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sábado, 31 de maio de 2014

A influência da Teosofia em personalidades famosas VI - Políticos e outros

Esta é a última secção de uma série de seis, sobre personalidades famosas influenciadas pela Teosofia e pela Sociedade Teosófica.

O artigo baseia-se num levantamento originalmente feito por Katinka Hesselink e para entender o contexto é necessário ler a primeira parte.


Katinka Hesselink


POLÍTICOS

Annie Besant (1847-1933) - presidente da Sociedade Teosófica, ativista destacada pela independência da Índia (já era uma ativista por várias causas antes dela se ter tornado membro da Sociedade Teosófica). Palestrante popular sobre vários temas. A sua popularidade foi importante para alargar o número de associados da co-maçonaria (que aceita homens e mulheres). [Promoveu] a educação na Índia para homens e mulheres (continuando o trabalho começado por H.S.Olcott, primeiro presidente da Sociedade Teosófica). [Aqui pode aceder a uma secção sobre Besant no site de Katinka Hesselink e aqui ao verbete correspondente na E.T. No video abaixo temos Besant a partir de 2:45]




Alfred Deakin (1856-1919) - concebeu a Federação Australiana e foi Primeiro-ministro da Austrália, 1903-4, 1905-8, 1909-10. [A E.T. menciona que Deakin foi membro da S.T. desde 1895, tendo também estudado os trabalhos de Swedenborg e sido um fervoroso interessado no Espiritualismo. Era amigo próximo de Olcott e de Annie Besant.]

Mohandas K. Gandhi (1869-1948) - patriota indiano, criador do satyagraha, [a sua conceção política]. Gandhi conheceu Annie Besant, tinha grande respeito por ela, e a versão do Bhagavad Gita que o pôs em contacto pela primeira vez com a filosofia indiana foi uma tradução feita por ela. Na sua autobiografia ele descreve o seu primeiro contacto em Londres com a Teosofia e a Sociedade Teosófica. Os dois “irmãos” que ele menciona são quase de certeza o tio e sobrinho Keightley, que outros têm confundido como irmãos devido à proximidade de idades. O seu contributo: uma reformulação do Hinduísmo num ativismo passivo. Contribuiu de forma significativa para o movimento de independência na Índia e para o desmantelar do sistema de castas. [A E.T. tem um longo texto sobre Gandhi, referindo a sua proximidade com a Teosofia, embora ele nunca se tenha tornado um membro de pleno direito da Sociedade. O início dos seus contactos com a Sabedoria Perene ocorreu quando alguns amigos lhe pediram ajuda no estudo sobre o Bhagavad Gita. Ele terá dito a membros da S.T. que a Teosofia mudou toda a sua vida e que tinha uma grande dívida à Sociedade que jamais conseguiria pagar (cf. Josephine Ransom, A Short History of The Theosophical Society, 1938, p. 318). Conheceu Blavatsky, Olcott e Besant. Mesmo durante a sua estada na África do Sul manteve ligações com os membros da Loja de Joanesburgo. Contudo, concluiria que a Teosofia e o Hinduísmo partilhavam a mesma teoria, mas que os membros da S.T. que conhecia davam demasiada atenção ao desenvolvimento intelectual e pouca à ideia central de fraternidade. Quando Gandhi tomou a liderança do Congresso Nacional Indiano, fundado por Hume, como já acima se mencionou, Besant saiu e aderiu ao Partido Liberal fazendo oposição a Gandhi. Ela considerava que o satyagraha não funcionaria se massificado, pois o indiano comum não conseguiria suportar impávido a violência. Contudo em várias situações, como na Marcha do Sal, ficou demonstrado o contrário].




Allan Octavian Hume (1829-1912) - administrador britânico na Índia, um dos fundadores do Congresso Nacional Indiano. [A E.T. refere que Hume foi Vice-Presidente da S.T. entre 1880 e 1888 e que era um vegetariano e antivivisseccionista.  A sua atitude excessivamente cética levou à quebra de correspondência com os Mahatmas, com quem mantinha ligação, tal como acontecia com A.P. Sinnett, seu amigo próximo na altura. Em 1885 e na sequência do caso Coulomb tentaria implementar mudanças estruturais na S.T. que não foram avante, saindo Hume da organização, algum tempo depois].


A.O.Hume (foto:wikipedia)


George Lansbury (1859-1940) - [estadista britânico] que liderou o Partido Trabalhista britânico entre 1931 e 1935. [Segundo a E.T. aderiu à S.T. em 1914 e foi um forte apoiante de Annie Besant. Também se tornou membro da Ordem da Estrela do Oriente em 1918 [NT:que era a organização de suporte a Krishnamurti como veículo do Instrutor do Mundo] e esteve nalgumas reuniões de seguidores de Krishnamurti, tendo assistido a uma das suas palestras. Discursou no Congresso Europeu da S.T. em 1937 e visitou Hitler e Mussolini na vã esperança de evitar a Guerra].


