Uma série de 4 episódios, emitida na RTP2 e estreada em 20 de Novembro, abordou a viagem de padres jesuítas portugueses pelo Tibete, Nepal e norte da Índia, no 2º quartel do século XVII. Viagens duras por território inóspito e praticamente desconhecido, à procura de um reino cristão (Cataio) que afinal não existia. Os passos daqueles missionários são reproduzidos pelo viajante e investigador da expansão marítima portuguesa, Joaquim Magalhães de Castro. E o que tem de especialmente interessante para a comunidade teosófica este documentário? Ora, alguns dos sítios, cidades e províncias por onde passa Joaquim de Castro são citados nos livros que relatam as viagens dos primeiros teosofistas. Uma obra onde se podem encontrar também referências a Leh, Ladakh, Caxemira, Monte Kailash e outros mais é nas Cartas dos Mahatmas.
Mesmo sem esta curiosidade o documentário é uma peça valiosa, provavelmente umas das melhores produções portuguesas dos últimos tempos nesta área. Pode aceder à página do programa no site da RTP aqui e ver os episódios online.
Apontamentos sobre teosofia, astrologia, reencarnação, karma e outros temas serão trazidos regularmente a este blog. Os autores podem ser contactados através de blog.luaemescorpiao@gmail.com
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Himalaias - A viagem dos jesuítas portugueses
sábado, 17 de dezembro de 2011
Sobre o karma
Karma é
outra palavra que se vulgarizou. O seu significado real e as implicações da lei
que lhe está associada, são muitas vezes alvo de confusão, o que pode conduzir
ao desespero e à descrença, pois não raramente, indivíduos que praticam bons
actos (vamos eliminar aqui o erro de perspectiva) vêem-se no meio de
dificuldades tais, que mais parecem um castigo que uma retribuição.
Mais uma
vez, sem entrar em grandes detalhes, vou deixar aqui algumas pinceladas sobre
este tema.
Segundo o
astrólogo Stephen Arroyo (um dos mais importantes da linha da astrologia
psicológica, a par de Liz Greene e Howard Sasportas), karma refere-se à lei
universal de causa e efeito, sendo que a lei do karma pode ser equiparada à lei
mecânica de Newton, que estabelece que "toda a acção desencadeia uma
reacção igual ou oposta", sendo no fundo "um método para atingir e
manter a justiça e o equilíbrio universais". Aliás a palavra karma significa
acto ou acção. Arroyo acrescenta que "o conceito de karma baseia-se no
fenómeno de polaridade, pelo qual o universo mantém uma situação de
equilíbrio", não um estado de inércia, mas um "equilíbrio dinâmico,
constantemente em alteração". Claro que a doutrina do karma está
intimamente ligada à da reencarnação e Arroyo também refere isso na sua obra
"Astrologia, Karma e Transformação", traduzida para português pela
Editora Europa-América, de onde foram retiradas todas as referências anteriores
e seguintes respeitantes ao mesmo autor. Escreve ele também, que uma antiga
tradição da Índia divide o karma em três grupos: o presente, ou seja, aquele
que deve ser enfrentado na presente vida (pralabd karma); o karma que geramos
nesta vida e cujos efeitos só virão mais tarde (kryaman karma); e aquele que
acumulámos em muitas vidas mas que na presente vida em particular não está em
actividade (sinchit karma).
Poderá
também ser feita outra divisão, pois o indivíduo além do seu próprio karma
estritamente individual, ainda está sujeito ao de grupo (familiar, regional,
nacional). E é o cruzamento de todas estas variáveis que acaba por constituir a
teia das nossas vidas. É fácil assim perceber o quão complicado é tentar entender
a causa de determinada situação. As variáveis são tantas que determinados
acontecimentos parecem inexplicáveis, injustos e revoltantes. Noutros casos não
é assim. Uma mente atenta, com a correcta medida de auto-crítica é capaz de
olhar para a situação presente e avaliar o que fez de bem ou de mal no passado
e perceber o que a conduziu àquele fim. Aliás, este exercício de auto-exame é
extremamente útil para o progresso espiritual do indivíduo, embora não se deva
cair em extremos no que respeita a tentar descobrir o fio do karma, pois muitas
vezes este não é linear.
