O Conde de Saint-Germain (por Nicholas Thomas, 1783) |
O post desta semana é o primeiro de uma série de dez que
terão como base o trabalho de David Pratt sobre o Conde de St. Germain
publicado no “Exploring Theosophy”. Não será feita uma tradução na íntegra,
pois o texto é demasiado extenso e contém detalhes que não são relevantes, para
o que se quer transmitir - por um lado confirmar que o Conde de St. Germain foi
um Adepto que tinha uma missão importante, num período conturbado da história
europeia, e por outro lado desmistificar todo o folclore alimentado pelo lado
mais deprimente da indústria new-age, que apresenta o Conde de St. Germain como
mais um “santinho” para pôr no altar, o clássico mimetismo do catolicismo, onde
os santos são substituídos por Mestres Ascensos cada um com o seu pelouro.
Sugere-se a consulta do texto original para as devidas
referências bibliográficas (que são inúmeras) e para outros detalhes históricos
que foram omitidos como acima se referiu. Depois da publicação da última parte,
o texto no seu conjunto será colocado no Scribd.
Segue-se pois a tradução do texto (adaptado).
1. Introdução
1. Introdução
O Conde de St.Germain foi uma figura enigmática que atingiu
grande proeminência na alta sociedade da Europa durante meados do século XVIII.
Era próximo de muitos reis, príncipes e figuras de estado e beneficiava da sua
confiança e admiração. Ele era estupendamente rico, possuindo uma coleção de
jóias de raro tamanho e beleza, que frequentemente dava como prendas. Os
conhecidos louvavam os seus modos charmosos e gentis e enorme erudição. Ele foi
músico, compositor e um virtuoso no violino. Também foi um químico brilhante,
com um conhecimento ímpar de corantes e diamantes. Frederico, o Grande
chamava-o de homem cujo enigma nunca fora desvendado. O seu nascimento e
antecedentes são obscuros, mas no fim da sua vida ele revelou que era filho do
Príncipe Rákóczy da Transilvânia.
As histórias sobre Saint-Germain embelezam muitas memórias
do período, mas a sua fiabilidade varia. Muitas vezes contêm adornos, exageros
e evidentes invenções, e várias dessas histórias não foram escritas pelos seus
alegados autores. Existiam lendas de que ele poderia fundir diamantes pequenos
em maiores, fazer ouro, de que possuía o segredo da eterna juventude e de que
teria centenas ou mesmo milhares de anos de idade. Os seus contemporâneos às vezes
referiam-se a ele (frequentemente de modo irónico) como o “Homem Maravilha”.
Voltaire zombava, chamando-o “um homem que nunca morre e que sabe tudo”. Embora
Saint-Germain tenha muitas vezes sido rotulado de charlatão, aventureiro,
vigarista e espião, não existe nenhuma evidência convincente que suporte estas
alegações.
O nome de Saint-Germain é frequentemente ligado à alquimia,
ocultismo e sociedades secretas. Helena P. Blavatsky escreve: “O Conde de Saint
Germain foi indubitavelmente o maior Adepto oriental que a Europa já conheceu
durante os últimos séculos. Porém, a Europa não o reconheceu.” [Glossário
Teosófico, Ed. Ground, p.590]. De acordo com Cooper-Oakley “ele trouxe o seu
enorme conhecimento para ajudar o Ocidente, para afastar um pouco as nuvens
tormentosas que se adensavam rapidamente à volta de algumas nações. Mas
infelizmente as suas palavras de aviso caíram em orelhas moucas e os seus conselhos
foram todos ignorados.”
Continua na próxima semana…
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