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sábado, 16 de junho de 2012

A teoria do Big Bang e a Teosofia (1ª parte)


O último texto disponibilizado pelo teosofista David Pratt, na sua página de internet não traz um tema novo, tendo em conta anteriores exposições feitas por este respeitado membro da comunidade teosófica. Pratt, conhecido pela sua capacidade de interligar a ciência moderna com a doutrina teosófica, vem uma vez mais mostrar alguns absurdos que existem numa das teorias que tenta explicar o aparecimento do Universo, a teoria do Big Bang. Neste texto, o leitor poderá ficar a saber não só o que dizem os defensores dessa teoria, mas também teorias alternativas. Descobrirá também que alguns cientistas vêem a ciência como uma religião e quem se afastar daquilo que é considerado como estabelecido pela corrente científica dominante poderá ter a sua carreira seriamente afectada.

Mas o que achei especialmente útil no artigo de David Pratt foi a forma resumida como ele explana o que a Teosofia tem a dizer sobre o tema em causa. O cerne deste post será pois uma tradução de parte do capítulo 10 do texto “Tendências na Cosmologia: Para além do Big Bang”, para a qual obtive permissão expressa do autor.

Escreve Pratt: “De acordo com a tradição teosófica, ou Sabedoria Eterna, o Universo é infinito e eterno. Dentro da imensidão sem limites do Espaço, mundos incontáveis, em qualquer escala concebível, povoados e de facto compostos de entidades vivas e em evolução, em diferentes estágios de desenvolvimento, constantemente aparecem e desaparecem como “centelhas da eternidade”, passando através dos ciclos de nascimento, vida, morte e renascimento.

Para além disso, a matéria física é apenas uma pequena oitava no espectro infinito da substância-consciência e existem infinitos mundos e planos que se interpenetram e interagem, mais densos ou mais etéreos que o nosso mundo, e que estão para lá do nosso raio de percepção, mas que são tão materiais para os seus habitantes como o nosso mundo é para nós.

O Universo funciona e é orientado de dentro para fora. Os planos mais etéricos exercem uma influência formativa e organizativa nos planos inferiores, tal como os nossos corpos físicos são animados por elementos mais subtis da nossa constituição. As forças que movimentam e dão forma à matéria reflectem os padrões e protótipos imprimidos nos planos superiores (a mente universal) em anteriores ciclos evolutivos. Uma inteligência instintiva vibra através da Natureza. O termo genérico para as forças da Natureza é “fohat”, que é habitualmente associado com a electricidade. H.P. Blavatsky define-a como “a essência da electricidade cósmica (…) no Universo de manifestação a sempre presente energia eléctrica e incessante poder destruidor e formador (…) força vital impulsora” representando “a potência activa (masculina) do Shakti  (potência reprodutora feminina) na Natureza”.

Os corpos celestiais nascem, evoluem, morrem e reencarnam. Podem se tornar maiores ou mais pequenos, se aproximarem ou se afastarem. Podem ejectar ou absorver matéria e radiação, explodir, cindirem-se, colidir ou fundirem-se. O Espaço, contudo não tem limites e é eterno. Não pode explodir, nem se aniquilar a si próprio. Nem pode expandir ou contrair. G. de Purucker [NT: líder da Sociedade Teosófica de Pasadena entre 1929 e 1942, organização teosófica de quem David Pratt parece estar especialmente próximo] apelidava a teoria da expansão do Universo, como “puramente imaginária”, um “conto de fadas científico” e algo “completamente errado”. Ele argumentava que o desvio para o vermelho [NT: redshift, no original] da luz de distantes galáxias poderia ser causado pelo facto da luz poder sofrer uma absorção ou retardamento conforme passa através do éter do espaço antes de atingir a Terra. Ele também escreveu:

“O Ocultismo afirma que em todas as coisas grandes ou pequenas, seja um Universo, um Sol, um ser humano, ou qualquer outra entidade, existe uma diástole e uma sístole constantes e seculares, similares à do coração humano. [O bater de coração cósmico] não tem nada a ver com um universo em expansão.”

Na 2ª parte deste post continuaremos com a tradução do excerto do texto de David Pratt.

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