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sábado, 23 de junho de 2012

A teoria do Big Bang e a Teosofia (2ª parte)


Continuamos com a tradução de parte do capítulo 10 do texto do teosofista David Pratt “Tendências na Cosmologia: Para além do Big Bang”.

"A matriz ou corpo do Universo, quer se entenda por isto a galáxia ou um agregado de galáxias, é estável em estrutura relativa e forma para o período do seu manvantara [tempo activo de vida] – precisamente tal como o coração humano o é, uma vez que tenha atingido o seu máximo crescimento e funcionamento.

A mitologia hindu fala da inspiração e expiração de Brahma, a divindade cósmica, a partir do qual os mundos evoluem, e a que mais tarde retornam - o ventre de Brahma. Algumas pessoas estabeleceram paralelos entre esta ideia e a de um universo oscilante em que o Espaço expande e contrai alternadamente. N’ ”A Doutrina Secreta”, quando se discute a origem dos mundos, H.P. Blavatsky cita a seguinte passagem das Estâncias de Dzyan: “A Mãe [Espaço] intumesce e expande-se de dentro para fora, como o botão da flor de lótus” (estância III: 1)”. Ela adiciona a seguinte explicação:

“A expansão da “Mãe” (também chamada de “Águas do Espaço”, “Matriz Universal”, etc…) de “dentro para fora”, não significa o expandir de um pequeno centro ou foco, mas o desenvolvimento da subjetividade sem limites para uma objetividade também ilimitada, sem referência a magnitude, termo ou área. (…) Quer isso dizer que, não sendo tal expansão um aumento de magnitude, porque a expansão infinita não admite nenhum aumento, era uma mudança de estado.”

Por outras palavras, expansão pode-se referir à emanação ou desdobramento de planos ou esferas progressivamente mais densas a partir da cúpula espiritual de uma hierarquia, até que o mundo inferior ou mais material é atingido. No ponto médio do ciclo evolutivo, o processo inverso começa: os mundos inferiores começam gradualmente a se desmaterializarem ou a se eterealizarem sendo reabsorvidos ou recolhidos nos reinos superiores. Os céus “se enrolarão como um pergaminho” (Isaías 34:4). Portanto, a expiração e expiração pode-se referir à expansão do Uno em muitos, e a subsequente reabsorção dos muitos no Uno.

A evolução ou involução dos mundos não significa que o Espaço propriamente dito surja a partir do nada, expandindo como um elástico, mais tarde contraindo-se, desaparecendo no nada. São os mundos dentro do Espaço – planetas, estrelas, etc. – que se materializam e eterealizam. A infinita totalidade de mundos e planos não só preenche o Espaço como também são Espaço.

De acordo com a Teosofia, nenhuma coisa ou entidade – seja ela átomo, ser humano, planeta, estrela ou galáxia ou agregado de galáxias – aparece aleatoriamente a partir do nada. Uma entidade física nasce porque uma entidade interna ou alma reencarna, e cada nova encarnação é o resultado kármico da precedente. Não existe um início ou fim absolutos para a evolução, apenas pontos de partida relativos e locais de paragem (ou descanso). Os planetas reencarnam diversas vezes durante o tempo de vida de um sistema solar, e as estrelas reencarnam muitas vezes durante o tempo de vida de uma galáxia.

Os astrónomos estimam que a nossa Via Láctea tem 13,2 mil milhões de anos, ou seja, é 500 milhões de anos mais nova que o Universo. A Teosofia, por outro lado, indica que a nossa galáxia é centenas de biliões de anos mais velha. O ciclo maior (ou maha-manvantara) do qual o nosso sistema solar é parte, é suposto durar 311 040 000 000 000 anos, e estamos presentemente a meio caminho, durante o qual 18 000 encarnações planetárias foram completadas.

A corrente científica principal diz que o nosso sistema solar se formou há 4,57 mil milhões de anos a partir do colapso de parte de uma nuvem molecular gigante. Especula-se que daqui a 5 mil milhões de anos, uma vez que todo o hidrogénio no seu núcleo se converta em hélio, o Sol tornar-se-á uma gigante vermelha. A fusão do hélio no núcleo começará a produzir carbono e oxigénio, levando a que as camadas exteriores do Sol se expandam e engulam a Terra. Finalmente, as camadas exteriores serão expelidas e tornar-se-ão uma nébulosa planetária, enquanto o núcleo estelar se tornará numa anã branca, arrefecendo lentamente e desaparecendo progressivamente ao longo de muitos milhões de anos.

