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sábado, 6 de julho de 2013

Mitos e verdades sobre o Conde de Saint-Germain (1ª parte)

O Conde de Saint-Germain (por Nicholas
Thomas, 1783)

O post desta semana é o primeiro de uma série de dez que terão como base o trabalho de David Pratt sobre o Conde de St. Germain publicado no “Exploring Theosophy”. Não será feita uma tradução na íntegra, pois o texto é demasiado extenso e contém detalhes que não são relevantes, para o que se quer transmitir - por um lado confirmar que o Conde de St. Germain foi um Adepto que tinha uma missão importante, num período conturbado da história europeia, e por outro lado desmistificar todo o folclore alimentado pelo lado mais deprimente da indústria new-age, que apresenta o Conde de St. Germain como mais um “santinho” para pôr no altar, o clássico mimetismo do catolicismo, onde os santos são substituídos por Mestres Ascensos cada um com o seu pelouro.

Sugere-se a consulta do texto original para as devidas referências bibliográficas (que são inúmeras) e para outros detalhes históricos que foram omitidos como acima se referiu. Depois da publicação da última parte, o texto no seu conjunto será colocado no Scribd.

Segue-se pois a tradução do texto (adaptado).

1. Introdução

O Conde de St.Germain foi uma figura enigmática que atingiu grande proeminência na alta sociedade da Europa durante meados do século XVIII. Era próximo de muitos reis, príncipes e figuras de estado e beneficiava da sua confiança e admiração. Ele era estupendamente rico, possuindo uma coleção de jóias de raro tamanho e beleza, que frequentemente dava como prendas. Os conhecidos louvavam os seus modos charmosos e gentis e enorme erudição. Ele foi músico, compositor e um virtuoso no violino. Também foi um químico brilhante, com um conhecimento ímpar de corantes e diamantes. Frederico, o Grande chamava-o de homem cujo enigma nunca fora desvendado. O seu nascimento e antecedentes são obscuros, mas no fim da sua vida ele revelou que era filho do Príncipe Rákóczy da Transilvânia.

As histórias sobre Saint-Germain embelezam muitas memórias do período, mas a sua fiabilidade varia. Muitas vezes contêm adornos, exageros e evidentes invenções, e várias dessas histórias não foram escritas pelos seus alegados autores. Existiam lendas de que ele poderia fundir diamantes pequenos em maiores, fazer ouro, de que possuía o segredo da eterna juventude e de que teria centenas ou mesmo milhares de anos de idade. Os seus contemporâneos às vezes referiam-se a ele (frequentemente de modo irónico) como o “Homem Maravilha”. Voltaire zombava, chamando-o “um homem que nunca morre e que sabe tudo”. Embora Saint-Germain tenha muitas vezes sido rotulado de charlatão, aventureiro, vigarista e espião, não existe nenhuma evidência convincente que suporte estas alegações.

O nome de Saint-Germain é frequentemente ligado à alquimia, ocultismo e sociedades secretas. Helena P. Blavatsky escreve: “O Conde de Saint Germain foi indubitavelmente o maior Adepto oriental que a Europa já conheceu durante os últimos séculos. Porém, a Europa não o reconheceu.” [Glossário Teosófico, Ed. Ground, p.590]. De acordo com Cooper-Oakley “ele trouxe o seu enorme conhecimento para ajudar o Ocidente, para afastar um pouco as nuvens tormentosas que se adensavam rapidamente à volta de algumas nações. Mas infelizmente as suas palavras de aviso caíram em orelhas moucas e os seus conselhos foram todos ignorados.”


Continua na próxima semana…

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