Prossigamos
agora com Helena Blavatsky, que na sua obra mais simples, mas imprescindível,
"A Chave para a Teosofia" dedica várias páginas à lei do karma
(começando na p. 176, da edição em português), que define como sendo
"aquela lei invisível e desconhecida que ajusta sábia, inteligente e
equitativamente cada efeito à sua causa, remontando esta última ao seu
produtor". Mas, a ideia mais importante que contêm estas páginas do livro
de HPB é a distinção entre o karma estritamente individual e a totalidade do
karma que o indivíduo recebe. Blavatsky diz que não se pode afirmar
categoricamente que “cada meio ambiente pessoal e as condições de vida
específicas, nas quais se encontra cada pessoa, são nada mais que o karma
retributivo que o indivíduo gerou numa vida anterior”. Mais à frente,
acrescenta que “seria impossível ao karma reajustar o equilíbrio de poder na
vida e no progresso mundiais” e que “uma lei oculta, rege que nenhum homem pode
tornar-se superior às suas falhas individuais sem elevar, nem que seja apenas
um pouco, todo o organismo do qual ele é uma parte integral”. O nosso
contributo para o bem geral permite equilibrar o karma que não é estritamente
individual e que nesta obra teosófica é chamado de karma nacional ou distributivo.
HPB usa também uma excelente metáfora para explicar o karma, através da imagem
da queda de uma pedra num lago. Quando isto sucede formam-se ondas que oscilam
para a frente e para trás até que a água retorna à sua condição de
tranquilidade. Assim toda a acção produz uma série de perturbações até que o
equilíbrio seja restaurado, i.e. todas as forças postas em movimento têm de
“reconvergir” ao ponto inicial. Importante também é a noção de que “o karma
devolve a cada homem as reais consequências das suas próprias acções, sem
qualquer consideração para com o seu carácter moral”.
Mabel
Collins, na obra “Luz sobre o Caminho” originalmente publicada em 1885 (da qual
existem duas traduções para português, uma traduzida por Fernando Pessoa e
publicada mais recentemente pela “Assírio & Alvim e outra da Editora
Teosófica) inclui uma comunicação de um Mestre sobre o karma que está em linha
com o que Blavatsky escreveu anos mais tarde. O texto é de uma beleza
extraordinária, mas vou citar apenas breves passagens: “Não desejeis semear
para uma colheita vossa: desejai apenas semear aquela semente cujo fruto
alimentará o mundo”. Mais à frente se alerta para aquelas situações onde
inconscientemente a acção do indivíduo tem um fundo egoísta.
O último
parágrafo é de suma importância e de seguido o transcrevo: “ A operação das
leis reais do karma não é para ser estudada senão quando o discípulo chegou ao
ponto em que elas já não o afectam. O iniciado tem direito a pedir que lhe
sejam ensinados os segredos da Natureza e as leis que regem a vida humana.
Obtém este direito por ter escapado dos limites da Natureza e se ter libertado
das regras que governam a vida humana. Tornou-se uma parte reconhecida do
elemento divino, e já não é afectado por o que é temporário. Então obtém
conhecimento das leis que governam as condições temporárias. Por isso vós que
desejais compreender as leis do karma, tentai primeiro libertar-vos dessas
leis; e só o podereis conseguir fixando a vossa atenção em aquilo que essas
leis não afectam.” (p.72 da edição da Assírio & Alvim).
É preciso
pois muita cautela, em tirar conclusões precipitadas sobre o funcionamento da
lei do karma e alguma literatura new-age não ajuda muito nesse propósito. A ideia
da aplicação da lei de talião (rigorosa reciprocidade do crime e da pena) no âmbito
da doutrina do karma também é outro erro onde às vezes se incorre, pois não significa que a correcção do desequilíbrio resulte de uma troca de lugar entre a vítima e o
agressor num contexto semelhante.
