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sábado, 29 de setembro de 2012

A Ética de Helena Blavatsky (1ª parte)


Numa conferência internacional realizada na Grécia no passado mês de Julho, intitulada “Tradições Esotéricas no Mundo Antigo e Moderno”, assinalam-se várias palestras como sendo de especial interesse, sendo que uma delas, da responsabilidade de Brett Forray, foi já abordada no post sobre “O Caso Judge”.

Podemos ainda mencionar a comunicação não presencial de K. Paul Johnson sobre a relação entre a Sociedade Teosófica (ST) e a Irmandade Hermética de Luxor (a quem esteve intimamente ligado Max Théon).

Max Théon

Há uns anos, K. Paul Johnson concebeu uma teoria pouco fundamentada para identificar os mestres próximos de Helena Blavatsky, gerando forte oposição de Daniel Caldwell e de David Pratt. Apesar de disparatada, devido ao excesso de suposições sem qualquer base, esta comunicação sobre a ligação entre a ST e Irmandade de Luxor é interessante e tal como escreveu Blavatsky, as ideias devem ficar de pé ou não, consoante o seu mérito e sou de opinião que ninguém deve ser proscrito por apresentar uma tese menos feliz.

Marc Demarest, que tem à sua guarda o material de Emma Hardinge Britten, uma inglesa que esteve muito próxima da ST nos seus primórdios até se incompatibilizar com Blavatsky, falou sobre Godfrey Higgins, o autor de Anacalypsis, um livro obscuro que é citado por Blavatsky nas suas obras e em relação ao qual Blavatsky confirma muitas referências. Na altura, o jornal “New York Herald” escreveu na sua crítica a “Ísis sem Véu” que este livro seria o suplemento a Anacalypsis. O título da palestra de Marc Demarest é o “O Ocultista de Sofá: Higgins, Anacalypsis e o Ocultismo Moderno” e é também bastante interessante.

Capa de Anacalypsis


Mas o tema deste post será a conferência de April Hejka-Ekins sobre como está definida a ética nos escritos de Helena Blavatsky.


Mais para o final da sua vida e com certeza desiludida com o comportamento de muitos teosofistas, HPB começou a carregar um pouco mais a nota sobre a necessidade de um comportamento e acção adequadas por parte dos seres humanos e em particular daqueles que se comprometiam a ser altruístas e a trabalhar para que a humanidade se tornasse mais fraterna.

Em termos do que sucedeu na altura, o esforço de HPB foi de certo modo inglório, pois acabaria por morrer a 8 de Maio de 1891, no que por exemplo Alice Leighton Cleather interpreta como resultado do falhanço dos seus alunos mais próximos (que constituam o Grupo Interno da Secção Esotérica) em praticar o altruísmo. Em “H.P. Blavatsky as I Knew Her” (“H.P. Blavatsky tal como a conheci”), que foi publicado em 1923, Cleather reconhece que havia competição e ciúmes entre os poucos membros daquele Grupo. Esperava-se que HPB ficasse entre os vivos mais alguns anos pelo menos até o encerramento do ciclo que terminaria em 1897/98.

Não obstante, nestes 121 anos que passaram desde a morte de HPB muitos puderam beneficiar destes ensinamentos mais práticos deixados pela “Velha Senhora”. Os livros “A Chave para a Teosofia” e “A Voz do Silêncio”, bem como algumas das instruções de cariz privado dadas aos seus alunos (que entretanto foram publicadas por exemplo em “The Esoteric Papers of Madame Blavatsky”) são bastante ricos em ensinamentos sobre como ultrapassar as armadilhas que derivam das deficiências, ou melhor insuficiências do nosso “Eu Inferior”.



Mas vejamos de forma breve, o que diz April Hejka-Ekins. Esta teosofista começa por referir que a ética blavatskiana faz a ponte entre a teoria (conhecimento) e a prática, sendo essencial para a transformação pessoal. No fundo ela é a base para trazer para a nossa vida quotidiana a sabedoria de viver.

Ela usa a metáfora que a vida espiritual é como um um banco de 3 pernas: conhecimento, prática e ética. Esta última faz a ponte entre as duas primeiras.

Para Hejka-Ekins ética é a forma como agimos uns para com os outros, sendo que apresenta 4 dimensões: mundivisão, código moral, virtude e motivação.

Esta teosofista refere que todas as pessoas têm uma mundivisão, umas são inconscientes disso, outras não, e é com base nessa mundivisão que vão agir.