Hernández Martinez (1882-1966) - Presidente de El Salvador [Pela descrição do Wikipedia espanhol, que descreve Martinez como “teosofista”, os seus atos mostram que nada aprendeu com a Sabedoria Perene, se é que alguma vez teve efetivo contacto com ela. Governou como um ditador, tendo durante o seu mandato sido assassinados 25 mil indígenas e também adversários políticos. Mostrava pouco respeito pelo valor da vida humana e tinha crenças estranhas, que o editor do verbete do wikipedia espanhol acha que são teosóficas, como esperar que médicos invisíveis curassem a população de um surto de varíola. Tentou curar o próprio filho, que morreu de apendicite, com a ajuda dos tais médicos invisíveis e com água exposta ao Sol em garrafas azuis].


Jawaharlal Nehru (1889-1964) - primeiro Primeiro-ministro da Índia entre 1947 e 1964. Ferdinand T. Brooks, um jovem teosofista, tutorou Nehru na adolescência. Nehru reconheceu na sua autobiografia que “F.T. Brooks deixou-me uma profunda impressão e eu sinto que lhe devo bastante e à Teosofia” (Theosophical History, Vol. VI, Número 3, julho 1998) [A E.T. refere que Nehru aderiu à S.T. em 1903 e que a sua casa, enquanto jovem, era palco de discussões sobre Teosofia e política].


Nehru e Gandhi (foto:wikipedia)


Henry Wallace (1888-1965) - vice-presidente dos Estados Unidos [Juntou-se à S.T. em 1925, associação que durou dez anos. Correspondeu-se com George William Russell, teosofista de quem já falámos na secção dos escritores e com Nicholas Roerich].

OUTRAS PERSONAGENS

Alonzo Decker (1884-1956) - cofundador da empresa Black&Decker, juntou-se à S.T .na América em 3 de abril de 1929, permanecendo membro até à sua morte.

Abner Doubleday (1819-1893) – figura lendária do beisebol [embora isto seja contestado]. [A E.T. refere que Doubleday foi Vice-Presidente Internacional da Sociedade Teosófica entre 1880 e 1888 e Presidente interino durante curto período no início de 1879. Foi através de Olcott que ele tomou conhecimento da Sociedade, da qual foi um trabalhador dedicado].


Abner Doubleday

Maria Montessori (1870-1952) – educadora e fundadora do Método Montessori, baseado no potencial criativo, vontade de aprender da criança e direito de ser tratado como um indivíduo. [A E.T. menciona que Maria Montessori foi uma teosofista, que curiosamente durante a 1ª [o correto deverá ser 2ª] Guerra Mundial esteve refugiada na sede da S.T. Adyar, na Índia pois arriscava-se a ser detida devido à sua nacionalidade (a Itália era aliada da Alemanha]. O wikipedia acrescenta que a sua ligação com a S.T. data de 1907, tendo dado formações sobre educação em Adyar.]






CONTROVERSO/SEM PROVAS

Franz Kafka, Aldous Huxley, Owen Barfield, Wallace Stevens, R. Tagore (que esteve em Adyar).

Ken Wilber – publicou os seus primeiros livros através da Sociedade Teosófica na América, mas as primeiras edições não foram publicadas pela Quest Publishing, portanto não é claro que isto possa ser visto como um elo entra a Teosofia e o seu trabalho. Existem similaridades óbvias entre a sua abordagem e a teosófica, mas não há indicação que ele tivesse sido um membro, nem ele se refere muito a autores teosóficos.


Ken Wilber (foto:uniqueself.com)


Sabe-se que George Lucas, Elvis Presley e Einstein leram alguns livros sobre Teosofia. [Sobre Einstein, nada se pode concluir. Apesar de Sylvia Cranston, na sua biografia de Blavatsky referir na p.474 da edição em língua portuguesa que a sobrinha de Einstein afirmava que o famoso cientista guardava uma cópia de “A Doutrina Secreta” na sua mesa de trabalho, não parecem haver evidências conclusivas disso, até porque Einstein não tinha sobrinhos. O assunto gerou extensa discussão na Theosophical Network, sem que se chegasse à aceitação ou repúdio completo desta alegação].

GRUPOS

Estes grupos foram criados por teosofistas ou tiveram teosofistas como membros mais ativos nos seus primeiros dias.

Co-Maçonaria (ver referência anterior a Annie Besant)

Amnistia Internacional (fonte: rumores no meio teosófico)

Sociedade Budista em Inglaterra (era a Loja Budista da Sociedade Teosófica), foi fundada pelo mais famoso e influente dos Budistas ocidentais, Christmas Humphreys (ver referência anterior), que era membro da Sociedade Teosófica desde a sua juventude e que escreveu apreciativamente sobre H.P. Blavatsky até o final da sua vida.


