O artigo baseia-se num levantamento originalmente feito por Katinka Hesselink e para entender o contexto é necessário ler o primeiro post da série.
Katinka Hesselink |
FIGURAS RELIGIOSAS [E ESPIRITUAIS]
Alice
Ann Bailey (1880-1949), conhecida como Alice A. Bailey ou AAB, foi uma
influente escritora e instrutora nos domínios do espiritual, oculto, cura
esotérica, astrologia, temas cristãos e outros de cariz religioso. Em 1915
Bailey descobriu a Sociedade Teosófica e o trabalho de Helena Petrovna
Blavatsky (Bailey, pags. 134-136 [provavelmente a sua Autobiografia Inacabada]).
A Sociedade Teosófica declarou que Bailey envolveu-se [na Sociedade] apenas em
1917. (…). [Diz-nos a E.T.
que Bailey casou pela segunda vez em 1917 com Foster Bailey, na altura
Secretário Nacional da S.T.. A alegação de que contactava com o Mestre Djual Khul (DK)
criou tensões com a S.T.. Em 1922 publica o primeiro livro “Iniciação Humana e
Solar”, através da Lucis Trust (uma editora que ela e o marido fundaram), tendo
sido publicados outros dezanove nos trinta anos que se seguiram (apenas cinco
sem a intervenção de DK). Há alegações de que o primeiro de livro de Bailey resulta de material que circulava na Secção Esotérica da ST. A recusa em ser aceite na Escola Esotérica de
Teosofia (um grupo existente na altura) levou-a a deixar Krotona e a S.T. em
1920. Fundou a Escola Arcana, para instruir estudantes sobre os ensinamentos de
DK. Teve forte influência no movimento new age. Assinale-se ainda a criação do
“Movimento de Boa Vontade” para a melhoria das de relações internacionais entre
os povos. Bailey não é muito bem vista entre a maior parte dos teosofistas,
como se vê aqui,
aqui
e aqui].
Alice Bailey, sentada à esquerda. De pé estão o marido Foster Bailey (primeiro à esquerda e também o psicólogo italiano Assagioli (terceiro a contar da esquerda) |
Guy
Warren Ballard (1878-1939) [segundo o wikipedia] foi um engenheiro de minas
norte-americano que se tornou, juntamente com a sua mulher, Edna Anne Wheeler
Ballard, fundador do Movimento “I AM”. Ballard nasceu em Burlington, Iowa e
casou com a sua mulher em Chicago em 1916. Quer Edna quer Guy estudaram
Teosofia e o ocultismo amplamente. [Basicamente foi um movimento baseado na
fantasia dos Mestres ascensos, que se tornou bastante popular nos anos 30 nos
EUA. Tinham um “contrato de exclusividade” com o Mestre Saint Germain. Até a
própria Alice Bailey era crítica deste movimento, que efetivamente nada tem a
ver com a Teosofia apresentada por HPB e pelos Mahatmas.]
Paul
Brunton (1898-1981) – Autor de “A Índia Secreta”, o livro que tornou Ramana Maharshi
conhecido. Brunton foi membro da ST por pouco tempo, mas a biografia escrita
pelo filho revela que ele partilhava muitas das ideias mais obscuras de "A Doutrina Secreta". [Mais sobre Paul Brunton e os seus livros, aqui e aqui. A E.T. não
refere que Brunton era membro da S.T. embora ele assistisse regularmente às reuniões
da organização em Londres. Escreveu sobre misticismo e ioga, com base nas suas
viagens pelo Egito e Índia.]
Bhagavan Das
(1869-1958) – Foi um teosofista indiano e uma figura pública. Serviu na
Assembleia Legislativa Central da Índia britânica. Aliou-se à Sociedade
Cultural Hindustani e foi ativo na oposição aos motins como forma de protesto.
Como defensor da libertação nacional do domínio britânico, correu várias vezes
perigo de represálias do governo colonial. Nascido em Varanasi, Índia, Das acabou
a escola e foi ocupar um cargo no Gabinete das coleções, tendo mais tarde
abandonado funções para prosseguir os seus estudos académicos. Juntou-se à
Sociedade Teosófica em 1894 inspirado por um discurso de Annie Besant. Depois
da cisão de 1895, alinhou pela Sociedade Teosófica de Adyar. Nessa Sociedade,
ele opôs-se a Jiddu Krishnamurti e à sua “Ordem da Estrela do Oriente”. Das juntou-se
ao Congresso Nacional Indiano durante o movimento de não-cooperação e foi
homenageado com o Bharat Ratna em
1955. Juntamente com Besant firmou uma colaboração professional que levou à
fundação do Colégio Central Hindu, que se tornou a Universidade Hindu de
Benares. Das iria mais tarde fundar a Kashi
Vidya Peeth , uma universidade nacional onde ele serviu como reitor. Das
era um académico do Sânscrito (…) e escreveu aproximadamente 30 livros, muitos
deles em Sânscrito e em Hindi. (Fonte:wikipedia) [A E.T. também tem um verbete
sobre Bhagavan Das].
Bhagavan Das |
Alexandra
David-Néel (1868-1969) - nascida Louise Eugénie Alexandrine Marie David, foi
uma exploradora, anarquista, espiritualista, budista e escritora de origem franco-belga que ficou conhecida pela sua visita a Lhasa, Tibete, em 1924, quando era proibida
a estranhos. David-Néel escreveu mais de trinta livros sobre religiões
orientais, filosofia e as suas viagens. Os seus escritos influenciaram
escritores beat como Jack Kerouac e
Allen Ginsberg, e ainda o filósofo Allan Watts. Nascida em Paris, ela mudou-se
para Elsene com seis anos. Durante a sua infância teve um forte anseio pela
liberdade e pela espiritualidade. Com dezoito anos, já tinha visitado sozinha
Inglaterra, Suíça e Espanha e estudava na Sociedade Teosófica de Madame
Blavatsky (fonte:wikipedia) [A E.T.
diz-nos que David Néel aderiu à S.T. em 1892, tendo confessado que quebrou
relações com a família pela sua recusa em renunciar à Teosofia. Graças às suas
viagens, Néel deu a conhecer ao Ocidente melhor que ninguém o Tibete, o seu
sistema político, a sua religião e os modos de vida das suas gentes].