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sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
Um breve apontamento sobre reencarnação
Hoje um conceito bastante popularizado, não há grandes certezas onde se terá originado a ideia de reencarnação. Sabe-se que na Grécia Antiga o tema era discutido, e provavelmente em tempos mais remotos, também na Índia se falava de reencarnação. O extraordinário livro de Sylvia Cranston "Reincarnation - The Phoenix Fire Mystery" fala de como aquele conceito está presente nas culturas mais antigas dos diferentes continentes e de como ele foi passando de geração em geração até aos dias de hoje. A reencarnação é um tema muito abrangente e muitas linhas gerará neste blog, mais ainda quando o juntarmos a todo o processo que ocorre entre duas vidas. Não podemos negar o papel da doutrina espírita, no reavivar do conceito na 2ª metade do séc. XIX. Remar contra os ditames do cristianismo foi algo de muito importante, em relação ao qual Kardec e seus seguidores merecem ser reconhecidos. Naquele tempo, a ideia de reencarnação conduziu muita gente, especialmente de parcos recursos, às fileiras do espiritismo. Era-lhes assim mais fácil compreender as agruras da vida e esperar que uma encarnação futura trouxesse uma vida mais feliz. Curiosamente, segundo Brian Weiss, foi o mesmo motivo que levou ao desaparecimento da reeencarnação do cristianismo. A pressão da mulher de um imperador romano, a quem lhe desagradava a ideia de um dia ter que trocar de posição com os seus servos, terá originado a negação da reencarnação dentro do cristianismo. Diz-se que muitos dos primeiros cristãos defenderiam a ideia (é importante ter presente a heterogeneidade dos primeiros grupos de cristãos, resultado da perseguição de que eram alvo, dentro do Imperio Romano). Como se sabe no Budismo e no Hinduísmo a reencarnação é parte integrante da doutrina.
A teosofia também tem a reencarnação como uma lei universal. Ao contrário do que acontece com "Ísis sem Véu", onde Blavatsky é relativamente económica a falar sobe o tema (e onde alguns apontam aparentes contradições, que são explicados por HPB aqui), na terceira proposição fundamental da "Doutrina Secreta" lemos: "A doutrina axial da Filosofia Esotérica não admite a outorga de privilégios nem de dons especiais ao homem, salvo aqueles que forem conquistados pelo próprio Ego com o esforço e mérito pessoal, ao longo de uma série de metempsicoses e reencarnações" (pp.84-85, da edição em português). Mais claro, não poderia estar.
A teosofia tem divergências em relação ao espiritismo em dois pontos fundamentais: no princípio reencarnante e no tempo entre encarnações. Para o espiritismo aquando da reencarnação não há diferença entre a personalidade e individualidade. No espiritismo também não há distinção entre alma e espírito e com a morte o homem perde apenas o corpo físico. A ligação entre o princípio superior e o corpo físico é estabelecido através do períspirito, um "substrato fluídico" que faz a intermediação da energia vital Já para a teosofia, o que reencarna são os princípios superiores, pois além do corpo físico, outros princípios inferiores também estão destinados à decomposição no plano astral. Isto significa que além da morte física, existe uma segunda morte, que determina a separação do eu superior do princípio ligado aos desejos mais terrenos. Obviamente que neste post não se pretende ser muito concreto nem rigoroso sobre este ponto; para explicá-lo com mais detalhe será necessário no mínimo um post. Com certeza, voltaremos a este assunto. Relativamente ao período entre-vidas, no "Livro dos Espíritos" na resposta à questão 224a, fala-se de "poucas horas a intervalos mais ou menos longos". No entanto a noção prevalecente entre os espíritas é de um período entre encarnações não muito longo. Já na teosofia, Blavatsky em "A Chave para a Teosofia", falava de 1000 a 1500 anos (p.122 da edição em português), e William Quan Judge no cap. XIII de "Oceano da Teosofia", refere também 1500 anos. Contudo nas "Cartas dos Mahatmas" fala-se de 1000 a 3000 anos ou mais, o que não entra em contradição com os dois autores anteriores.