Uma vez mais, a Teosofia sugere uma idade mais longa para o Sol. Os números exactos não foram revelados mas a informação disponível permite fazer uma estimativa aproximada. A Terra tem cerca de dois mil milhões de anos (compare-se com os 4,54 mil milhões de anos dados pela ciência), e o seu tempo total de vida será de 4,32 mil milhões de anos, seguindo-se um período de descanso (pralaya) da mesma duração. Em cada manvantara solar, cada planeta reencarna sete vezes, estando a Terra presentemente a meio da sua quinta encarnação. Estes cálculos implicam que o Sol tem 37 mil milhões de anos e que existirá pelo menos durante 20 mil milhões de anos mais.”

Para ver as referências bibliográficas deverá o leitor consultar o texto original.

Pratt tem na sua página de internet uma quantidade bastante significativa de textos, com temas tão variados como o aquecimento global, fenómeno OVNI, reencarnação, civilizações antigas e a extinção dos dinossauros. É sem dúvida um ponto de paragem obrigatório para quem quer ver como a Teosofia se interliga com as descobertas da ciência que aconteceram nos últimos anos. É uma espécie de actualização da argumentação que Helena Blavatsky usa n’ “A Doutrina Secreta” em que sistematicamente estabelece a ligação entre a Sabedoria Perene e a ciência do seu tempo.


sábado, 16 de junho de 2012

A teoria do Big Bang e a Teosofia (1ª parte)


O último texto disponibilizado pelo teosofista David Pratt, na sua página de internet não traz um tema novo, tendo em conta anteriores exposições feitas por este respeitado membro da comunidade teosófica. Pratt, conhecido pela sua capacidade de interligar a ciência moderna com a doutrina teosófica, vem uma vez mais mostrar alguns absurdos que existem numa das teorias que tenta explicar o aparecimento do Universo, a teoria do Big Bang. Neste texto, o leitor poderá ficar a saber não só o que dizem os defensores dessa teoria, mas também teorias alternativas. Descobrirá também que alguns cientistas vêem a ciência como uma religião e quem se afastar daquilo que é considerado como estabelecido pela corrente científica dominante poderá ter a sua carreira seriamente afectada.

Mas o que achei especialmente útil no artigo de David Pratt foi a forma resumida como ele explana o que a Teosofia tem a dizer sobre o tema em causa. O cerne deste post será pois uma tradução de parte do capítulo 10 do texto “Tendências na Cosmologia: Para além do Big Bang”, para a qual obtive permissão expressa do autor.

Escreve Pratt: “De acordo com a tradição teosófica, ou Sabedoria Eterna, o Universo é infinito e eterno. Dentro da imensidão sem limites do Espaço, mundos incontáveis, em qualquer escala concebível, povoados e de facto compostos de entidades vivas e em evolução, em diferentes estágios de desenvolvimento, constantemente aparecem e desaparecem como “centelhas da eternidade”, passando através dos ciclos de nascimento, vida, morte e renascimento.

Para além disso, a matéria física é apenas uma pequena oitava no espectro infinito da substância-consciência e existem infinitos mundos e planos que se interpenetram e interagem, mais densos ou mais etéreos que o nosso mundo, e que estão para lá do nosso raio de percepção, mas que são tão materiais para os seus habitantes como o nosso mundo é para nós.

O Universo funciona e é orientado de dentro para fora. Os planos mais etéricos exercem uma influência formativa e organizativa nos planos inferiores, tal como os nossos corpos físicos são animados por elementos mais subtis da nossa constituição. As forças que movimentam e dão forma à matéria reflectem os padrões e protótipos imprimidos nos planos superiores (a mente universal) em anteriores ciclos evolutivos. Uma inteligência instintiva vibra através da Natureza. O termo genérico para as forças da Natureza é “fohat”, que é habitualmente associado com a electricidade. H.P. Blavatsky define-a como “a essência da electricidade cósmica (…) no Universo de manifestação a sempre presente energia eléctrica e incessante poder destruidor e formador (…) força vital impulsora” representando “a potência activa (masculina) do Shakti  (potência reprodutora feminina) na Natureza”.