A partir daí desenvolvem um código moral (valores e princípios) baseado no que acreditam. Sem honestidade e confiança não há base para o humanismo. A igualdade de tratamento, coragem e preocupação por todos os seres são a rocha básica dos relacionamentos. Uma regra de ouro é tratar os outros como gostaríamos de ser tratados.

A palestrante fala também na virtude que relaciona com o cultivo das nossas qualidades e com o balanceamento dos pontos fortes e fracos da nossa personalidade. O desenvolvimento da virtude exige esforço.

Enquanto que as duas dimensões acima referidas são basicamente do foro cognitivo, esta terceira já tem a ver essencialmente com o carácter humano.

A existência de modelos de virtude é bastante importante, pois inspiram as pessoas e ajudam a desenvolver a virtude em cada um de nós.

Ela dá exemplos sobre no que consiste o balanceamento acima referido. Demasiada coragem pode levar a imprudência. Ao invés, pouca é cobardia. O excesso de virtude pode levar a um exagero. São citados como exemplos Gandhi, que era muito duro para com a sua família, e também a Madre Teresa de Calcutá que tinha uma autoridade excessiva para com aqueles que trabalhavam com ela.

Gandhi


Para além da mundivisão, dos valores e do sentido de virtude, a motivação é outro dos factores que influi na ética do ser humano, sendo necessário perceber o que nos move.

Hejka-Ekins, na segunda metade da sua palestra cita directamente Blavatsky e serão esses excertos que veremos na próxima semana, na 2ª parte de “ A ética de HPB”.

sábado, 22 de setembro de 2012

Nicholas Goodrick-Clarke


Nos primeiros dias de Setembro tomei conhecimento do falecimento de Nicholas Goodrick-Clarke.

Goodrick-Clarke era professor de Esoterismo Ocidental e Director do Centro de Estudos de Esoterismo (EXESESO) que estava integrado na Escola de Humanidades e Ciências Sociais da Universidade de Exeter no Reino Unido. Foi também um dos fundadores da Sociedade Europeia para o estudo do Esoterismo Ocidental.

Nicholas Goodrick-Clarke (foto tirada do site Blavatsky Trust)


O objectivo do EXESESO é incentivar a investigação avançada sobre aspectos comparativos e históricos das tradições esotéricas desde o período Helenístico  (323 A.C a 146 A.C.), passando pelo Renascimento até ao período moderno e aos dias de hoje.

Apoiados por professores reconhecidos os alunos dos cursos tinham três objectivos principais:

-Documentar e analisar novos temas na história do esoterismo (pessoas, grupos e movimentos);
-Perceber as alterações no campo social, religioso e filosófico que conduzem ao esoterismo e avaliar a sua influência na cultura, politica e sociedade;
-Entender as características fundamentais que definem a espiritualidade esotérica, que muitas vezes se manifesta como uma experiência religiosa, ao mesmo tempo que oferece uma perspectiva sobre a alma individual no contexto da Natureza e do Universo.

Além da sua carreira académica, Nicholas Goodrick-Clarke foi também o autor de diversos livros, salientando-se:

The Occult Roots of Nazism: Secret Aryan Cults and Their Influence on Nazi Ideology



Nesta obra, o autor destrói alguns dos mitos relacionados com o impacto de alguns aspectos do ocultismo nas raízes do nazismo e delimita essa influência. Será talvez a obra mais conhecida de Goodrick-Clarke, estando traduzida para várias línguas.

Existe uma versão em Portugal editada pela Terramar em 2002 com o título “Raízes ocultistas do nazismo: cultos secretos arianos e sua influência na ideologia nazi”.


Hitler's Priestess: Savitri Devi, the Hindu-Aryan Myth and Neo-Nazism




Esta obra tem como objecto a vida de Savitri Devi, uma ideóloga da extrema-direita que viveu algum tempo na Índia e se converteu ao hinduísmo.

Helena Blavatsky


Parte da coleção Mestres do Esoterismo Ocidental, neste livro encontramos um resumo da vida de HPB, sem grandes detalhes nem polémicas, mas com o delinear das principais ideias apresentadas por Blavatsky, normalmente recorrendo a citações. Sendo um livro honesto, as biografias de Sylvia Cranston e de Overton Fuller são para um teosofista, bastante mais úteis. Não deixa de ser contudo uma óptima introdução.

Ainda no âmbito desta colecção, Goodrick-Clarke também está ligado à edição de livros sobre Paracelso e Emanuel Swedenborg. Todos estes livros estão traduzidos para português por editoras brasileiras.