Sede da Sociedade Budista em Londres


Movimento Sufi  – Hazrat Inayat Khan foi o fundador do “Movimento Sufi Internacional” e teve textos publicados por uma editora teosófica.


CONCLUSÃO

A lista é extensa e espera-se que no futuro se torne ainda mais comprida. Para mais informação, além dos links providenciados nos posts, sugere-se a consulta da parte 7 do livro de Sylvia Cranston "Helena Blavatsky - A Vida e a Influência Extraordinária da Fundadora do Movimento Esotérico Moderno", onde se descreve a influência da Teosofia nos cem anos posteriores à morte de Blavatsky (1891). Muitos dos nomes lá encontrados foram mencionados nestes seis capítulos.


  

sábado, 24 de maio de 2014

A arte e o transcendente V

Paradoxos

Faz-te louco,
para seres sábio.
Humilde,
para seres forte.
Obediente,
para seres livre.


Mistério

É misterioso
todo o homem
realmente grande.
É misterioso
precisamente por ser
realmente grande.
De pequenos homens,
conhecidos e certos, está o mundo cheio.
Desconhecidos e com mistério
tem o mundo, apenas,
um punhado de homens grandes.

José Manuel Anacleto

sábado, 17 de maio de 2014

A influência da Teosofia em personalidades famosas V - Figuras Religiosas e Espirituais (parte 2)

Esta é a continuação do post da semana anterior, onde se começou a elencar as figuras religiosas e espirituais  influenciadas pela Teosofia e pela Sociedade Teosófica.

Este post, tal como os anteriores da mesma série têm como ponto de partida um levantamento originalmente feito por Katinka Hesselink e para entender o contexto é necessário ler a primeira parte.


Katinka Hesselink


Manly Palmer Hall (1901-1990) – autor e místico nascido no Canadá. É provavelmente mais famoso pelo seu trabalho “The Secret Teachings of All Ages: An Encyclopedic Outline of Masonic, Hermetic, Qabbalistic and Rosicrucian Symbolical Philosophy” [Os Ensinamentos Secretos de todas as Eras: Um Esquema Enciclopédico de Filosofia Simbólica, Maçónica, Hermética, Cabalística e Rosacruciana”], publicado em 1928 quando ele tinha apenas 27 anos de idade. (Fonte:wikipedia, que o tem incluido numa lista de teosofistas canadianos e americanos, embora não o mencione no artigo como sendo um).[A E.T. refere aqui o seu contributo para a edição dos V e VI volumes dos Collected Writings de HPB].




Max Heindel (1865-1919) – [pseudónimo de] Carl Louis von Grasshoff, nascido em Aarhus, Dinamarca e que foi um ocultista cristão, astrólogo e místico. Em 1903 Max Heindel mudou-se para Los Angeles, Califórnia à procura de trabalho. Depois de assistir a palestras do teosofista C.W. Leadbeater, ele juntou-se à Sociedade Teosófica de Los Angeles, na qual ocupou o cargo de vice-presidente em 1904 e 1905. Também se tornou vegetariano e começou o estudo da astrologia, que lhe dava a chave para abrir os mistérios da natureza interna do homem. Fundou a Fraternidade Rosacruz em 1909/11 em Mount Ecclesia, Oceanside (Califórnia). (Fonte:wikipedia).


Livro mais conhecido de Heindel.
Tem várias ideias em comum com a Teosofia

Christmas Humphreys (1901-1983) – Inglês que apresentou o Budismo aos Ocidentais. Mais sobre Humphreys aqui e aqui. [A E.T. refere que Humphreys fundou a Sociedade Budista de Londres, tendo sido também um importante autor teosófico. Tinha grande respeito por Blavatsky ao ponto de ter uma imagem dela sobre a cabeça da sua cama até ao dia da sua morte e uma cópia dessa imagem em lugar de honra na Sociedade Budista. Foi ainda presidente do Fundo das Cartas dos Mahatmas e fundador da Federação Internacional dos Jovens Teosofistas. Trabalhou com Farthing na Blavatsky Trust e antes de morrer doou à Secção Inglesa da S.T. alguns artigos, fotografias e manuscritos que tinham pertencido a Blavatsky. Elaborou junto com Elsie Benjamin uma versão resumida de “A Doutrina Secreta”].


