Desde a sua criação no ano passado, tem continuado semana
após semana a discussão de conceitos teosóficos na comunidade online “Theosophy Nexus”. Recentemente, o teosofista Jon Fergus colocou um interessante texto
sobre o tratamento do planeta Netuno segundo “A Doutrina Secreta” de Helena P.
Blavatsky e a relação com uma teoria científica que surgiu no séc. XVIII e que
foi chamada de Lei de Titius-Bode (ou simplesmente Lei de Bode).
Imagem de Netuno |
Escreve Fergus aqui:
“Do meu ponto de vista, uma das principais evidências
empíricas sobre a exatidão científica dos ensinamentos teosóficos comunicados
por HPB é o tratamento dado a Netuno.
Numa nota de rodapé [número 99 na página 154] do volume I da
Doutrina Secreta [edição em português da Pensamento], HPB diz:
“Quando falamos de Netuno, não o fazemos como ocultista, e
sim como europeus. O verdadeiro ocultista oriental sustenta que, embora existam
ainda muitos planetas por descobrir no nosso sistema, Netuno a este não
pertence realmente, apesar da sua aparente conexão com o nosso Sol e à
influência do mesmo sobre ele. Tal conexão é mayávica e imaginária, dizem.”
[alterei ligeiramente a tradução que consta no livro para se perceber melhor a
frase]
A Lei Titius-Bode, conhecida no tempo de HPB, explica que os
planetas do nosso sistema não estão localizados a uma distância aleatória do
Sol, mas ao invés seguem um espaçamento preciso, baseado numa sequência de
rácios de 0, 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128.
Helena P. Blavatsky (HPB) |
Depois da sua descoberta, este rácio previu com sucesso a
localização de Urano e Ceres. De facto, de todos os planetas no sistema apenas
Netuno não está de acordo com este espaçamento matemático preciso. Como exemplo
dos absurdos da ciência moderna refira-se que, quando se descobriu que Netuno não
encaixava neste espaçamento, a comunidade científica descartou qualquer
reconhecimento da Lei de Titius-Bode e hoje em dia encontram-se poucos
cientistas que conheçam esta Lei, apesar do seu estudo sobre os planetas.
HPB e os teosofistas foram os únicos a apresentar uma
alternativa, que é basicamente esta: Netuno é uma anomalia, não pertence ao
nosso sistema. Por essa razão não surpreende que não encaixe nos rácios de
espaçamento.
Quando Plutão foi descoberto os cientistas usaram a sua
localização para descartar inteiramente a lei de espaçamento. Contudo se Netuno
não se encaixa na lei, já Plutão está precisamente conforme o espaçamento
previsto. Vejam aqui
[reparar na nota 2 por baixo do quadro]:
Imagem de Plutão |
Apenas a perspetiva teosófica explica porque a lei
Titius-Bode é verdadeira, [de Mercúrio] até Plutão, e se saltarmos Netuno, por
não pertencer ao sistema.
Não é estranho que uma lei que pode prever de forma precisa
a localização de todos planetas com exceção de um seja descartada? Por mera
probabilidade estatística a lei deve ser vista como exata e baseada nalguma
verdade. Não pode ser por um fator aleatório ou coincidência que os planetas
estejam espaçados daquela forma, e no entanto esta é a posição da astronomia
moderna! Qualquer cientista decente estaria inclinado a explorar a razão de Netuno
não encaixar, por oposição a descartar a Lei somente por causa de Netuno.
Aqui está um gráfico mostrando a precisão da Lei de
Titius-Bode se se saltar Netuno.”
Ao comentário de outro membro da comunidade Theosophy Nexus
de que “isto parecia o trabalho da Inteligência na Natureza” Jon Fergus
acrescenta:
“No mínimo, elimina a possibilidade de que o sistema solar é
formado por nada mais do que forças cegas e por aglutinados aleatórios de
matéria, conforme apontam as teorias modernas. Realmente ilumina sobre a
ignorância intencional das teorias científicas, quando algo tão significativo
quanto esta Lei é completamente ignorado.”
Assim, se alguém tiver uma oportunidade que coloque este
problema a um cientista e veja de que forma eles conseguem responder ao assunto…
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