Alguns teosofistas têm como opinião que estes números serão mais adequados quando a população encarnada é muito menor que a presente. Os historiadores estimam que a população se tenha mantido relativamente estabilizada até ao início do séc. XVIIII (embora isso seja quase adivinhação, até se levarmos em conta as considerações feitas pelos Mestres sobre os conhecimentos dos nossos historiadores). A partir daí começou a subir vertiginosamente. De 600 milhões em 1700, somos hoje 7 mil milhões, ou seja, quase 12 vezes mais. Como não conheço dentro da teosofia original referência ao número de egos humanos ligados à esfera terrestre não é possível fazer grandes cálculos (embora há quem tenha tentado). Mas, a primeira ideia que nos ocorre é que se temos 7 mil milhões de encarnados, o tempo de entre vidas médio deverá ser menor. Provavelmente, este período que vivemos será mais a excepção que a regra, e portanto a população tenderá a regressar a números bem inferiores. Mas esta ideia é um pouco especulativa, não aparece na literatura teosófica. Alguns teosofistas, como a própria Sylvia Cranston, dão como referências do tema de reencarnação, pessoas como Brian Weiss, médico norte-americano que usa a terapia de regressão hipnótica como meio de cura e que por esta via obtém informações de vidas passadas dos seus pacientes. Este processo deu origem a uma série de livros que tornaram Weiss famoso. Ele afirma contudo, que não é a veracidade das histórias que interessa, mas a cura do paciente. Nas histórias dos pacientes de Weiss, os tempos entre vidas são curtos, especialmente nos últimos 1000 anos, onde nalguns casos existiram 3 encarnações. Aliás o repouso no Devachan (um estado de bem-aventurança dos Egos na maior parte do período entre-vidas) é até inexistente para os ocultistas que passam a fase de provação. Diz Blavatsky, referindo-se a estes: "...sua personalidade tem de desaparecer, e ele tem que se tornar uma força benéfica da Natureza. Depois disso, só há dois pólos opostos perante ele, duas sendas, e nenhum lugar intermediário para descanso. Ou ele, ascende trabalhando com afinco, degrau por degrau, geralmente através de numerosas encarnações e sem intervalo para repouso no Devachan à condição de Mahatma (a condição de Arhat ou Bodhisattva), - ou ele se permitirá escorregar escada abaixo ao primeiro passo dado em falso, e despencar até à condição de Dugpa..." (pp. 175-6 do artigo Ocultismo versus Artes Ocultas in Ocultismo Prático, Editora Teosófica, versão em inglês aqui).
O livro de Sylvia Cranston, citado no início do post, incompreensivelmente nunca traduzido para português, é uma obra única e que recomendo vivamente, a par de "Reincarnation-A New Horizon in Science, Religion, and Society".
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Algumas notas sobre astrologia
Se existe uma arte
mal compreendida pela grande maioria da humanidade essa arte é sem dúvida a
astrologia. Velha companheira da Humanidade (o desde quando não será discutido
neste post), sobre ela HPB disse: "A astronomia e a astrologia são irmãs
gêmeas, igualmente respeitadas e estudadas na antiguidade. Foi recentemente que
a arrogância dogmática dos astrónomos ocidentais reduziram a sua irmão mais
velha à posição de Cinderela no domínio da Ciência" (Collected Writings,vol.VI, pp.346-7).
Efectivamente até ao
sec. XVII a astrologia era vista como uma arte respeitável e muitos dos seus antigos
mestres tinham altos conhecimentos científicos, dominando as restantes das
chamadas artes liberais como a aritmética, a geometria, a astronomia, a música,
a retórica e a gramática. Para os estudiosos da história da ciência mais
puristas deverá ser doloroso ver nomes como Ptolomeu ou Kepler ligados à
astrologia. Este último dá até o nome a uma instituição norte-americana,
localizada em Seattle que ensina astrologia, o Kepler College.