Christmas Humphreys (foto:wikipedia)


Alan Leo (1860-1917) – [Pseudónimo de] William Frederick Allan, um proeminente astrólogo autor, editor e teosofista britânico, considerado por muitos o pai da astrologia moderna. Leo, que usou o seu signo solar como pseudónimo, fundou a Loja Astrológica da Sociedade Teosófica em 1915. É apontado como sendo um dos mais importantes astrólogos do século XX porque aparentemente o seu trabalho teve o efeito de estimular o ressurgimento da astrologia no Ocidente depois da decadência generalizada no século XVII. Leo era um devoto teosofista e integrou vários conceitos religiosos como o karma e a reencarnação na sua astrologia. Usou as vastas ligações internacionais da Sociedade Teosófica para publicar, traduzir e disseminar o seu trabalho pela Europa e América e foi em países destes continentes que a astrologia começou a ressurgir (fonte:wikipedia). [A E.T. refere que a esposa de Leo, Bessie Birch era membro da S.T. e que foi Sepharial (de quem falaremos mais abaixo) que apresentou a Leo a Teosofia e os trabalhos de H.P. Blavatsky. Ele esteve duas vezes na Índia e permaneceu durante algum tempo na sede da S.T. Adyar. Dizia que a “Astrologia sem Teosofia não tinha sentido”].


Este é possivelmente o livro mais
popular escrito por Alan Leo.


Balangoda Ananda Maitreya (1896-1998) – [Considerava-se teosofista] e foi uma das principais figuras do Budismo contemporâneo, não apenas no Sri Lanka mas em todo o mundo (ver capítulo 9 em “'Buddhism Transformed: Religious Change in Sri Lanka”'[O Budismo Transformado: Mudança religiosa no Sri Lanka], por Richard Gombrich e Gananath Obeyesekere).

G.R.S. Mead (1863-1933) - introduziu o Gnosticismo no conhecimento popular na Inglaterra e provavelmente no mundo. [A E.T. diz-nos que Mead teve o primeiro contacto com a Teosofia através do livro “O Budismo Esotérico” de A.P. Sinnett, tendo se filiado na S.T. em 1884. Travou conhecimento com Blavatsky em 1887. Deixou o seu lugar numa escola pública para se juntar ao círculo mais íntimo de Blavatsky, tendo se tornado seu secretário pessoal e ajudado na edição de “A Doutrina Secreta”. Foi Secretário-Geral da Secção Europeia da S.T. em 1890 e da Secção Britânica entre 1891 e 1898, tendo neste ano recebido a Medalha Subba Row [uma distinção pela excelência na divulgação da Teosofia]. Casou com Laura Cooper, que também tinha pertencido ao círculo íntimo de Blavatsky. Considerou inaceitável a readmissão de Leadbeater na S.T.[NT: que em 1906 tinha abandonado a Sociedade na sequência de um processo movido por outros membros por aconselhar masturbação a jovens rapazes como modo de diminuírem o tempo perdido em pensamentos de natureza sexual ] e saiu da Sociedade. Fora da S.T. fundou, juntamente com a sua mulher, uma nova sociedade denominada “Quest” que desapareceu com a sua morte].


Mead acompanhado de H. P. Blavatsky


H.S.Olcott (1832-1907) – presidente fundador da Sociedade Teosófica. Ensinou no Sri Lanka e na Índia, elaborou o “Catecismo Budista”. Criou um jornal no Sri Lanka para o povo cingalês, o “Sarasavi Sandaresa” (cf. www.buddhistchannel.tv, 17 de fevereiro de 2006). [Colaborou na conceção da] bandeira budista (organização do comité e contribuição importante no design final). [A E.T. tem naturalmente muita informação sobre Olcott. Conheceu Blavatsky em 1874 na casa dos Eddy onde decorriam interessantes fenómenos espiritualistas, encontro que classificaria mais tarde com “o mais afortunado da sua vida”. Um ano mais tarde fundariam juntamente com outros, a S.T. em Nova Iorque. Olcott conheceu no ano subsequente quinze adeptos de diversas nacionalidades, para além de M., seu Mestre. Depois de “Ísis sem Véu” ter sido lançado, Olcott foi com Blavatsky para a Índia. Depois de anos de muitas viagens e intenso trabalho, haveria de surgir o caso Coulomb que deixou marcas no relacionamento entre eles, e desconfiança de Olcott face a Blavatsky, que seria em parte resolvida com a intervenção de um dos Mestres. Depois da morte de Blavatsky, Olcott iria se manter como Presidente da S.T. até à sua morte em 1907. Nesse período deu-se uma crise importante, que deixou marcas até aos dias de hoje, com William Quan Judge, outro dos fundadores da S.T. e vice-presidente da organização até 1895, a ser acusado por Annie Besant de ter forjado cartas dos Mestres. Judge rompeu e declarou a sua autonomia de Adyar, criando a sua própria Sociedade. Perto da morte, Olcott confessou arrependimento pelo tratamento dado a Judge. Ver também aqui este artigo alojado no site de Katinka Hesselink].