The Western Esoteric Traditions: A Historical Introduction



Um bom livro sobre uma visão histórica das tradições esotéricas do Ocidente, e que sem dúvida servia de óptimo material de apoio aos alunos dos cursos criados por Goodrich-Clarke.

G. R. S. Mead and the Gnostic Quest



Também parte da colecção Mestres do Esoterismo Ocidental, este é um livro sobre o papel de Mead nesta área da Tradição Esotérica. Ele foi o secretário particular de Blavatsky nos últimos anos da vida da Velha Senhora e dedicou-se especialmente à investigação do papel do gnosticismo. Mead foi também o autor de um conhecido livro sobre Apolónio de Tiana.


Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism, and the Politics of Identity





Publicado em 2004 no Brasil pela Editora Madras com o título “Sol Negro: cultos arianos, nazismo esotérico e políticas de identidade”, aborda uma das áreas de especialização de Goodrick-Clarke e que é o da ligação do ocultismo com movimentos de extrema-direita.

Teosofista, Nicholas Goodrick-Clarke faleceu no passado dia 29 de Agosto, vítima de doença prolongada e a ele se pode atribuir o regresso do estudo sobre o mundo esotérico ao meio académico.

O site Blavatsky Trust presta-lhe aqui o devido  tributo, falando da colaboração entre Geoffrey Farthing  e Goodrick-Clarke e do apoio financeiro dado pela Blavatsky Trust para o regresso do esoterismo à Universidade.

sábado, 15 de setembro de 2012

Mistério nos campos (3º parte)


Terminamos, com esta terceira e última parte, a tradução do post do blog "Theosophy Watch" intitulado "Mystery in the Fields".

"Os locais sagrados

Stonehenge, Woodhenge, Avebury, Stanton Drew são parte de um muito mais vasto complexo sagrado, mais relevante que qualquer um deles tomado isoladamente. Talvez esta antiga paisagem espiritual seja a inspiração subjacente que impulsiona a cada ano a enigmática criação dos misteriosos criadores de círculos.



Abaixo uma vista parcial da planície de Salisbury vendo-se Stonehenge à distância, quase insignificante face à magnífica formação numa plantação de flores amarelas de colza.


“Imagens do segundo círculo na plantação que apareceu no Reino Unido, localizado em Stonehenge, Wiltshire”, informa o veterano fotógrafo de círculos nas plantações Steve Alexander. 

"A formação foi encontrada a 9 de Maio de 2010 numa plantação de colza.

A formação tinha mais de 150 metros de comprimento e parecia lá estar pelo menos dois dias antes de eu voar por cima dela, pois a plantação tinha recomeçado a crescer, e por isso a formação não estava tão definida e evidente como as formações normalmente estão no início.”

Círculos em Stonehenge



Não são obra do homem

“O círculo na plantação perto de Stonehenge,  relatado no dia 9 de Maio de 2010 não é de autoria humana”, diz o investigador e autoridade no fenómeno de círculos nas plantações Andrew Pyrka no seu relatório de campo:

“Foi num domingo 7 de Julho de 1996 que os criadores do círculo na plantação fizeram uma formação à luz do dia, no mesmo terreno há 14 anos atrás!

Os autores voltaram a este lugar uma vez mais fazendo uma gigantesca formação de 150 metros, muito perto da auto-estrada  A303, mas quem lá passasse não daria por nada.


Na direcção oposta fica Stonehenge, que é patrulhado por seguranças durante toda a noite. Quando chegámos ainda estava escuro e estacionámos perto do perímetro de Stonehenge e sem muita demora uma lanterna foi apontada para nós.

Não há qualquer dúvida que estes tipos [os seguranças] são muito atentos e logo nos questionaram sobre se tínhamos alguma intenção de SALTAR, um termo frequentemente usado por eles, pois frequentemente saltadores trepam por cima da vedação e correm para Stonehenge só para tocar nas pedras.


Nós perguntámos-lhes se tinham vito ou ouvido alguma coisa nas últimas noites, ao que eles redarguiram que não tinham visto ou ouvido nada inusitado e não se tinham apercebido que a formação alguma vez lá estivesse.

Qualquer que seja a mensagem tenho a certeza que vai manter-nos ocupados durante os próximos meses a tentar explicá-la.