Os corpos celestiais nascem, evoluem, morrem e reencarnam. Podem se tornar maiores ou mais pequenos, se aproximarem ou se afastarem. Podem ejectar ou absorver matéria e radiação, explodir, cindirem-se, colidir ou fundirem-se. O Espaço, contudo não tem limites e é eterno. Não pode explodir, nem se aniquilar a si próprio. Nem pode expandir ou contrair. G. de Purucker [NT: líder da Sociedade Teosófica de Pasadena entre 1929 e 1942, organização teosófica de quem David Pratt parece estar especialmente próximo] apelidava a teoria da expansão do Universo, como “puramente imaginária”, um “conto de fadas científico” e algo “completamente errado”. Ele argumentava que o desvio para o vermelho [NT: redshift, no original] da luz de distantes galáxias poderia ser causado pelo facto da luz poder sofrer uma absorção ou retardamento conforme passa através do éter do espaço antes de atingir a Terra. Ele também escreveu:

“O Ocultismo afirma que em todas as coisas grandes ou pequenas, seja um Universo, um Sol, um ser humano, ou qualquer outra entidade, existe uma diástole e uma sístole constantes e seculares, similares à do coração humano. [O bater de coração cósmico] não tem nada a ver com um universo em expansão.”

Na 2ª parte deste post continuaremos com a tradução do excerto do texto de David Pratt.

sábado, 9 de junho de 2012

O “novo” Buda


Ocasionalmente encarnam no mundo seres especiais. Nessa categoria talvez se encaixe Ram Bahadur Bomjon. Nascido numa família pobre no Nepal - um pequeno país encravado nos Himalaias, com mais de 26 milhões de habitantes - Ram ficou conhecido pelo facto de ter entrado em meditação em Maio de 2005, debaixo de uma árvore com um tronco oco.



Meditou continuamente dia e noite, suportando temperaturas bastante baixas, usando apenas um manto. Há quem alegue que as suas vestes chegaram a pegar fogo instantaneamente devido a um fenómeno de combustão espontânea e existe uma filmagem desse evento no YouTube. 

De todo o país e também do estrangeiro milhares foram vê-lo, obrigando à criação de uma barreira e de medidas adicionais de segurança. Ram só saiu do seu estado em Março do ano seguinte, tendo desaparecido durante uma semana. Argumentou que devido ao grande aglomerado de pessoas não conseguia ter o sossego necessário para meditar, por isso dirigiu-se para o interior de uma floresta. Depois deste episódio, Ram apareceu noutro sítios em meditação, como podem ler aqui.

Felizmente, o canal Discovery fez uma reportagem sobre a longa meditação de Ram onde céticos, médicos e budistas são confrontados com a realidade da situação, e mais importante que tudo, prova que é possível ficar tanto tempo num estado de meditação sem morrer (algo que, como verão no vídeo, uma nutricionista diria que é impossível, parecendo-lhe inverossimil que Ram não parasse para comer ou beber). Esta prova foi obtida com a colocação de uma câmara apontada para Ram durante dia e noite por vários dias.





A mãe de Ram diz que enquanto esteve grávida, não podia comer carne, pois quando isso acontecia ficava imediatamente doente. Palden Dorje - o nome budista de Ram dado depois da sua iniciação - sempre rejeitou esse alimento.  Já desde pequeno, o menino Buda se interessava pelos monges e escrituras budistas. 

Muitos alegavam que Ram era a reencarnação do Buda, facto que ele negou dizendo que não o deviam chamar de Buda, pois não tinha a energia do Buda.
Os discursos de Palden Dorje podem ser encontrados aqui. O site já está traduzido para muitas línguas, mas infelizmente o português não é um desses idiomas.

Estive a ler um dos últimos discursos de Palden Dorje e encaixa-se perfeitamente naquilo que poderíamos esperar ouvir de um ser bastante evoluído. 