Henry Steel Olcott


Walter Gorn Old ( 1864-1929) – (…) inglês, mais conhecido como Sepharial [foi] um eminente teosofista inglês, (…) conhecido e respeitado astrólogo do final do século XIX e do início do século XX e escreveu vários livros, alguns dos quais (particularmente os de numerologia) ainda são altamente considerados hoje. Foi editor do “Old Moore’s Almanac”, que ainda é publicado no século XXI. Em 1887, apenas com a idade de 23, foi admitido no inner sanctum da Sociedade Teosófica. Na verdade ele foi um dos membros fundadores do movimento teosófico em Inglaterra. A senhora Blavatsky (com quem viveu até à sua morte) chamava-o de “vagabundo astral” devido às suas explorações noturnas do plano astral (referências retiradas do livro de Kim Farnell).


Walter G. Old, "Sepharial"

D.T. Suzuki (1870-1966) – [japonês], trouxe o Budismo Zen para o Ocidente. Soube-se recentemente que não só a sua esposa foi uma figura central na (incipiente) cena teosófica no Japão, mas ele próprio foi membro da Sociedade Teosófica enquanto viveu no Japão (Theosophical History, artigo por Adele Algeo). [A E.T. diz-nos ainda que Suzuki também se interessou por Swedenborg, traduzindo-o para japonês].

William Wynn Westcott (1848-1925) foi um médico legista, mago e maçon nascido em Leamington, Warwickshire, Inglaterra. Foi o Magus Supremo (líder) da S.R.I.A e ajudou a fundar a Golden Dawn [Aurora Dourada]. Westcott cofundou a Ordem Hermética da Aurora Dourada com Samuel Lidell MacGregor e William Robert Woodman em 1887, usando a divisa V.H. Frater Sapere Aude. Nesta altura, ele também estava ativo na Sociedade Teosófica (fonte:wikipedia).


sábado, 10 de maio de 2014

A influência da Teosofia em personalidades famosas V - Figuras Religiosas e Espirituais (parte 1)

Esta é a quinta secção de uma série de seis, sobre personalidades famosas influenciadas pela Teosofia e pela Sociedade Teosófica. Esta quinta secção, dedicada a figuras religiosas e espirituais, por ser muita extensa, apresenta-se dividida em duas partes. A primeira é disponibilizada nesta semana e a segunda de hoje a oito dias.

O artigo baseia-se num levantamento originalmente feito por Katinka Hesselink e para entender o contexto é necessário ler o primeiro post da série.


Katinka Hesselink


FIGURAS RELIGIOSAS [E ESPIRITUAIS]

Alice Ann Bailey (1880-1949), conhecida como Alice A. Bailey ou AAB, foi uma influente escritora e instrutora nos domínios do espiritual, oculto, cura esotérica, astrologia, temas cristãos e outros de cariz religioso. Em 1915 Bailey descobriu a Sociedade Teosófica e o trabalho de Helena Petrovna Blavatsky (Bailey, pags. 134-136 [provavelmente a sua Autobiografia Inacabada]). A Sociedade Teosófica declarou que Bailey envolveu-se [na Sociedade] apenas em 1917. (…). [Diz-nos a E.T. que Bailey casou pela segunda vez em 1917 com Foster Bailey, na altura Secretário Nacional da S.T.. A alegação de que contactava com o Mestre Djual Khul (DK) criou tensões com a S.T.. Em 1922 publica o primeiro livro “Iniciação Humana e Solar”, através da Lucis Trust (uma editora que ela e o marido fundaram), tendo sido publicados outros dezanove nos trinta anos que se seguiram (apenas cinco sem a intervenção de DK). Há alegações de que o primeiro de livro de Bailey resulta de material que circulava na Secção Esotérica da ST. A recusa em ser aceite na Escola Esotérica de Teosofia (um grupo existente na altura) levou-a a deixar Krotona e a S.T. em 1920. Fundou a Escola Arcana, para instruir estudantes sobre os ensinamentos de DK. Teve forte influência no movimento new age. Assinale-se ainda a criação do “Movimento de Boa Vontade” para a melhoria das de relações internacionais entre os povos. Bailey não é muito bem vista entre a maior parte dos teosofistas, como se vê aqui, aqui e aqui].


Alice Bailey, sentada à esquerda. De pé estão o marido Foster Bailey (primeiro
 à esquerda e também o psicólogo italiano Assagioli (terceiro a contar da esquerda)


Guy Warren Ballard (1878-1939) [segundo o wikipedia] foi um engenheiro de minas norte-americano que se tornou, juntamente com a sua mulher, Edna Anne Wheeler Ballard, fundador do Movimento “I AM”. Ballard nasceu em Burlington, Iowa e casou com a sua mulher em Chicago em 1916. Quer Edna quer Guy estudaram Teosofia e o ocultismo amplamente. [Basicamente foi um movimento baseado na fantasia dos Mestres ascensos, que se tornou bastante popular nos anos 30 nos EUA. Tinham um “contrato de exclusividade” com o Mestre Saint Germain. Até a própria Alice Bailey era crítica deste movimento, que efetivamente nada tem a ver com a Teosofia apresentada por HPB e pelos Mahatmas.]

