A semana passada, o Lua em Escorpião publicou a 1ª parte de "Homens de outros planetas", um artigo de Matthew Webb, associado da Loja Unida de Teosofistas (LUT). Nessa primeira parte, foi feita uma longa introdução, recomendando-se a sua leitura antes de prosseguir.
Avancemos para 2ª parte do texto de Matthew Webb.
Página de entrada do Blavatsky Theosophy Group |
A Teosofia ensina que globos, planetas, estrelas, etc..,
quer do nosso sistema solar quer para lá dele existem com o propósito de serem
habitados e para a evolução.
A referência nesta citação em particular à “cadeia setenária
de mundos” é simplesmente um lembrete do ensinamento fundamental da Teosofia de
que cada planeta conhecido – tal como a Terra, Marte, Mercúrio, Vénus, Saturno,
Júpiter, etc… é de facto um sistema setenário que consiste de sete globos, onde
apenas um dos quais está no nível físico material em cada um dos casos. Isso é
dizer que cada globo físico tem seis globos não físicos que existem em conexão
próxima e inseparável ao seu lado para fins de evolução contínua.
No caso da cadeia terrestre, o globo D é onde nos encontramos presentemente |
Os seres de cada planeta, sejam eles seres terrestres,
marcianos, venusianos ou quaisquer, passam de globo para globo da sua cadeia
planetária num processo cíclico e definido extremamente lento e gradual de desdobramento
e progresso interno, ao longo de milhares de milhões de anos, passando pelos
sete globos sete vezes antes que o processo em curso seja realizado.
Como no nosso caso a evolução está presentemente em ação e
em curso no globo físico da nossa
cadeia terrestre, a visão e perceções da humanidade terrestre estão confinadas
apenas ao nível de ser físico material. Por várias razões, a evolução prossegue
a diferentes ritmos nos diferentes planetas no nosso sistema. Em “A Doutrina
Secreta” é dito especificamente que existe “vida em Marte” mas que está a ter
lugar num dos globos não-físicos da cadeia de Marte, sendo que o globo visível
físico e fisicamente visível desta cadeia está presentemente num estado de
“obscurecimento” designado em Sânscrito por Pralaya e que é basicamente uma
paralisia temporária e ausência de vida até que a onda de vida evolutiva de
Marte passe uma vez mais para o nível físico.
Ao mesmo tempo é-nos dito que a vida está agora começando
novamente no planeta físico Mercúrio depois de longas eras e éons da evolução
daquela cadeia planetária terem tido lugar nos seis restantes globos.
Mercúrio |
Embora a perceção e conhecimento de outros planetas por
parte dos seres humanos e da vida lá presente seja limitada e confinada àquilo
que conseguem ver com os próprios olhos físicos e àquilo que lhes é dito pelas
descobertas da ciência - o valor da qual é extremamente limitado devido à sua
abordagem grosseiramente materialista em relação a tudo – já os Adeptos iniciados
e os Mestres de Sabedoria não sofrem essa restrição.
“Os grandes adeptos (os que são, naturalmente, iniciados),
por bons videntes que sejam, só podem alegar o conhecimento completo da
natureza e do aspeto dos planetas que pertencem ao nosso Sistema Solar…Eles
sabem que os Mundos Planetários estão quase todos habitados, mas – ainda que em
espírito – só podem ter acesso aos do nosso sistema; e sabem também quanto é
difícil – inclusive para eles – entrar em relações completas até mesmo com os
planos de consciência dentro do nosso Sistema, diferindo como diferem, dos
estados de consciência possíveis no nosso Globo; tais, por exemplo, como os que
existem na Cadeia de Esferas dos três planos que transcendem os da nossa Terra.
Essas relações e esse conhecimento são-lhes possíveis porque aprenderam o modo
de penetrar em planos de consciência fechados à perceção ordinária do homem;
mas, se eles comunicassem o seu conhecimento, o mundo não ficaria mais sábio
por isso, uma vez que ao homem falta a experiência de outras formas de
perceção, que é o único meio capaz de permitir-lhe compreender o que lhe
viessem a dizer.” [NT: A Doutrina Secreta, vol. IV, p.272]
H.P. Blavatsky |
Depois desta explicação, HPB acrescenta: “Não deixa contudo,
de subsistir o facto de que a maior parte dos Planetas, assim como as Estrelas
situadas além do nosso Sistema são habitados, facto esse que os próprios homens
de ciência admitem.”
Nesses “homens da ciência” estão incluídas personagens
famosas como Laplace, Herschell e o célebre astrónomo e teosofista francês
Camille Flammarion. O ponto final que iremos abordar neste breve artigo foi
levantado por Flammarion no seu trabalho “Sur la pluralité des mondes habités”
(“Sobre a pluralidade dos mundos habitados”) onde ele escreveu:
“Aos olhos dos autores que
escreveram sobre este assunto, a Terra é o tipo do mundo, e o homem da Terra, o
tipo dos habitantes do céu. Todavia, é bem mais provável que, a natureza dos
mundos sendo essencialmente variada, os meios e as condições de existência
essencialmente diferentes, as forças que presidiram à criação dos seres, e as
substâncias que entraram em sua constituição recíproca, essencialmente
distintas, o nosso modo de existência não
pode, de maneira alguma, ser considerado como aplicável aos outros globos. Os
que escreveram sobre este assunto deixaram-se dominar pelas ideias terrestres e
caíram no erro. [itálico nosso].
Camille Flammarion (1842-1925) |
A este respeito, a Senhora
Blavatsky conclui que: “parecendo completamente inútil entrar em questões
detalhadas de fisiologia, etc… acerca destes hipotéticos habitantes; porque,
afinal de contas, o leitor não poderia chegar senão a uma ampliação imaginária
do meio ambiente que lhe é familiar…as humanidades de outros mundos diferem de
nós tanto na sua organização interna como no seu tipo físico exterior.” [NT:
op.cit, p.278]
Nós, seres humanos, temos a
tendência de retratar tudo à nossa imagem e semelhança, embora fazer isso seja
muitas vezes enganoso, para não dizer infantil.
A Teosofia sustenta portanto que existe vida e que existem seres noutros planetas e que efetivamente cada planeta e
globo já foi habitado, está habitado, ou será habitada no futuro, mas é
impossível para nós possuir nem que seja uma conceção parcialmente precisa ou
uma ideia da vida ou seres nesses planetas, porque a nossa natureza humana
limitada nos restringe a sermos capazes de “chegar senão a uma ampliação
imaginária do meio ambiente que [nos] é familiar.”
Um teosofista dará pois pouca
credibilidade às teorias “dos homenzinhos verdes” ou de seres extraterrestres e
das suas civilizações praticamente idênticas de quase todas as formas aos seres
humanos e à civilização, tal como têm alegado numerosos médiuns e clarividentes
ao longo dos anos.
Foto: www.educatinghumanity.com |
Quanto aos relatos cada vez mais
frequentes em todo o mundo de alienígenas e OVNIs, há que olhar para os mesmos
com uma combinação sadia de interesse e ceticismo até que factos e detalhes
definidos e inatacáveis venham à luz, recordando que o mais importante não é
uma obsessão com alienígenas e as suas supostas naves espaciais mas como a ajuda,
cura e serviço à humanidade - fisicamente e com a Luz da Verdade espiritual e
universal – para que a nossa raça humana não se afunde ainda mais num suicídio
moral, ético, psicológico e espiritual.
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