Uma das tarefas necessárias para
popularizar a Teosofia é interligar os seus conceitos com as novas descobertas
científicas. Para isso, há que dominar uma e outra coisa com certo à vontade.
Infelizmente no meio teosófico não abunda quem possua estas qualidades
combinadas. Mas ainda assim há quem se esforce por fazer a referida
interligação contribuindo para a atualização das referências científicas que
constam por exemplo de “A Doutrina Secreta”. São exemplos disso, Nicholas
Weeks, que nos fóruns de discussão de Teosofia já colocou diversas referências
do género; David Pratt que no seu excelente site
Exploring Theosophy tem vários artigos bastante elaborados sobre Teosofia e
Ciência e Odin Townley que no seu blog Theosophy Watch coloca amiúde artigos acompanhados de links e videos sobre
investigação científica.
Dara Eklund e Nicholas Weeks (foto: Theosophy Forward) |
É desse blog que extraímos o texto que hoje
disponibilizamos no Lua em Escorpião. “Bola de neve suja” é sinónimo de cometa.
Em português, destaque para os artigos de Liliana
Ferreira em vários números da revista
Biosofia.
Uma advertência contudo para
alguns gurus e facilitadores, que quando começam a falar de física quântica e
teoria das cordas é palavra-senha para fugir a sete pés. Normalmente, não fazem
a mínima ideia do que estão a falar e apenas pretendem dar algum ar de
cientificidade às noções erradas que muitas vezes transmitem.
Avancemos então para o artigo
de Townley.
A principal contestação teosófica
às teorias consensuais da ciência moderna tem lugar nos temas da evolução, da Física, do espaço, da matéria e da consciência.
Diz o ocultismo que a luz é uma
substância, que o espaço não é um vácuo, que a matéria é consciência, que a
gravidade é uma lei menor, que não evoluímos dos animais e que o átomo é
infinitamente divisível (& etc…).
A infinita divisibilidade do
átomo, discutida por H.P. Blavatsky em “A Doutrina Secreta”
(vol. II, p.231 da edição em português), foi finalmente aceite na viragem para
o século XX. Juntando perplexidade às suas críticas ela acrescenta que contudo, o átomo “pertence totalmente ao
domínio da Metafísica.”
“É uma abstração convertida em
realidade (ao menos para a ciência física); e estritamente falando, nada tem a
ver com a Física” (op.cit, p.225).
Mas talvez a ideia mais
provocadora de todas, e a promovida mais vigorosamente pela Teosofia, é a
sustentação elétrica do universo. Os cosmólogos continuam agarrados com unhas e dentes à gravidade – mas felizmente isto está a mudar, graças ao UE (universo elétrico).
A teoria da gravidade permanece
como a hipótese cosmológica predominante hoje em dia. A eletricidade é por
vezes levada em conta mas os seus efeitos são habitualmente minimizados, conforme
salientam os proponentes do universo
elétrico.
Campo de plasma ou gás quente? |
Esta divergência é explorada no
artigo Electric
charge vs Hot Gas [versão em castelhano, aqui]
disponibilizado este mês pelo Thunderbolts
Project, um website da nova ciência
do Universo Elétrico. As massas em movimento e o calor referidos por Einstein
são ainda hoje os únicos fatores a quem é permitido operar no universo.
A carga elétrica é por vezes
tomada em conta, mas o seu efeito é habitualmente negligenciável, se é que tem
algum efeito, dizem os cientistas do UE.
Em artigos anteriores da Imagem
do Dia, tinha-se observado que partículas carregadas que fluem desde as
estrelas como o Sol são ainda chamadas de “vento” em vez de chamá-las
correntes elétricas e magnéticas, o que suporta apenas a teoria da gravidade. A
verdadeira substância é aquilo que a Sra. Blavatsky se refere como flogisto
(que é hoje chamado de plasma), ou “matéria radiante” – também chamado o
“quarto estado” da matéria.
