A astróloga norte-americana Demetra George é estudiosa da
Velha Arte há mais de 35 anos, e especializou-se em mitologia dos arquétipos e
técnicas antigas. É também professora do Kepler College (uma Faculdade
localizada em Seattle, nos EUA, dedicada à Astrologia) e na Universidade do
Oregon.
Em 2008, Demetra publicou o livro “Astrology and the
Authentic Self” (A Astrologia e o Eu Autêntico) onde tenta juntar as técnicas
da astrologia medieval com algumas técnicas mais recentes, como seja o uso dos
asteroides, inserindo também alguns conceitos provenientes da astrologia
psicológica. É por isso um livro extremamente interessante. Neste post
colocarei dois excertos que são simples, concisos, mas cheios de conteúdo,
abrindo o apetite a quem se interessa por esta área. O livro, como a maior
parte dos (bons) livros mais recentes de astrologia, não se encontra traduzido
para português.
No prólogo, Demetra George diz qual a sua visão da
astrologia: “A premissa filosófica que subjaz e influencia todas as técnicas de
cariz prático descritas neste livro é a de que vivemos num cosmos consciente
que é permeado por uma inteligência criativa e uma ordem intrínseca. Toda a
vida tem um propósito dentro de um todo maior. A Astrologia é um meio pelo qual
se pode discernir este propósito. O mapa natal é construído para facilitar a
vivência desse propósito, que é muitas vezes a resposta mais natural e
instintiva de um indivíduo, e que traz um sentido para a vida quotidiana. O
mapa natal descreve as condições do karma ou destino com o qual nascemos, mas é
a nossa resposta ao nosso destino que molda esse destino. E em circunstâncias
excepcionais, a Graça Divina existe.” (p.10)
Na introdução, Demetra George resume a sua metodologia de
análise do mapa natal. Diz esta astróloga: “Eu sou de opinião que as posições e
os estados do Ascendente e do seu regente, do Sol e da Lua estabelecem o quadro básico do mapa no qual o sentido
básico do propósito de vida pode ser percebido. O todo do sentido da vida está
encapsulado nestes quatro factores, conjuntamente com a rede de
interrelacionamentos de outros planetas e asteróides ligados a estes pontos. O
procedimento é muito simples, pois foca-se na avaliação de apenas quatro
factores primários. Contudo, as regras para avaliar estes factores são
abrangentes e detalhadas.
Neste modelo, o Sol significa a intenção da alma e o
conteúdo do propósito de vida. A Lua representa o corpo que dá vida à alma, os
sentidos pelos quais nós percebemos o mundo, e o meio prático pelo qual podemos
actualizar o nosso propósito. O Ascendente e o seu regente apontam para aquilo
que motiva a alma para a acção e para o tema que orienta a vida.” (p.15)
Penso que estas citações do livro de Demetra George merecem
uma reflexão atenta por parte do estudante de Astrologia. No primeiro excerto, temos uma definição da
autora do que é a Velha Arte, e a sua visão resumida da dicotomia destino/livre-arbítrio.
O segundo excerto é um convite a
controlar o perigo de dispersão que advém do excesso de informação no mapa, o
que às vezes confunde o estudante, quando este se prepara para ler o horóscopo.
Partir para uma análise usando de início o Sol, a Lua, o Ascendente e o seu
regente é sem dúvida um meio seguro de traçar o quadro geral das
características da personalidade do indivíduo.
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