É com grande satisfação que introduzo este tema no “Lua em
Escorpião”. Com efeito, um dos meus primeiros interesses – bem anterior ao meu
encontro com a Teosofia que data de abril de 2003 – foi o fenómeno OVNI e de uma das explicações para o mesmo, a de que esses veículos não identificados eram
tripulados por entidades externas à Terra.
Um dos livros que espoletou as
minhas pesquisas neste tema foi escrito pelo insigne e entretanto falecido
Prof. John E. Mack, fundador do departamento de Psiquiatria do Cambridge
Hospital, que estava ligado à Harvard Medical School.
John E. Mack (1929-2004) foto: www.philipcoppens.com |
Usando a hipnose com os
seus pacientes descobriu que alguns deles tinham (alegadamente) sido raptados
por seres extraterrestres. O trabalho do prof. Mack não foi bem aceite pelos
seus pares, que o acusavam de por em perigo a reputação da instituição, tendo
sido nomeado um comité que investigou o seu trabalho. Um processo penoso, ao
qual Mack sobreviveu. O John E. Mack
Institute mantém viva a memória do trabalho do prof. Mack (existe uma lista de artigos em
português) e decorre um levantamento de fundos para fazer um filme sobre a
vida dele (aqui
está uma biografia em português, logo abaixo da versão em inglês).
Independentemente, de ter presentemente algumas dúvidas sobre as conclusões do
prof. Mack, não há dúvidas que foi um homem de grande coragem.
Futuramente, o Lua em
Escorpião irá publicar um texto em exclusivo sobre o prof. Mack com base em
artigos relativamente recentes publicados em títulos conhecidos da imprensa
norte-americana.
Há muitos casos de proximidade entre a Teosofia e a busca da
verdade sobre o fenómeno OVNI. Por exemplo na Suécia, os grupos de investigação
dos OVNI e publicações relacionadas foram iniciados por teosofistas da
Sociedade de Adyar, como conta aqui,
Hakan Blomqvist.
Esse interesse de teosofistas nos OVNI e nos ET pode ser
exemplificado no vídeo abaixo onde uma longa conferência sobre o tema é dada
por um especialista holandês de nome Gerard Aartsen. Como se pode ouvir na
introdução há a referência que Aartsen já abordou o assunto em vários grupos teosóficos
da Grã- Bretanha. Já ouvi esta palestra há uns anos e pude-me atualizar sobre uma
série de questões, pois depois de ter descoberto a Teosofia, o meu interesse
sobre estes assuntos reduziu-se bastante. Naturalmente franzo o sobrolho a
muitas das alegações de Aartsen.
Presentemente sigo com atenção o percurso de Leslie Kean, uma jornalista freelancer norte-americana, que aborda apenas o lado dos OVNI sem fazer a ligação com a questão “extraterrestre”. O seu livro “UFOs - Generals, Pilots, and Government Officials Go on the Record” [OVNI – Generais, Pilotos e funcionários do Governo dão o seu testemunho] é exemplar na forma como aborda o assunto, além do contar com um prefácio de John Podesta, antigo chefe da casa civil do presidente Bill Clinton.
Leslie Kean e a capa do seu livro Foto www.ufo.com.br |
O trabalho dos ufólogos brasileiros é reconhecida
mundialmente e a comprovar o facto está a reunião
mantida com o Ministério da Defesa do seu país em 2013, e que não foi feita
às escondidas.
Podíamos ainda acrescentar o Projeto COMETA na França, como outro exemplo da atenção que merece o fenómeno. Daí que textos como este sejam perfeitamente dispensáveis. Trocada a palavra OVNI por Teosofia e aplicado o mesmo tom sarcástico e desdenhoso encontraremos textos semelhantes atacando a filosofia perene.
Podíamos ainda acrescentar o Projeto COMETA na França, como outro exemplo da atenção que merece o fenómeno. Daí que textos como este sejam perfeitamente dispensáveis. Trocada a palavra OVNI por Teosofia e aplicado o mesmo tom sarcástico e desdenhoso encontraremos textos semelhantes atacando a filosofia perene.
Como dizia o sábio indiano Narada “Deve-se aprender para conhecer, conhecer para
compreender, compreender para julgar”, senão o mais certo é sair asneira.
O melhor texto que conheço que relaciona os dois temas é este, que um dia o Lua em Escorpião
conta traduzir. Estava previsto que isso acontecesse no próximo verão, mas já
existe material para essa altura, pelo que ficará para 2016.