Paul Brunton (1898-1981) – Autor de “A Índia Secreta”, o livro que tornou Ramana Maharshi conhecido. Brunton foi membro da ST por pouco tempo, mas a biografia escrita pelo filho revela que ele partilhava muitas das ideias mais obscuras de "A Doutrina Secreta". [Mais sobre Paul Brunton e os seus livros, aqui e aqui. A E.T. não refere que Brunton era membro da S.T. embora ele assistisse regularmente às reuniões da organização em Londres. Escreveu sobre misticismo e ioga, com base nas suas viagens pelo Egito e Índia.]




Bhagavan Das (1869-1958) – Foi um teosofista indiano e uma figura pública. Serviu na Assembleia Legislativa Central da Índia britânica. Aliou-se à Sociedade Cultural Hindustani e foi ativo na oposição aos motins como forma de protesto. Como defensor da libertação nacional do domínio britânico, correu várias vezes perigo de represálias do governo colonial. Nascido em Varanasi, Índia, Das acabou a escola e foi ocupar um cargo no Gabinete das coleções, tendo mais tarde abandonado funções para prosseguir os seus estudos académicos. Juntou-se à Sociedade Teosófica em 1894 inspirado por um discurso de Annie Besant. Depois da cisão de 1895, alinhou pela Sociedade Teosófica de Adyar. Nessa Sociedade, ele opôs-se a Jiddu Krishnamurti e à sua “Ordem da Estrela do Oriente”. Das juntou-se ao Congresso Nacional Indiano durante o movimento de não-cooperação e foi homenageado com o Bharat Ratna em 1955. Juntamente com Besant firmou uma colaboração professional que levou à fundação do Colégio Central Hindu, que se tornou a Universidade Hindu de Benares. Das iria mais tarde fundar a Kashi Vidya Peeth , uma universidade nacional onde ele serviu como reitor. Das era um académico do Sânscrito (…) e escreveu aproximadamente 30 livros, muitos deles em Sânscrito e em Hindi. (Fonte:wikipedia) [A E.T. também tem um verbete sobre Bhagavan Das].


Bhagavan Das


Alexandra David-Néel (1868-1969) - nascida Louise Eugénie Alexandrine Marie David, foi uma exploradora, anarquista, espiritualista, budista e escritora de origem franco-belga que ficou conhecida pela sua visita a Lhasa, Tibete, em 1924, quando era proibida a estranhos. David-Néel escreveu mais de trinta livros sobre religiões orientais, filosofia e as suas viagens. Os seus escritos influenciaram escritores beat como Jack Kerouac e Allen Ginsberg, e ainda o filósofo Allan Watts. Nascida em Paris, ela mudou-se para Elsene com seis anos. Durante a sua infância teve um forte anseio pela liberdade e pela espiritualidade. Com dezoito anos, já tinha visitado sozinha Inglaterra, Suíça e Espanha e estudava na Sociedade Teosófica de Madame Blavatsky (fonte:wikipedia) [A E.T. diz-nos que David Néel aderiu à S.T. em 1892, tendo confessado que quebrou relações com a família pela sua recusa em renunciar à Teosofia. Graças às suas viagens, Néel deu a conhecer ao Ocidente melhor que ninguém o Tibete, o seu sistema político, a sua religião e os modos de vida das suas gentes].




Anagarika Dharmapala (1864-1933) – cingalês, figura relevante do revivalismo Budista. [A E.T. refere que Dharmapala foi o fundador da Sociedade Maha Bodhi em 1891 e um membro ativo da S.T.. Travou conhecimento com Blavatsky e Olcott em 1884. Ela ter-lhe-á dito que devido à sua pureza, era possível a Dharmapala contactar os Mestres. Quis se devotar à Teosofia, mas Blavatsky aconselhou-o a estudar Pali e o Dhamma [o mesmo que Dharma] e a trabalhar em prol da humanidade. Tornou-se num monge budista e estabeleceu o primeiro mosteiro budista fora da Ásia, mais precisamente em Londres].


Anagarika Dharmapala


Gerard Encausse (1865-1916) – francês, embora de origem espanhola, foi  médico, hipnotizador e um popularizador do ocultismo, que usava o pseudónimo esotérico de Papus, tendo fundado a Ordem Martinista moderna. Juntou-se à Sociedade Teosófica francesa em 1884-1885, (…) mas desvinculou-se pouco tempo depois porque discordava da ênfase da Sociedade no Ocultismo Oriental. Em 1888, ele cofundou o seu próprio grupo, a Ordem Cabalística da Rosacruz. Nesse mesmo ano, ele e o seu amigo Lucien Chamuel fundaram a Librarie du Merveilleux e a revista mensal L’Initiation, que permaneceu em publicação até 1914. (fonte:wikipedia) [A E.T. refere que a publicação por parte de Papus de Traité Élémentaire de Science Occulte foi apreciada de forma favorável por Helena Blavatsky (v. Lucifer, Vol.I, Nº6). Foi expulso da S.T. em 1890 pelo Conselho da Seção Europeia. Morreu em 1916, por exaustão devido a trabalho incessante junto das vítimas dos combates da I Grande Guerra].





