, tal como o estudo profundo podem ajudar-nos. Podemos ler diferentes livros e seguir diferentes linhas de pensamento. Talvez possamos visitar vários sites de internet e dar o nosso contributo se quisermos, mas ao fim do dia, apenas os nossos atos contam e nada mais.

Então em vez de intimidar os outros, ou de lhes dizer o que pensar ou não, deveríamos dedicar-nos em ajudar de modo humilde e incondicional este problemático planeta. Então pergunto, o que fizeste hoje…?

Aqui estão alguns sites para visitarem:

(altamente recomendado)

(não concordo com os moderadores, mas de qualquer modo é de leitura interessante)

http://groups.yahoo.com/group/theos-talk
(um site criado por Eldon Tucker, mas presentemente gerido por outra pessoa)”

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