Depois desta longa introdução, há que passar ao artigo de
Matthew Webb, editor do site blavatskytheosophy.co.uk, do qual já vários
artigos foram traduzidos, todos eles a gerarem enorme interesse. Matthew Webb é
associado da Loja Unida de Teosofistas (LUT). O texto aborda o tema da existência
de vida fora da Terra, fundamentalmente com base em “A Doutrina Secreta”, de
H.P. Blavatsky. As imagens que intercalam o texto são da minha responsabilidade.
Pergunta-se o que a Teosofia e o seu maior expoente moderno,
H.P. Blavatsky, têm a dizer sobre a existência de “alienígenas” ou de vida
extraterrestre.
H.P. Blavatsky (1831-1891) |
Na terceira secção de maior dimensão do volume II de “A
Doutrina Secreta” intitulada “Ciência e a Doutrina Secreta comparadas”[NT: na
edição atualmente disponível em língua portuguesa corresponde ao conteúdo
constante no volume IV, a partir da p.215], HPB
faz um conjunto de referências a este assunto, começando por dizer (nas
p. 698-699) [NT:p.268-270 em português] que “Acerca da Raça-raiz Ariana e das
suas raízes está a Ciência tão mal informada quanto sobre os homens de outros
planetas. Com exceção de Flammarion e de alguns poucos astrónomos místicos, a maior parte
nega a habitabilidade dos outros planetas. Entretanto, os sábios das primeiras
raças do tronco ariano eram tão grandes Astrónomos-Adeptos que pareciam saber
muito mais das raças de Marte e de Vénus que os nossos modernos antropólogos
sobre as raças dos primeiros estados da Terra.”
O que se entende por Raça-raiz Ariana está explicado nos artigos “Atlântida e Lemúria” e “Evolução Humana em A Doutrina Secreta”. A própria HPB, embora usando este termo por conveniência e para a compreensão consistente dos seus leitores e estudantes, admitiu que aplicar o termo “Ariano” em massa para a totalidade da nossa Quinta Raça é de certo modo impreciso, pois Aryavarta (o nome antigo da Índia) era o lar da primeira sub-raça da Quinta Raça-raiz, mas não da quinta e última sub-raça, que é a Europeia, que atualmente prevalece na Europa, EUA, Australásia e etc…
Marte Foto:hypescience.com |
O que se entende por Raça-raiz Ariana está explicado nos artigos “Atlântida e Lemúria” e “Evolução Humana em A Doutrina Secreta”. A própria HPB, embora usando este termo por conveniência e para a compreensão consistente dos seus leitores e estudantes, admitiu que aplicar o termo “Ariano” em massa para a totalidade da nossa Quinta Raça é de certo modo impreciso, pois Aryavarta (o nome antigo da Índia) era o lar da primeira sub-raça da Quinta Raça-raiz, mas não da quinta e última sub-raça, que é a Europeia, que atualmente prevalece na Europa, EUA, Australásia e etc…
Mas o que é declarado especificadamente por HPB, pelo Mestre Koot Hoomi e pelo Mestre Morya – que, em declarações próprias e assinadas, afirmaram que escreveram e produziram “A Doutrina Secreta” juntamente com ela (ver Quem escreveu a Doutrina Secreta?) é de que existem efetivamente “homens de outros planetas”…mesmo de “raças de Marte e de Vénus”, cuja existência e detalhes eram conhecidos de alguns dos primeiros astrónomos iniciados da Índia e do Oriente.
Num capítulo intitulado “Da cadeia de planetas e da sua pluralidade” encontramos o seguinte:
“Conheciam os antigos outros mundos além do nosso? Quais são
os dados em que se apoiam os Ocultistas par a afirmar que cada Globo é uma
Cadeia Setenária de Mundos – dos quais só um é visível – e que tais mundos
foram, são e serão “habitados por homens”, como também o são todas as estrelas
e planetas visíveis? Que pretendem eles dizer quando se referem a uma
“influência moral e física” exercida sobre o nosso Globo pelos Mundos Siderais?
Estas são as questões que frequentemente nos são propostas e que devemos examinar em todos os seus aspetos.
À primeira das duas questões damos a seguinte resposta: Nós
acreditamos, porque a primeira lei da Natureza é a uniformidade na diversidade,
e a segunda a analogia. “ Em cima como em baixo”. Já se foram, e para sempre,
os tempos em que os nossos piedosos antepassados acreditavam que a Terra
ocupava o centro do Universo, e em que a Igreja e os seus arrogantes servidores
podiam insistir em considerar blasfémia a suposição de que outros planetas
estivessem habitados.” [NT: DS, vol. IV, p.270]
Continua na próxima semana.
Continua na próxima semana.
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