Violet Mary Firth Evans, nascida Violet Mary Firth (1890-1946) – Mais conhecida como Dion Fortune, foi uma ocultista e autora britânica. Nasceu em Bryan-y-Bia em Llandudno, País de Gales e cresceu numa família onde a Ciência Cristã era praticada rigorosamente. Relatava visões da Atlântida aos quatro anos de idade. Desenvolveu capacidades psíquicas durante o seu vigésimo ano de idade, altura em que sofreu um esgotamento nervoso. Depois da recuperação sentiu-se atraída para o oculto. Filiou-se na Sociedade Teosófica e assistiu a cursos sobre Psicologia e Psicoanálise na Universidade de Londres, tornando-se uma psicoterapeuta na Clínica Medico-psicológica de Brunswick Square (fonte:wikipedia) [Acrescentar que fundou a Sociedade da Luz Interior, que ainda hoje existe, tendo participado numa ação conjunta de ocultistas britânicos para impedir a invasão alemã na Segunda Guerra Mundial. Há quem relacione a sua morte por leucemia em 1946, com esse esforço].

Um dos livros mais conhecidos
de Dion Fortune


Walter Yeeling Evans-Wentz (1878-1965) – Antropólogo e escritor que foi um pioneiro do estudo do Budismo Tibetano. Nasceu em Trenton, Nova Jérsia e na adolescência leu “Ísis sem Véu” e “A Doutrina Secreta” da Senhora Blavatsky e interessou-se pelos ensinamentos da Teosofia. Evans-Wentz é conhecido por quatro textos traduzidos do Tibetano, especialmente “O Livro Tibetano dos Mortos”. Evans-Wentz reserva para si o mérito de compilador e editor destes volumes. A efetiva tradução dos textos foi feita por Budistas Tibetanos, principalmente o Lama Kazi Dawa-Samdup (1868-1922), um professor de Inglês na Escola Maharaja para Rapazes  em Gangtok, Siquim que já havia feito traduções para Alexandra David-Néel e para Sir John Woodroffe. Evans-Wentz praticava as religiões que estudava. Tornou-se discípulo de Sawa-Samdup, usava túnicas e ingeria uma dieta vegetariana simples. Passou os vinte e três anos finais da sua vida em San Diego e providenciou suporte financeiro à Sociedade Maha-Bodhi, Fraternidade de Autorrealização e à Sociedade Teosófica (fonte:wikipedia) [A E.T. menciona que Evans-Wentz filiou-se na S.T. Point Loma em 1902 e foi encorajado pela líder dessa Sociedade a continuar os seus estudos. Em “O Livro Tibetano dos Mortos”, ele fornece provas de que Blavatsky tinha conhecimento íntimo dos mais elevados ensinamentos lamaístas. Esteve em Adyar em 1918 onde travou discussões com Annie Besant, conheceu também Alice Cleather, aluna de Blavatsky, tendo em 1923 retornado a Point Loma, onde trabalhou com Tingley. Abaixo um documentário sobre o Livro Tibetano dos Mortos, embora seja de referir que o livro é alvo de muitas reservas no meio teosófico quanto à natureza do seu conteúdo].




sábado, 3 de maio de 2014

A 3 meses da Conferência Internacional de Teosofia

Recentemente, os organizadores da Conferência Internacional de Teosofia (ITC) distribuíram uma newsletter da qual o Lua em Escorpião apresenta hoje a tradução.

Boas notícias sobre a ITC

De 15 a 18 de agosto, todos os caminhos vão dar ao Centro Teosófico Internacional de Naarden, na Holanda, um retiro espiritual maravilhosamente localizado que inspira a paz e a fraternidade.

Nesta serena propriedade, a International Theosophy Conferences Inc. irá realizar um encontro histórico e convida à participação de teosofistas de todo o mundo, não só dos pertencentes às organizações, mas também de teosofistas independentes e simpatizantes que estejam ativamente envolvidos no estudo ou promoção da Teosofia.

Imagens do Centro onde se realizará a ITC

O tema será “A Teosofia, a Unidade e a Ajuda ao Mundo…E a partir daqui, por onde vamos?

