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sábado, 20 de outubro de 2012

Reencarnação - A explosão populacional e o intervalo entre vidas (2ª parte)


Depois de uma pequena introdução na semana passada ao livro de Sylvia Cranston e Carey Williams, “Reincarnation – A New Horizon in Science, Religion and Society”, acrescida de uma nota biográfica sobre a autora avançamos para a tradução do capítulo “Reencarnação e a explosão populacional”, que consta da secção IV do referido livro.

“Desde a Roma Antiga, o espectro de um mundo com demasiada gente – demasiadas bocas para alimentar, vestir e abrigar – tem assombrado as mentes das pessoas da Terra. O pai da igreja Tertuliano ficava perturbado com o aumento alarmante de população nas zonas de influência de Roma nos primeiros séculos da era cristã. Por essa razão, nos seus argumentos contra a reencarnação, ele desconsiderava a doutrina porque ela não conseguia explicar de onde aquele acréscimo de população provinha. Ele não se deveria ter preocupado com o problema da população, pois durante a Idade Média, a população na Europa diminuiu para um nível inferior.

Nos anos mais recentes, os demógrafos têm vindo a projectar cenários desastrosos de aumentos populacionais assombrosos. Isto cada vez mais parece um falso alarme. Com base nas estatísticas presentes, o colunista Ben Wattenberg do New York Post, intitulou a sua coluna do dia 28 de Abril de 1991, “Boom populacional está em falência” e escreve:

“Trezentos milhões de pessoas desapareceram durante a última década. A maior parte dessas pessoas era de países pobres. Desapareceram. Perdidas para sempre.

Estas pessoas não foram vítimas de uma fome cruel nem da repressão de um tirano, mas de taxas de natalidade em queda. Os trezentos milhões de indivíduos do Terceiro Mundo em falta são obviamente um artefacto estatístico. São pessoas que, em 1968 os demógrafos das Nações Unidas previram que nasceriam por volta do ano 2000. Mas em 1970, com os nascimentos em queda, os mesmos demógrafos previram que esses 300 milhões de pessoas não nasceriam na mudança de século.

Estas alterações de projecções apontam para um facto dos tempos modernos que tem recebido pouca atenção. É que a chamada “explosão populacional” está a regredir e de forma muito rápida na maior parte dos sítios…O bizarro “Global 2000 Report” da responsabilidade do Presidente Carter menciona uma projecção leviana de uma população mundial de quase 30 mil milhões nos próximos 120 anos [NT: até 2100, portanto]. Hoje, o valor inferior dos intervalos de projecções moderadas é de 10 mil milhões, embora alguns demógrafos dêem ainda valores mais baixos, na ordem dos 8 mil milhões…

[NT: Este recente relatório das Nações Unidas confirma o cenário dos valores inferiores, estimando-se uma população de 9 mil milhões em 2100. A população deverá começar a diminuir já a partir de 2075. Seja como for é praticamente adivinhação fazer  uma previsão a 90 anos…mas o  mesmo estudo aponta para uma população em 2300 semelhante à de 2100!]

O que vemos portanto é um padrão que é observável noutros domínios da nossa sociedade: o de darmos brado e politizar tendências negativas que podem até não ser más ou que podem nem ser tendências.”

Um artigo do New York Times intitulado “Fertilidade mundial em rápido declínio de acordo com novo e extensivo estudo” informa sobre os resultados do “Estudo Mundial sobre a Fertilidade”, uma iniciativa multinacional iniciada em 1972 e já reconhecida como o maior projecto de investigação de ciências sociais jamais lançado”. O NY Times escreve que o estudo concluiu que “a inquirição de 400 mil mulheres em 61 países mostra que a explosão populacional que afectou grande parte do nosso planeta está aliviando. A fertilidade e a taxa de natalidade nos países do terceiro mundo e nas nações mais desenvolvidas tem diminuído de forma significativa na última década, conclui o estudo “ (15 de Julho de 1980).

O editor de ciência do New York Daily News, Edward Edelson, escreve que nos Estados Unidos “o declínio da taxa de natalidade nos anos mais recentes é uma das tendências mais marcantes na história americana” (10 de Maio de 1980).

Dois anos antes, o Serviço de Censos dos EUA publicou um relatório (19 de Novembro de 1978) onde se refere que a tendência de crescimento da população mundial inverteu-se, numa reviravolta sem precedentes. Embora a população esteja ainda a aumentar, a taxa de crescimento decresceu substancialmente. No Fundo das Nações Unidas para Actividades  Populacionais, um porta-voz disse que os novos números mostram que “a tendência decrescente é suficientemente impressionante para eliminar qualquer dúvida de que a fertilidade está a cair acentuadamente”. Os demógrafos dizem que não existe uma explicação clara para a inversão da taxa de crescimento. “Ninguém realmente sabe a razão”, diz o director de informação do fundo, Trazie Vittachi. Ele acrescenta que “ninguém deve pressupor que o problema populacional está resolvido. Continua a ser uma questão de repartição dos recursos mundiais. Mas existe uma luz ao fundo do túnel” (The Star-Ledger, 2 de Novembro de 1978).

Continuaremos na próxima semana, com a terceira e última parte onde se discutirão algumas hipóteses sobre a duração do intervalo entre vidas.

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