Com a substituição do
modelo ptolemaico, que colocava a Terra numa posição central, pelo modelo heliocêntrico,
a astrologia foi perdendo terreno, sendo progressivamente afastada das
universidades onde era ensinada. Com a quase ausência de grandes praticantes da
arte, arrastou-se penosamente até aos inícios do sec. XX, perdendo-se muito do
conhecimento que vinha já de tempos remotos. Alan Leo, um teosofista inglês,
acaba por ter um papel importante no reaparecimento da astrologia, juntamente
com Walter G. Old (que escrevia sob o pseudónimo Sepharial), este último membro
do grupo mais restrito de estudantes que aprenderam com Helena Blavatsky, nos
últimos anos de vida da Velha Senhora. A partir daí outros nomes importantes
apareceram como o de Charles E. O. Carter e particularmente o de Dane Rudhyar, que
acabaria por influenciar o curso da astrologia no que restou do séc. XX, com o
aparecimento da chamada astrologia psicológica, que muito deve ao cruzamento da
visão de Carl Jung com os escritos de Rudhyar sobre a “Astrologia Humanista”,
destacando-se a importância do seu livro “Astrologia da Personalidade”
publicado em 1936.
No final do século XX
outro movimento começa a surgir, ligado à recuperação da Astrologia dita
tradicional. Obras em latim, árabe e em grego começam a ser traduzidas por
astrólogos com sólida formação académica e os clássicos voltam à ordem do dia.
Embora a astrologia psicológica mantenha o seu predomínio, a astrologia
tradicional vai ganhando cada vez mais adeptos, que fascinados pela sua maior
concisão e suporte metafísico tentam extrair o que há de mais valioso nos
antigos livros e misturar com o que de positivo apareceu nos últimos 100 anos
no domínio da astrologia.
Questões centrais
continuam a intrigar o meio: é possível a astrologia ocidental e a védica serem
ambas válidas, quando existem divergências nos fundamentos? Robert Hand, aborda aqui o aspecto histórico desta questão.
E o sistema de casas?
Várias versões, nenhuma unanimidade.
Até que ponto temos livre
arbítrio? A visão da astrologia moderna contrasta fortemente com a da
astrologia tradicional…
Como se vê, não
faltam temas para reflectir dentro da astrologia.
Para terminar o post,
um excerto de um dos mais conhecidos textos de HPB sobre a astrologia, que pode
ser encontrado nos seus Collected Writings (vol. VI, pp. 227-30): “(…) A ideia
comum parece ser que os planetas e as estrelas exercem uma certa influência
sobre o destino do homem e que a ciência da astrologia pode determinar; e que
existem meios ao alcance dessa ciência que podem ser usados para aplacar as “estrelas
maléficas”. Esta noção rudimentar, não entendida filosoficamente, conduz a duas
falácias não científicas. Por um lado dá origem a uma crença na doutrina do
fatalismo, que diz que o homem não tem livre arbítrio, na medida em que tudo é
predeterminado, e por outro lado leva a que se suponha que as leis da Natureza
não são imutáveis, dado que certos rituais podem mudar o normal curso dos acontecimentos.(…)
Apesar do estudo desta ciência poder permitir a determinação do futuro curso de
acontecimentos, não se pode daí depreender que os planetas exercem algum tipo
de influência sobre esse curso. O relógio indica; não influencia o tempo. E um
viajante de longe muitas vezes tem de acertar o seu relógio de forma a que ele
indique correctamente as horas do local que ele visita. Portanto, apesar dos
planetas poderem não ter um papel na alteração do destino do homem, a sua posição
pode indicar como será o destino…(…) O que é o destino? Tal como entendido pelo
Ocultista, é meramente a cadeia de causação produzindo as seus correspondentes
séries de efeitos.(…) a nossa actual encarnação, com todas a suas condições, é
a árvore que cresceu a partir do que semeamos em encarnações passadas.”
A relação entre
astrologia e teosofia é um assunto que levanta acesas discussões,
principalmente por parte de alguns astrólogos, mas quem quiser saber o que HPB
escreveu sobre astrologia, pode adquirir um pequeno livro que compila o que
Blavatsky escreveu sobre o tema, chamado “Astrology of the Living Universe”, de
Henk J. Spierenburg.
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