Os criadores uma vez mais escolheram uma plantação menos madura, mas eu penso que podemos dizer com segurança que localização e posicionamento desempenham um papel importante na sua escolha de entregar esta importante mensagem a todos nós."

Nova ordem



O relatório de campo de Andrew continua…

“O gelo que cobria a formação na colza era tão grande que a olho nu era muito difícil determinar qual o desenho. O que podem ser descritas como estradas fluidas afunilam de pontos mais largos para mais estreitos encontrando-se no círculo central, e ainda existia algo nunca antes visto em plantas de colza – um complexo cesto sobressaía na formação, tal como já se havia visto em 2009 numa plantação de trigo.

Pelo menos 80% das plantas da formação estão agora a se reerguer e a retomar o seu crescimento, apenas dias após uma força de natureza inexplicável afectar a sua floração.

Também foi maravilhoso ver os habituais tufos das hastes em pé, com caules a rodopiar a base – algo que eu baptizei o ano passado como bouquet.

Esta formação tal como muitas outras, é o produto de criações precisas e sem falhas pelo artesão mestre.

Eu mantenho a minha posição de informar a todos que as duas primeiras formações desta temporada são criações perfeitas e não são obra do homem!

Para finalizar este pequeno relatório, devo referir que uma vez mais sentimos que olhos observadores estiveram connosco a partir do horizonte distante."

As imagens abaixo são de uma bola de luz brilhante no círculo numa plantação em Stonehenge em 10 de Maio de 2010.




"A bola de luz apareceu-nos duas vezes em dois locais diferentes. Às vezes muito brilhante e visível claramente à luz do dia.



Uma bola de luz apareceu em duas ocasiões, e em dois locais diferentes, às vezes resplandecendo com um brilho que era claramente visível numa manhã clara e solarenga – um acontecimento testemunhado por outras cinco pessoas. Muito obrigado pela vossa atenção.”


O futuro?
Por H.P.Blavatsky em "Ísis sem Véu" (vol I, p.129 da edição em português da Editora Pensamento)

“Uma era de desilusão e de reconstrução vai começar – não, já começou. O ciclo quase cumpriu o seu curso; um novo ciclo está prestes a começar, e as futuras páginas da história do homem não só conterão toda a plena evidência, como também conduzirão à plena prova de que:

Se devemos acreditar em algo dos ancestrais,
É que os espíritos desceram para conversar com o homem,
E lhe revelaram segredos do mundo desconhecido.”

Sabedoria dos egípcios
(por Sinésio)

“Não deves pensar que os deuses não têm que fazer, ou que a sua descida a esta terra é perpétua. Pois eles descem em períodos ordenados de tempo, com o propósito de transmitir um impulso benéfico na humanidade.

Pois existe com certeza na morada terrestre uma tribo sagrada de heróis que presta atenção à humanidade, e que lhes dá assistência mesmo nas pequenas coisas…

“Esta tribo heróica é, tal como foi no passado, uma colónia de deuses aqui estabelecida para que esta morada terrestre não fique destituída de uma melhor natureza.”


Newgrange 

Concerto das Celtic Woman (A New Journey)



sábado, 8 de setembro de 2012

Mistério nos campos (2ª parte)


Continuamos a tradução do texto "Mystery in the fields" do blog "Theosophy Watch", que foi iniciada a semana passada.

Símbolos sagrados

Círculos nas plantações com desenhos básicos, tal como anéis concêntricos ligados por linhas, são comuns na arte megalítica. Por exemplo aquele encontrado em Knowth, Irlanda (em baixo) e que se estima ter 5000 anos de idade, será possivelmente um relógio de Sol ou um calendário lunar.


No solstício de Verão, um conjunto de círculos nas plantações foi descoberto em Waden Hill, Wiltshire em 21 de Junho de 2003. O desenho parecia quase idêntico ao relógio de Sol gravado na pedra megalítica em Knowth – dez séculos antes!



O relógio de Sol

Então, no início da temporada de 2007 – a 15 de Abril – uma imagem num campo apareceu em Oliver’s Castle numas plantas de colza de um amarelo brilhante (ver abaixo).

A formação consistia num “disco externo” redondo e largo, com sete “ondas” curvilíneas a atravessá-lo, e também parecia representa um relógio de Sol.

Flores da planta de colza


Dois jovens aventureiros determinados a visitar a formação de perto, viram eles próprios que os pesados caules quebrados das plantas de colza não tinham sido partidos por acção humana.