Para além da gravidade
Fé cega
“A ciência não deve ter desejos nem preconceitos. A verdade deveria ser o seu único objetivo”, Sir William Robert Grove
Muitas das “leis” de ciência
oculta foram “postas de lado…e deitadas de forma nada cerimoniosa no monte de
lixo das teorias desacreditadas.”, queixou-se a Sra. Blavatsky.
E observa: “ gravitação – o
princípio em função do qual todos os corpos se atraem entre si, na razão
direta das massas e na inversa do quadrado das distâncias que os separam –
subsiste ainda hoje e reina, soberana, nas supostas ondas etéreas do Espaço.”
Como uma hipótese, a gravidade
tem sido ameaçada de morte “porque não lograva abranger todos os fatos que se
apresentavam”, escreveu Blavatsky: “Como lei física, é a Rainha” – e – “”é
quase uma blasfémia…um insulto à respeitosa memória de Newton o pô-la em
dúvida”… - exclama um crítico americano de Ísis sem Véu.”
“Muito bem; mas, quem é, afinal de
contas, esse Deus invisível e intangível, em que devemos crer com uma fé cega?”,
pergunta ela. “Astrónomos, que veem na gravitação uma solução fácil e cómoda
para tantas coisas, e uma força universal
que lhes permite calcular movimentos planetários, preocupam-se muito pouco
com a Causa da Atração.”
“Dizem que a gravidade é uma lei,
uma causa em si mesma. Nós qualificamos de efeitos
as forças que atuam sob esse nome, e até de efeitos bem secundários.” [vol II,
p.200]
“A Ciência é como a mulher de
César, não deve ser objeto de suspeita; é evidente. Mas é permitido criticá-la,
respeitosamente; e em todo o caso, pode-se recordar-lhe que a “maçã” é uma
fruta perigosa.”
Adão e Eva |
“Pela segunda vez na história da
humanidade, pode tornar-se a causa da QUEDA
– e já agora, da queda da Ciência “exata”, exclamou Blavatsky:
“Um cometa, cuja
cauda desafia a lei da gravidade nas barbas do próprio Sol, dificilmente pode
ser considerado submisso a essa lei.”
“A gravitação é uma lei a que nada pode sobrelevar, mas que, não obstante, se deixa vencer, no tempo devido ou fora de tempo, pelos corpos celestes ou terrestres mais ordinários – como, por exemplo, as caudas de cometas impertinentes.” (vol. II, p, 505).
Que devemos o Universo à Santa Trindade Criadora: Matéria Inerte, Força Inconsciente e Acaso Cego. Da verdadeira essência e natureza de qualquer um destes três fatores, nada sabe a Ciência…”
O Cometa Elétrico
“ A perspetiva convencional é que
os cometas são pedaços inertes de gelo e poeira, ou “bolas de neve sujas”
evaporando-se com o calor do Sol.”
“A perspetiva alternativa é que
os cometas descarregam eletricamente conforme se movimentam através de um campo
radial elétrico do Sol. Um meio termo entre estas duas perspetivas parece
impossível…”
[The Thunderbolts Project] |
“Acreditamos que esta análise
crítica da teoria dos cometas que aparece nos manuais pode ter um grande
impacto na compreensão humana em relação a estes corpos extraordinários. Ele
também pode ir além da ciência especializada em cometas e provocar uma
reconsideração sobre o Sol, a história planetárias e muito mais. Nós vivemos no
Universo Elétrico, e o comportamento enigmático dos cometas fornece insights únicos sobre o papel das
partículas carregadas e do plasma eletrificado por todo o Cosmos.”
A antecipação de Blavatsky
“…a extrema tenuidade da massa de
um cometa é também demonstrada pelo fenómeno que apresenta a sua cauda, a qual,
à medida que o cometa se aproxima do Sol, se projeta por vezes a uma extensão
de 90 milhões de milhas, em poucas horas. O que há de notável, É QUE A CAUDA SE
PROJETA EM SENTIDO CONTRÁRIO À GRAVIDADE, por alguma força impulsiva,
provavelmente elétrica; tanto assim que a causa sempre se afasta do Sol (!!!).”
[vol. II, p. 216]
Sir William Robert Grove |