Prosseguimos com a tradução, recomendando-se a leitura prévia da primeira parte.
Algo que interessava o Dr. Stevenson eram as fobias que resultavam de traumas de vida passadas. Como escreveu o Dr. Jim Tucker:
“Outra área que interessava Ian era o comportamento destas crianças. Ele escreveu um artigo sobre fobias que muitas das crianças evidenciavam, habitualmente relacionadas com a forma como morreram nessa vida de que alegavam se recordar (Stevenson, 1990a). Ele relatou que 36% das crianças num conjunto de 387 casos evidenciava esses receios. Ocorriam quando a criança era muito jovem, muitas vezes antes de fazer alegações sobre a vida passada. Ele descreveu, por exemplo, uma rapariga no Sri Lanka que enquanto bebé resistia a tomar banho de tal forma que três adultos tinham de a agarrar. Com seis meses, ela também mostrou uma fobia pronunciada de autocarros e mais tarde descreveu a vida de uma rapariga noutra aldeia que andava por uma rua estreita entre campos de arroz alagados, quando se desviou para evitar um autocarro que passava e caiu à agua, afogando-se.” O artigo de jornal original onde estas descobertas foram publicadas pode ser encontrado aqui.
Como afirmava uma crítica no Journal of the American Medical Association, “com respeito à reencarnação ele meticulosa e friamente reuniu um conjunto detalhado de casos da Índia, casos nos quais a prova é difícil de explicar noutros termos.” O crítico acrescenta: “Ele disponibilizou uma quantidade significativa de dados que não podem ser ignorados.” O seu artigo ‘‘The Explanatory Value of the Idea of Reincarnation’’ [O valor explicativo da ideia da reencarnação] teve milhares de pedidos de reimpressão por parte de cientistas de todo o mundo. As suas descobertas também foram publicadas em revistas científicas como o Journal of Nervous and Mental Disease e o International Journal of Comparative Sociology.
Em 2005, durante uma apresentação na Penn State University, o Dr. Jim B. Tucker, um pedopsiquiatra da Universidade da Virgínia, contou que uma mãe estava inclinada sobre uma mesa para mudar a fralda do filho quando a sua criança disse inesperadamente “Quanto eu tinha a tua idade, costumava mudar-te as fraldas.”. Sam Taylor, do estado do Vermont, nasceu 18 meses depois da morte do seu avô. Quando ele fez este comentário, tinha apenas alguns anos [NT: um ano e meio mais precisamente]. Aos 4 anos e meio, Taylor era capaz de apontar para o seu avô numa fotografia da escola onde apareciam mais de vinte pessoas e identificar o primeiro carro do seu avô a partir de uma fotografia.
A reencarnação não pode mais ser olhada como alguma fantasia pseudocientífica, religiosa ou dogmática da Nova Era, nem tão pouco a alma. Podemos inferir a realidade da alma porque é a melhor explicação para os todos os dados existentes. Deverá existir uma parte não-física de nós (a própria consciência, talvez) que contém memórias que deixam o nosso corpo e entram num novo corpo. Esta é uma hipótese que tem merecido séria atenção no grosso da comunidade académica e que a investigação tem vindo a amadurecer até aos dias de hoje. Quando pegamos em todas as provas e olhamos para elas sem que o enviesamento religioso ou científico interfira, parece que não apenas temos justificação para a crença na reencarnação, como pode ser esta a melhor de todas as explicações nos casos mais sólidos.
“Não é uma surpresa nascer mais do que uma vez; tudo na natureza é ressurreição” – Voltaire
Mais provas sobre a existência da alma podem ser encontradas nas ligações abaixo:
Laidlaw, R. W. (1967). Review of Twenty Cases Suggestive of Reincarnation. American Journal of Psychiatry, 124, 128.
King, L. S. (1975). Reincarnation. JAMA, 234, 978
Leitura recomendada: Vida Antes da Vida pelo Dr. Jim Tucker e "Jornada das Almas" pelo Dr. Michael Newton.
Fim da tradução.
Embora pessoalmente recomende vivamente o livro do Dr. Tucker, em relação à outra sugestão manifesto algumas dúvidas. Os livros do Dr. Newton são a "bíblia" do movimento new age, e estão baseadas na terapia de regressão a vidas passadas. Existem vários pontos conflituantes com a doutrina teosófica e alguns de convergência, mas subsistem dúvidas quanto ao método utilizado e à veracidade das lembranças. O Lua em Escorpião irá naturalmente no futuro voltar a abordar esta questão.
A principal valia do texto de Bancarz é a sua abordagem simples e o facto de referir alguns dos casos que Stevenson e Tucker investigaram.
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