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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Sobre a continuidade da nossa consciência (4ª parte)

Terminamos hoje a tradução de partes do artigo de 2004 do reputado cientista e médico Pim van Lommel sobre as Experiências de Quase Morte (EQM), About the continuity of our consciousness”. Recomenda-se naturalmenta leitura dos posts referentes às três partes anteriores.

Antes da conclusão, o Dr. van Lommel  faz uma série de considerações sobre questões médicas, descrevendo as paragens cardíacas e os efeitos da mesma no corpo humano e também sobre neurofisiologia, tendo com pano de fundo a questão da consciência funcionar ou não dentro do cérebro. Posteriormente ele introduz conceitos da física quântica para ajudar a explicar alguns os episódios relacionados com as EQM. 

De qualquer modo esta parte do artigo é bastante mais técnica e não fundamental para o objetivo deste post. Avancemos pois para a parte final do artigo.




A certa altura, escreve o Dr. Pim van Lommel:

“Poderá o nosso cérebro ser comparado a um aparelho de TV, que recebe ondas eletromagnéticas e as transforma em imagem e som, ou como uma câmara de filmar que transforma imagem e som em ondas eletromagnéticas? Esta radiação eletromagnética detém a essência de toda a informação, mas apenas é percetível aos nossos sentidos através de instrumentos adequados como uma câmara e aparelho de TV.”

Conclusão

“De acordo com a nossa conceção, baseada nos aspetos reportados sobre a  consciência durante uma paragem cardíaca, podemos concluir que a nossa consciência pode ser baseada em campos de informação, consistindo de ondas que têm origem no espaço fásico. Durante a paragem cardíaca, o funcionamento do cérebro e de outras células no corpo para, devido à anóxia. Os campos eletromagnéticos dos nossos neurónios e de outras células desaparecem e a possibilidade de ressonância, a interface entre a consciência e o corpo físico, é interrompida.

Esta explicação altera fundamentalmente a nossa opinião sobre a morte, devido à quase inevitável conclusão de que na altura da morte física a consciência continuará a ser experienciada noutra dimensão, num mundo invisível e imaterial, o espaço fásico, no qual todo o passado, presente e futuro estão englobados. A pesquisa sobre EQM não nos pode dar provas científicas irrefutáveis sobre esta conclusão, porque as pessoas que passaram por EQM não chegaram a morrer, mas estiveram todas muito próximas da morte, privadas de um cérebro em funcionamento.


Dr. Pim van Lommel, capa de revista


A conclusão de que a consciência pode ser experienciada independentemente da função cerebral pode muito bem induzir a uma grande mudança no paradigma científico na medicina ocidental, e poderá ter implicações práticas em efetivos problemas médicos e éticos tal como o cuidado prestado a pacientes a morrer ou em coma, eutanásia, aborto e remoção de órgãos para transplante a alguém no processo de morte com um coração a bater num corpo quente, embora com diagnóstico de morte cerebral.

Ainda existem mais questões que respostas, mas, com base nos aspetos teóricos acima mencionados da continuidade da nossa consciência obviamente experienciada, devemos finalmente considerar a possibilidade que a morte, tal como o nascimento, poderá ser uma mera passagem de um estado de consciência para outro.”

E assim termina o artigo do Dr. Pim van Lommel.

Este texto já tem perto de dez anos e desde então as pesquisas têm continuado, quer por parte do Dr. van Lommel, quer por parte de outros investigadores. Recentemente, o médico e cientista canadiano Bruce Greyson conseguiu fundos para uma investigação que poderá trazer informação crucial sobre esta questão. Aqui a reportagem do canal de TV norte-americano WTVR (fica o agradecimento a Odin Townley por esta dica).





Além dos muitos livros que existem sobre esta matéria, o primeiro dos quais publicado pelo também médico Raymond Moody Jr. em 1975, “Vida depois da vida”, volta e meia a imprensa generalista pega no assunto normalmente carregando na tónica do ceticismo ou do sensacionalismo. Contudo, em agosto de 2012, a revista portuguesa “Sábado” publicou um artigo intitulado “O mistério dos relatos sobre o céu”, por sinal bastante equilibrado. O artigo contém alguns relatos semelhantes aos referidos no texto do Dr. van  Lommel, mas que tiveram lugar em Portugal. O papel do médico holandês é "desempenhado" pelo Dr. Manuel Domingos. O artigo da Sábado faz ainda referência à abordagem religiosa e também aos céticos.




O que diz a Teosofia

Recentemente, o Lua em Escorpião publicou um texto sobre o processo pós-morte de acordo com a Teosofia original, que pode ser lido aqui (1ª parte) e há algum tempo mais, um artigo também em duas partes traduzido do blog de Odin Townley, a primeira das quais está aqui.

Em português, as melhores fontes são “A Chave para a Teosofia” e as “Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett”.




Em inglês, recomendo “When we die” e “After death consciousness and processes” de Geoffrey Farthing que compilam tudo o que existe escrito por HPB e os Mahatmas (particularmente no segundo livro) sobre o que acontece após a morte do corpo físico.  Abaixo fica um video baseado no livro "When we die", produzido pela Blavatsky Trust, organização criada por Farthing e Christmas Humphreys.



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