Em “Cinco Mensagens para os Teosofistas Americanos”, a Senhora Blavatsky é muito clara sobre a direção da Teosofia e dos teosofistas. Ela afirma “a união faz a força e por todas as razões, diferenças pessoais devem ser enterradas no trabalho unido pela nossa Grande Causa.(i)… Mas a fim de que possamos efetuar esse trabalho em prol de nossa causa comum, devemos enterrar todas as diferenças pessoais.” (ii)

Ela diz-nos que se insistirmos em que o trabalho teosófico seja feito de um determinado modo, ou de acordo com os desejos de uma pessoa em particular, e não à maneira de outra pessoa qualquer, isto não é Teosofia, e ao seguirmos este caminho “o crescimento da Sociedade tornar-se-á em breve fracionado em várias seitas, tantas quantas os líderes”. (iii)

Ela então questiona: “Está esta “Separatividade” em consonância com o harmonioso altruísmo da Fraternidade Universal? É esse o ensinamento dos nossos nobres Mestres? E no que respeita a trabalhar em conjunto ela declara: “Por conseguinte, nem por um momento relaxem nos vossos esforços; mantenham-se unidos, lado a lado, a cada dia; permaneçam juntos como um único homem, venha o que vier, com bom tempo ou tempestade, e a vitória da causa a que se comprometeram é certa. Empenhando-se assim em uníssono com o vosso Eu Superior, os vossos esforços devem ser e serão frutíferos em benefício da Sociedade, de vós mesmos e da Humanidade.”(iv)

Estas mensagens foram tão proféticas na altura como o são hoje. A conferência ITC 2014 de Naarden é uma oportunidade única para os estudantes de todo o mundo se juntarem, partilhando ideias teosóficas a partir dos ensinamentos da Senhora Blavatsky e dos Mestres e de trabalharem com estas ideias juntos, num formato de workshop, com a presença de todos.




Cada dia de conferência iniciar-se-á com palestras introdutórias. Depois das mesmas, os participantes nos workshops farão o trabalho mais importante e exigente. Os resultados dos workshops serão apresentados em sessões plenárias para comentários e reações, como input para o produto final do encontro: “A declaração de Naarden da ITC 2014”. Além disso, o cerne do programa da ITC em Naarden irá consistir de três partes: Religião, Filosofia e Ciência.

Esse trabalho é a comunicação com significado entre os estudantes de todas as tradições para a resolução dos problemas que os desafios únicos do mundo destes tempos e dos vindouros apresentam. Porquê? Porque a carta do grande Mestre diz-nos que a Sociedade Teosófica foi escolhida como a pedra basilar, alicerce das futuras religiões da humanidade…”Que as doutrinas fundamentais de todas as religiões comprovar-se-ão idênticas no seu significado esotérico (v)…E que a verdadeira religião e filosofia oferecem a solução para todos os problemas.” (vi) Que mais se pode almejar?




Relativamente aos problemas da vida ligados à falta de moralidade, religiões ou filosofias incompletas, ou até ciências que não acrescentem nada ao entendimento da natureza moral e espiritual do homem; e relativamente às questões dos dois grandes princípios duais na natureza, bem e mal, certo e errado, prazer e dor, egoísmo e altruísmo, liberdade e despotismo, diz-nos o Mestre: “para estes problemas deve existir algures uma solução consistente e, se nossas doutrinas provarem a sua competência em oferecê-la, então o mundo será o primeiro a confessar que esta deve ser a verdadeira filosofia, a verdadeira religião, a verdadeira luz, a qual dá a verdade e nada mais que a verdade.” (vii)

Esta será uma das grandes tarefas perante nós como estudantes de Teosofia de diferentes tradições trabalhando juntos diligentemente para encontrar as melhores maneiras de levar ao mundo, de forma prática, quer espiritual, quer material, para o benefício de toda a humanidade e de toda a vida, a verdade da Teosofia, baseada nos grandes ensinamentos de HPB e dos seus Mestres, nas vertentes da Ciência, da Filosofia e da Religião. Este será um encontro e esforço importantes a que cada estudante de Teosofia que tiver possibilidade, deverá se juntar e se tornar uma parte vital. Uma newsletter com mais detalhes do programa será distribuída em breve.




Por favor considerem a vinda à ITC para partilha da vossa riqueza teosófica.

Om Mani Padme Hum para Todos.


i)  Five Messages from HP Blavatsky to the American Theosophists; In Convention Assembled: 1888-1889-1890-1891; The Theosophy Company, Los Angeles, 1921; Segunda Mensagem, p. 17

ii) Ibid: pg. Segunda Mensagem, p. 16

iii) Ibid: pg. Segunda Mensagem, p. 16

iv) Ibid: Terceira Mensagem, p. 24

v) Theosophical Articles and Notes: Carta do Maha-chohan; p. 191

vi) Theosophical Articles and Notes: Carta do Maha-chohan; p. 193

vii) Theosophical Articles and Notes: Carta do Maha-chohan; p. 193

Para mais informações relativas a este evento, à inscrição e à revista da ITC utilize este link:

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