Na noite de 3 de Janeiro do presente ano, tive oportunidade de ver um programa no canal Odisseia sobre a morte. Inicialmente debateu-se a questão do momento em que se considerava que o ser humano, em coma, estaria realmente morto, o que actualmente tem como parâmetro a morte cerebral de um paciente.
O programa avançou, posteriormente, para questões mais complexas, tendo como pano de fundo os relatos de doentes que, em cirurgias, ou em contextos de extrema gravidade, alegavam ter visionado o seu próprio corpo físico, de uma perspectiva externa, bem como haviam experienciado realidades de outra dimensão dita espiritual.
De acordo com a ciência actual, trata-se de uma reacção cerebral que produziria exactamente as tais vivências extra corpóreas. Segundo esta mesma visão, tudo se passa apenas no cérebro.
Experiências de estimulação do giro angular direito do cérebro demonstraram a capacidade de desencadear a percepção de se encontrar fora do corpo.
A privação de oxigénio, quando o individuo se encontra próximo da morte, é uma outra explicação para as ilusões do túnel com uma luz brilhante ao fundo, nos momentos que precedem o fim. Isso acontece devido ao facto de a visão central depender das células do córtex visual, que são em maior número do que as células responsáveis pela visão periférica. Daí o brilho intenso na região central, que se traduz na imagem do túnel.
Já os espiritualistas estão convencidos de que se trata de uma vivência espiritual real, o que demonstra que a consciência sobrevive além do corpo físico.
Se bem que não exista um consenso entre a ciência (para a qual a alucinação é a explicação mais evidente) e todos aqueles que acreditam na veracidade da experiência, em ambos os campos reconhece-se a existência do fenómeno.
Os cientistas, actualmente, podem perceber como o cérebro reage a este tipo de experiências mas daí não se poderá concluir que serão apenas meras alucinações cerebrais. Para os espiritualistas, o envolvimento do cérebro no processo não se traduz numa negação da possibilidade da experiência ser considerada real.
Num dos casos apresentados, ao longo do programa, um senhor já idoso descreveu a sua própria cirurgia, e certos procedimentos precisos do cirurgião que não seriam possíveis de visionar a partir da perspectiva em que se encontrava fisicamente. Além de ter uma protecção sobre ambos os olhos, que lhe vendava a vista, a zona da cabeça estava isolada do campo cirúrgico por uma espécie de cortina, o que impossibilitava, de todo, que pudesse ter visto o que quer que fosse a partir de uma visão meramente física. Como os pormenores eram muito exactos, não havia possibilidade de explicar o que acontecera a partir de uma alucinação cerebral. Um dos médicos entrevistados, questionado sobre uma explicação para o fenómeno, respondeu simplesmente “não sei”, pois só assim, segundo afirmou, poderíamos realmente aprender mais e, talvez um dia, encontrar novas respostas.
Para o individuo que passou pela experiência a vivência foi de tal modo intensa que o convenceu, totalmente, da sua veracidade.
Muitos relatos do género são encontrados nas chamadas experiências de quase morte (EQM) em que os indivíduos sofreram algum tipo de acidente grave, ou passaram por um trauma físico muito intenso. Nestas circunstâncias, é comum a pessoa visualizar o seu próprio corpo físico, tendo a consciência de estar fora dele, numa outra dimensão extra-física. Além disso, é usual o encontro com uma luz de amor difícil de ser explicada, bem como o contacto com seres de outra dimensão, e com a presença de familiares já falecidos.
Considerar a possibilidade de sobrevivência após a morte é, regra geral, uma conclusão real para quem voltou à vida, após uma EQM.
No entanto, os fenómenos das viagens fora do corpo não estão apenas relacionados com casos de pessoas que passam por tais extremas circunstâncias.
A projeciologia é um campo de estudos da Conscienciologia que se debruça sobre a possibilidade de projectarmos a nossa consciência para fora do corpo físico. Mas disso falaremos num próximo post muito em breve.
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