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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Paralisia do Sono ou Catalepsia Projectiva?

Pessoalmente, e desde muito jovem, aconteceram-me diversas experiências de paralisia do sono. Houve tempos em que acontecia quase todas as noites. Chegava a ter medo de dormir. Havia períodos em que isso sucedia com enorme frequência, e outros em que se tornava mais raro o fenómeno.
Na verdade cresci com isso, o que me incomodava muito.
Com o tempo fui procurando respostas e hipóteses explicativas para o problema. O que antes denominava de pesadelos assustadores começou a ser entendido a partir de outra perspectiva.
Quem nunca vivenciou uma experiência do género, não tem ideia do quanto pode ser assustadora.
Como se não bastasse a incapacidade de se mover, acrescenta-se um verdadeiro guião de um filme de terror. A sensação de que se encontram presenças estranhas no quarto, vozes, gritos ou gargalhadas sarcásticas, a visão de diabos e seres desconhecidos, peso sobre o peito e a certeza de que estamos realmente perdidos e de que não se pode pedir socorro, porque a voz não sai. Algumas situações são mais assustadoras do que outras, mas, em todas elas, a aflição é real e o medo está bem presente.
A paralisia do sono pode acontecer a qualquer individuo, e é uma experiência frequentemente relatada por pessoas comuns, e que não sofrem de distúrbios patológicos do sono. Pode ocorrer ao adormecer, e ao acordar, num período intermediário entre o sono e a vigília. Dura o tempo suficiente para que seja aterrador, uma vez que poucos minutos, ou simples segundos, podem durar uma eternidade de tormento.
De acordo com os especialistas, a verdadeira causa é a denominada atonia REM, que acontece quando o cérebro paralisa os músculos, a fim de evitar movimentos durante os sonhos. É uma forma de proteger o sonhador enquanto dorme.
O distúrbio acontece quando o cérebro paralisa os músculos antes no início do sono, mesmo que ainda não estejamos completamente adormecidos. Por outro lado, também surge ao acordar de um estado REM, visto que o cérebro se comporta como se ainda estivéssemos a dormir.
Então, nestas situações, vivenciamos alucinações derivadas dos próprios sonhos, que agora se confundem com a realidade, enquanto a pessoa sofre a paralisia.
A melhor forma de sair da situação é ficar calmo (o que é de facto extremamente difícil) e tentar mexer apenas um dedo, ou respirar profundamente.
Para a ciência, todas as visões, ruídos e estranhas vivências do desgraçado sofredor, são pura e simplesmente ilusões criadas pelo cérebro.
É evidente que as nossas crenças e experiências vividas, bem como o estado emocional de uma pessoa, influenciam os nossos sonhos e as ilusões que acontecem neste distúrbio.
No entanto, não gostaria de colocar de parte a possibilidade de estarmos perante outra realidade, a catalepsia projectiva, tal como defendem os projeciologistas. Ou seja, a possibilidade de estar perante um dos sintomas da saída da consciência do corpo físico.
Se bem que não se possa negar as influências das ilusões oníricas, parece-me viável que se olhe mais além.
Poderia contentar-me apenas com a explicação científica. Mas alguns indícios fizeram com que me inclinasse a analisar esta última possibilidade.
Parece-me importante considerar os factos, com algum discernimento, sem se deixar enredar em aparentes fantasias. Mas também não se deve colocar de lado hipóteses alternativas e, para isso, é oportuno manter o espírito aberto.
Um dos episódios que vivenciei, em Setembro de 1998, fez com olhasse para a catalepsia projectiva de forma bem mais atenta.
Tinha estado no curso de fim-de-semana, em que se debateram vários temas sobre espiritualidade.
Na altura travei conhecimento muito superficial com uma senhora, ainda jovem, que ali se encontrava. Praticamente mal falei com ela.
Nessa noite porém tive uma paralisia do sono muito aterrorizante. Fiquei em pânico e pedi ajuda mentalmente. Quem tem fé, acredite quem está a ler este artigo, começa logo a rezar…
Daí a um mês houve outro encontro de fim se semana, e fiquei a saber que a senhora em questão tinha algo a dizer-me.
Sem saber absolutamente nada do que se passara, contou-me que, precisamente durante a noite dessa minha paralisia, viu-me a flutuar e a pedir ajuda porque estava muito aflita.
Bom, talvez fosse apenas uma coincidência muito estranha. Ou seria telepatia? Mas o facto impressionou-me muito e iniciei as minhas pesquisas sobre a catalepsia projectiva.
Tinha praticamente todos os sintomas que eu nem sequer sabia serem de uma possível projecção. Na verdade, foi com uma enorme surpresa que descobri o quanto me encaixava nas explicações que ia descobrindo.
A paralisia do sono praticamente desapareceu, nos últimos anos. Agora, a sensação imediata é de estar a sair do corpo e de começar a flutuar. Outras vezes, tomo consciência que estou a deslocar-me a alta velocidade, atravessando o vento, e basta pensar em voltar para que seja, naturalmente, aspirada, para dentro do corpo físico. São mesmo estas as sensações que tenho, de “descolar” e “aterrar” no corpo, sem passar pela catalepsia propriamente dita. É bem mais rápido, quando acontece
Cuidadosamente, tento separar as vivências subjectivas de algum facto mais pontual, que possa ser indício de alguma objectividade, onde possa apoiar-me. É evidente que isso não implica que as experiências, ainda que impossíveis de provar, não sejam valiosas e transformadoras.
Nunca procurei projectar-me, nem pratico qualquer tipo de treinos. Acontece de forma espontânea, e nunca forço nada. Não me considero uma pessoa experiente no assunto, porque na verdade, não me dediquei a esse objectivo. Apenas quero compreender-me melhor. Continuo a deixar que tudo se passe no ritmo que tiver de acontecer.
Apresentei aqui diversas formas de considerar o fenómeno, como sendo real ou alucinatório (ou até uma mistura de ambas as possibilidades, dependendo da lucidez do interveniente). Parece-me importante que as pessoas tenham acesso a diferentes hipóteses de explicação, para decidirem em conformidade com as suas próprias experiências. Uma investigação constante é necessária e, actualmente, existem pesquisadores dedicados que estudam a projecção de consciência, pois o conhecimento amplia a nossa visão, e reflecte-se nas nossas opções de entendimento da Vida.

1 comentário:

  1. "A sensação de que se encontram presenças estranhas no quarto, vozes, gritos ou gargalhadas sarcásticas, a visão de diabos e seres desconhecidos, peso sobre o peito e a certeza de que estamos realmente perdidos e de que não se pode pedir socorro".
    Disse tudo, rs

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