Palden Dorje tem apenas 22 anos. Provavelmente ainda vamos ouvir falar muito dele no futuro. Felizmente estes tempos modernos trouxeram-nos a internet e portanto mesmo muito longe do Nepal podemos saber o que o menino Buda, que agora já é um homem, tem para nos dizer.

sábado, 2 de junho de 2012

As Eras de Peixes e de Aquário à luz da Astrologia (2ª parte)


Na 1ª parte deste post vimos a descrição do Arquétipo Imutável e da Era de Peixes, de acordo com a interpretação do astrólogo Robert Zoller. Nesta 2ª parte saberemos o que ele prevê para a Era de Aquário.

Mas, antes de mais convém saber se existe resposta para a pergunta que muitos já com certeza colocaram: “Afinal, quando começa essa tão propalada Nova Era?”

Blavatsky defendia que a Era de Aquário começaria por volta de 1900 (de acordo com os cálculos que se fazem a partir deste artigo, ver p.174), mas segundo Nicholas Campion no seu “The Book of World Horoscopes”, outros defendiam que esta data deveria ser mais recuada (ele próprio refere que na Doutrina Secreta, HPB menciona a data de 1897, algo que não consegui confirmar). Alguns advogam que existe um período de transição, onde a Era de Peixes caminha para o final e a de Aquário dá os primeiros sinais.

A própria Blavatsky é citada por uma revista de astrologia britânica como indicando 1789, o ano da revolução francesa (provavelmente HPB indicaria o início do período de transição, mas desconheço se a referência da revista inglesa é rigorosa, é bem possível que não seja). Gerald Massey, o poeta e egiptólogo inglês que era por vezes citado por Blavatsky e que colaborou com a Velha Senhora, apontou 1900 e 1905 como datas possíveis, assumindo neste segundo caso um ritmo da precessão de 2160 anos e considerando o início da Era de Peixes em 255 AC.  Alguns académicos, como David Reigle (que podem ver aqui numa palestra organizada por simpatizantes dos ensinamentos de Alice Bailey, em relação aos quais eu não sou pessoalmente grande apreciador, como já tive oportunidade de referir) consideram que Blavatsky simplesmente seguiu as teorias de Massey.

Por falar em Alice Bailey, diga-se que a mística inglesa colocava o início da Era de Aquário nos anos 30 do século XX. O astrólogo norte-americano Alan Oken, que hoje ensina no Quíron, uma escola portuguesa de astrologia, com sede em Lisboa e fundada por Maria Flávia de Monsaraz (também ela uma crente em Bailey e que pode ser vista aqui falando da entrada de Neptuno em Peixes), apontava a data de 1969, ano marcado pela chegada do Homem à Lua. O clarividente Edgar Cayce referia o ano de 1998, como a data em que a Humanidade perceberia totalmente estar na Idade de Aquário. E a longa lista de Campion continua até 3621…

Neste artigo sobre o Movimento Teosófico entre 1875 e 2075, Carlos Cardoso Aveline insere várias citações de Helena Blavatsky (e não só) e explica um pouco como funciona a própria sobreposição das Eras. É citada também uma passagem da Doutrina Secreta que aponta indiretamente para 1900 como o ano de passagem de testemunho entre a Era de Peixes e a Era de Aquário. Seria a segunda pista deixada por HPB além do artigo que está nos Escritos Reunidos, já atrás referido.

Conforme explica Aveline, cada Era terá a duração de 2155 anos, sendo que existe um período onde se dá o anoitecer da Era de Peixes, algo que dura 215 anos, e um período de alvorada para a Era de Aquário exactamente da mesma dimensão temporal.  1900 seria um ponto médio e as duas hipóteses são considerar o “desvanecer” da Idade de Peixes entre 1685 e 1900 e o alvorecer de Aquário entre 1900 e 2115, ou então considerar que ambos os períodos se sobrepõem, e na mesma considerando 1900 como um ponto médio, dividir-se-ia 215 por dois e então a transição começaria por volta de 1792-1793 terminando em 2007-2008.