Anagarika
Dharmapala (1864-1933) – cingalês, figura relevante do revivalismo Budista.
[A E.T. refere que Dharmapala foi o fundador da Sociedade Maha Bodhi em 1891 e
um membro ativo da S.T.. Travou conhecimento com Blavatsky e Olcott em 1884.
Ela ter-lhe-á dito que devido à sua pureza, era possível a Dharmapala contactar
os Mestres. Quis se devotar à Teosofia, mas Blavatsky aconselhou-o a estudar
Pali e o Dhamma [o mesmo que Dharma] e a trabalhar em prol da humanidade.
Tornou-se num monge budista e estabeleceu o primeiro mosteiro budista fora da
Ásia, mais precisamente em Londres].
Anagarika Dharmapala |
Gerard Encausse
(1865-1916) – francês, embora de origem espanhola, foi médico, hipnotizador e um popularizador do
ocultismo, que usava o pseudónimo esotérico de Papus, tendo fundado a Ordem Martinista
moderna. Juntou-se à Sociedade Teosófica francesa em 1884-1885, (…) mas
desvinculou-se pouco tempo depois porque discordava da ênfase da Sociedade no
Ocultismo Oriental. Em 1888, ele cofundou o seu próprio grupo, a Ordem
Cabalística da Rosacruz. Nesse mesmo ano, ele e o seu amigo Lucien Chamuel
fundaram a Librarie du Merveilleux e a revista mensal L’Initiation, que permaneceu em publicação até 1914. (fonte:wikipedia) [A E.T.
refere que a publicação por parte de Papus de Traité Élémentaire de Science Occulte foi apreciada de forma favorável por
Helena Blavatsky (v. Lucifer, Vol.I, Nº6). Foi expulso da
S.T. em 1890 pelo Conselho da Seção Europeia. Morreu em 1916, por exaustão
devido a trabalho incessante junto das vítimas dos combates da I Grande
Guerra].
Violet
Mary Firth Evans, nascida Violet Mary Firth (1890-1946) – Mais conhecida
como Dion Fortune, foi uma ocultista e autora britânica. Nasceu em Bryan-y-Bia
em Llandudno, País de Gales e cresceu numa família onde a Ciência Cristã era
praticada rigorosamente. Relatava visões da Atlântida aos quatro anos de idade.
Desenvolveu capacidades psíquicas durante o seu vigésimo ano de idade, altura
em que sofreu um esgotamento nervoso. Depois da recuperação sentiu-se
atraída para o oculto. Filiou-se na Sociedade Teosófica e assistiu a cursos
sobre Psicologia e Psicoanálise na Universidade de Londres, tornando-se uma
psicoterapeuta na Clínica Medico-psicológica de Brunswick Square (fonte:wikipedia)
[Acrescentar que fundou a Sociedade da Luz Interior, que ainda hoje existe,
tendo participado numa ação conjunta de ocultistas britânicos para impedir a
invasão alemã na Segunda Guerra Mundial. Há quem relacione a sua morte por
leucemia em 1946, com esse esforço].
Um dos livros mais conhecidos de Dion Fortune |
Walter
Yeeling Evans-Wentz (1878-1965) – Antropólogo e escritor que foi um
pioneiro do estudo do Budismo Tibetano. Nasceu em Trenton, Nova Jérsia e na
adolescência leu “Ísis sem Véu” e “A Doutrina Secreta” da Senhora Blavatsky e
interessou-se pelos ensinamentos da Teosofia. Evans-Wentz é conhecido por
quatro textos traduzidos do Tibetano, especialmente “O Livro Tibetano dos
Mortos”. Evans-Wentz reserva para si o mérito de compilador e editor destes
volumes. A efetiva tradução dos textos foi feita por Budistas Tibetanos,
principalmente o Lama Kazi Dawa-Samdup (1868-1922), um professor de Inglês na
Escola Maharaja para Rapazes em Gangtok, Siquim que já havia feito traduções
para Alexandra David-Néel e para Sir John Woodroffe. Evans-Wentz praticava as
religiões que estudava. Tornou-se discípulo de Sawa-Samdup, usava túnicas e
ingeria uma dieta vegetariana simples. Passou os vinte e três anos finais da sua
vida em San Diego e providenciou suporte financeiro à Sociedade Maha-Bodhi,
Fraternidade de Autorrealização e à Sociedade Teosófica (fonte:wikipedia) [A
E.T. menciona que Evans-Wentz filiou-se na S.T. Point Loma em 1902 e foi
encorajado pela líder dessa Sociedade a continuar os seus estudos. Em “O Livro
Tibetano dos Mortos”, ele fornece provas de que Blavatsky tinha conhecimento
íntimo dos mais elevados ensinamentos lamaístas. Esteve em Adyar em 1918 onde
travou discussões com Annie Besant, conheceu também Alice Cleather, aluna de
Blavatsky, tendo em 1923 retornado a Point Loma, onde trabalhou com Tingley. Abaixo um documentário sobre o Livro Tibetano dos Mortos, embora seja de referir que o livro é alvo de muitas reservas no meio teosófico quanto à natureza do seu conteúdo].
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