Eles observaram que todas as hastes foram de facto gentilmente dobradas e a plantação continuava viva e crescendo – a única garantia de uma formação de círculos nas plantações genuína, à prova de fraude.


Geometria Sagrada

“Pode esta formação representar um relógio de Sol megalítico, tal como aqueles que eram construídos na pedra em locais antigos da Irlanda ou Inglaterra há 5000 anos atrás?, pergunta o investigador de círculos nas plantações Red Collie.



Muitos glifos codificam a quadratura do círculo, o que significa a fusão do espírito com a matéria, salienta David Pratt. “ A geometria sagrada assumiu um papel fundamental nos crescentemente complexos glifos das plantações que têm aparecido desde o início dos anos 90 do século XX.”

“Para minha surpresa, eu próprio encontrei que “ondas” similares às que apareceram em Oliver’s Castle, estavam aparentemente esculpidas em Newgrange”, escreve Red Collie.

“A civilização sempre desenvolveu os aspectos físico e intelectual a expensas dos aspectos psíquico e espiritual”, escreve Blavatsky no volume III d’ “A Doutrina Secreta” (p.337).

Diz ela: “O domínio sobre a própria natureza psíquica e a sua direcção, que os ignorantes atribuem hoje ao sobrenatural, eram faculdades inatas e congénitas na humanidade primitiva, e desenvolviam-se no homem tão naturalmente como andar e pensar.”


Newgrange

O mais notável em Newgrange, uma enorme zona com vestígios do neolítico, são as gravações de espirais infinitas.


Aquilo que é demonstrado muito claramente neste local sagrado é a capacidade de antigos construtores de medir com precisão o ano solar.

“ Uma pequena frecha de sol que parece uma adaga atravessa o chão da passagem até a câmara central durante exactamente 17 minutos durante o solstício de Inverno.”

As pessoas juntam-se em Newgrange durante o amanhecer em cada uma das manhãs desde 18 a 23 Dezembro inclusive. O nascer do Sol é às 8:58.

Raça esquecida

Newgrange é celebrado pelo grupo musical feminino Celtic Woman, concebido e reunido por Sharon Browne e David Downes, um antigo director musical do show do teatro irlandês Riverdance.


Letra

Há um lugar a Este
Anel misterioso, um anel mágico de pedras
Os druidas já viveram aqui em tempos, diziam eles
Esquecida é a raça de que ninguém sabe

O túmulo circundado de uma era diferente
Linhas secretas esculpidas em pedras antigas
Reis heróicos deitaram-se para descansar
Esquecida é a raça de que ninguém sabe

Espera pelo Sol num dia de Inverno
E um raio de luz brilha sobre o chão
Anel misterioso, um anel mágico
Esquecida é a raça de que ninguém sabe!


“Se a disposição de círculos, anéis, barras, etc… encontradas em pictogramas complexos nas formações nas plantações do início dos anos 90 representam uma linguagem simbólica precisa, ninguém até hoje conseguiu decifrá-la”, diz David Pratt.

Deverá ser recordado que a evolução em espiral é dual”, escreve Blavatsky em "Isis sem Véu e o Vishistadwaita", um artigo sobre a metafísica espiritual que está subjacente à evolução:

“…e o caminho da espiritualidade, vira-se, como um saca-rolhas, para dentro e à volta da evolução física, semi-física e suprafísica.”


Desde o final dos anos 70 o número de círculos tem aumentado exponencialmente, em especial nos condados do sul de Inglaterra de Wiltshire e Hampshire, e os desenhos têm se tornado cada vez mais elaborados.

É digno de registo, diz Pratt, que “alguns destes desenhos nas plantações também apareçam em antigos petróglifos”, como se pode ver abaixo neste agrupamento de glifos feito por  nativos americanos.


Na próxima semana será colocada a terceira e última parte.

sábado, 1 de setembro de 2012

Mistério nos campos (1ª parte)


Este texto é a primeira parte da tradução de mais um post do blog de Odin Townley, “Theosophy Watch”

O tema é bastante controverso e alguns teosofistas não gostam de misturar este tipo de questões, relacionadas com círculos nas plantações (em inglês “crop circles”) com a Teosofia. Townley, pelo contrário, não tem problemas com isso, considerando o assunto bastante inspirador. Sendo eu também um interessado neste tema, achei o texto de Townley excelente, bem merecendo a sua tradução para português.