Mas, lembremo-nos que isto é uma interpretação do teosofista brasileiro, pois Blavatsky não deixou nada explícito sobre este assunto. Perto do fim do artigo Aveline refere algo bastante importante: 

“Há um tom de cautela, no entanto, a acrescentar à profecia de HPB, segundo a qual a verdadeira ética terá uma vitória final antes que o século XXI termine. Ela também comentou que o século XX poderia ser, talvez, “o último a ser chamado por este nome”.  
Esta advertência implica que, dependendo de como a situação evolua, poderemos viver uma mudança tão radical em nossa civilização que uma nova maneira de contar o tempo seja adotada durante o século XXI. Isso, no entanto, é um indício e uma possibilidade. O princípio da superposição de eras sucessivas faz com que diferentes possibilidades cármicas permaneçam abertas,  lado a lado, por algum tempo durante o encontro gradual de duas Eras.”

Com a questão relativa ao início da Era de Aquário a não ficar completamente fechada, avançamos agora para as previsões de Robert Zoller. Na verdade e ao contrário do que é a expectativa de muitos, a análise astrológica de Zoller é bastante sombria. Na figura abaixo podemos ver a representação da Idade de Peixes, estando o Arquétipo Imutável do lado de dentro e o Mutável do lado de fora.


Como vemos, os ângulos principais (casa I e casa X) são governados por maléficos, tal como sucede no Arquétipo Imutável. Aquário está no Ascendente e Escorpião na casa X, regidos por Saturno e Marte, respectivamente.
Apesar de não termos a melhor das impressões sobre de Era de Peixes, Zoller diz que foi uma época em que a verdade e a filosofia interessavam aos homens, não obstante a hipocrisia que se gerou devido à confluência dos interesses políticos e religiosos.

Com Escorpião na casa X, o poder será exercido através da modificação de comportamentos, clonagem, engenharia genética, controlo da mente e com o uso do oculto (tema muito presente na descrição do signo de Escorpião). Zoller faz uma afirmação forte quando diz: “se a Era precedente [a de Peixes] produziu metafísicos materialistas, que enganavam as pessoas através do ópio da religião, a Nova Era [a da Aquário] irá produzir metafísicos materialistas que irão fazer as elites políticas precedentes parecerem aprendizes ineptos”.

As elites oligárquicas serão vistas à luz daquilo que desejam ser vistas. A manipulação será a palavra de ordem e isso é outra das características do Escorpião. Aparecerão novas correntes políticas onde não será possível discernir a esquerda da direita, misturando-se conceitos utópicos, socialistas e tecnocráticos.
Como já foi referido na 1ª parte, a concretização de uma casa deve ser analisada olhando para o signo que está dez casas depois. Como encontramos Leão na casa VII (a décima a contar da casa X), isso significa que o poder absoluto será um desígnio dos líderes da Idade de Aquário (ou dos verdadeiros detentores de poder).

Em termos religiosos, a imparcialidade e justiça marcarão lugar, pois Balança está na casa IX.
Para Zoller, a Idade de Aquário servirá de cenário para uma intensa luta entre espírito e matéria, numa escala nunca antes vista. Será um tempo de grandes oportunidades de evolução, mas também de libertinismo. Contudo, o perigo maior advirá essencialmente do abuso de conhecimento e ciência.
A luta será entre aqueles que por um lado, sonham com a fraternidade universal e uma ciência humanista, enquanto que do outro lado estarão os tecnocratas que procurarão fossilizar a sociedade numa espécie de sistema de castas rígido, gerida tecnologicamente. Zoller acha que sendo Aquário de natureza rebelde esta última hipótese nunca será concretizada completamente.

A interacção social será de cariz filosófico (Sagitário está na cúspide da casa XI), enquanto que o dinheiro servirá para gratificação dos desejos e como garantia de escape das coisas desagradáveis do mundo (o que traduz o escapismo associado ao signo de Peixes que está na casa II).

Alguns dos traços descritos por Zoller são já visíveis no mundo de hoje, com a comunicação social refém de interesses económicos e sem capacidade para lutar contra a manipulação das forças políticas. Será fácil por isso ser-se visto conforme mais se deseja. A pulverização familiar também é sintomática, assim como é previsível a redução do fanatismo religioso. A tecnocracia e o excesso de tecnologia far-se-ão com certeza sentir e esta Idade de Aquário, embora vá trazer muitas mudanças positivas para a Humanidade não tornará o planeta Terra naquele lugar idílico, conforme muita gente apregoa.