Aqui vai…

“Muitas testemunhas acreditam que os círculos nas plantações são mitologia espiritual moderna, incorporando mensagens ocultas com símbolos codificados.
Estes símbolos vivos aparecem misteriosamente todos os Verões nos campos de Wiltshire, Reino Unido e noutros locais, o que constitui uma presença enigmática passível de dar azo a várias interpretações.

Alguns observadores asseguram que as formações simbólicas são “mandalas de esperança” para o nosso problemático mundo, conforme conclui David Pratt no seu artigo “Os círculos nas plantações e a sua mensagem”.

“O elemento básico dos glifos nas plantações é o círculo”, acreditando Pratt que isso simboliza “unidade, espaço ilimitado e o espírito criativo espiritual ou força divina. Os círculos nas plantações com anéis e satélites às vezes assemelham-se a diagramas de elementos químicos, com os seus eléctrons em órbita.”

Admitindo “tacitamente a omnipresença do Círculo sem Limites”, ele é “o Postulado universal sobre que se alicerça todo o Universo manifestado ” conforme  H.P. Blavatsky explica n’ “A Doutrina Secreta” [vol IV, p.159 da edição em português da Editora Pensamento]

“Embora revoluções e mudanças pareçam ser precipitadas por coisas externas que nos acontecem  (…) este processo está dependente de uma evolução interna, de uma manifestação interior.”, assegura a teosofista Lauren Coleman, no seu blog de astrologia.


Geometria sagrada

“Ao anunciar o início do Verão e o mais longo dia do ano, o solstício de Junho era chamado de pleno Verão [NT:Midsummer no original] pelos Celtas”, escreve a astróloga Elaine Kalantarian.

Muitas pessoas acreditam que os círculos nas plantações que aparecem no Verão em Wiltshire transportam uma mensagem simbólica codificada. (Clique aqui ou na foto abaixo para ver os últimos círculos).


Os peritos em simbologia tal como o pesquisador Freddy Silva, sugerem que as formas enigmáticas nos campos de cultivo são geometria sagrada e podem representar “mandalas de esperança” para o nosso problemático mundo.

O erudito teosofista David Pratt, também pensa o mesmo.  No seu entusiasmante artigo  “Os círculos nas plantações e a sua mensagem” ele teoriza: “O elemento básico dos glifos nas plantações é o círculo que pode simbolizar unidade, espaço ilimitado e o espírito criativo espiritual ou força divina.”


“Os círculos nas  plantações com anéis e satélites às vezes assemelham-se a diagramas de elementos químicos, com os seus eléctrons em órbita”, acrescenta Pratt.

A magia do círculo

“Ao passo que  admite tacitamente a omnipresença do Círculo sem Limites e dela faz o Postulado universal sobre que se alicerça todo o Universo manifestado ” conforme  H.P. Blavatsky explica n’ “A Doutrina Secreta” [vol IV, p.159 da edição em português da Editora Pensamento],
 “…o Sábio guarda um silêncio reverencioso a respeito daquilo que não deve ser objecto das especulações do homem mortal.”


“A ciência começou recentemente a provar aquilo que antigos mitos e religião têm sempre defendido”, escreve Lynne Mctaggart no seu pioneiro livro “The Field” [O Campo], admitindo que:
“…pode existir algo como a energia vital.”



Referindo-se a esta energia vital, H.P. Blavatsky baptizou-a de “Fohat” – o termo tibetano para o movimento consciente e enérgico do Espírito Supremo.

Blavatsky explica, que quando esta força cruzar “o Circulo como duas linhas de chamas, (horizontal e verticalmente),” (notem a similaridade com o desenho da foto acima na plantação), simboliza que “…as Legiões de Seres Abençoados jamais deixaram de enviar os seus representantes aos Planetas sobre os quais tiveram a missão de velar desde o começo.”

Que diabo?

Nunca quis ser uma realizadora de filmes”, admite Suzanne Taylor. “Mas no momento em que pela primeira vez testemunhei o mistério e a beleza espantosas dos círculos nas plantações, tudo mudou. De algum modo, os círculos e os seus segredos preencheram-me com um sentimento de espanto, de alegria e de esperança (por mim própria, pela humanidade, pelo nosso mundo). Acima de tudo, eu tinha o intenso desejo de partilhar esta experiência incrível. Com todos. Em todo o lado.”



Um gigantesco mistério

Deixando pouco espaço à imaginação, uma enorme cruz celta de quase 200 metros de largura com espirais internas apareceu a 15 de Agosto de 2008 num campo de trigo perto de Devizes, Wiltshire, Reino Unido."


Continua na próxima semana...