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sábado, 7 de julho de 2012

A Escada de Ouro (2ª parte)


Nesta 2ª parte vamos analisar os restantes degraus da “Escada de Ouro”. No último post, tínhamos detalhado um pouco mais os quatro primeiros passos.

Esses quatro passos estão associados com o desenvolvimento e controlo do nosso estado físico, mental e emocional. Estão relacionados com o Eu Inferior e são pré-requisitos do quinto degrau que é:

5. Clara percepção espiritual
É o reconhecimento que existe algo mais: o Eu no homem, um plano na Natureza para ele, uma visão de que existe um propósito maior na vida.
Chegado a este passo, o aprendiz domina já parcialmente a mente, a vontade e o coração e agora passa a direccioná-los para propósitos maiores. Há uma clara reorientação de vida, que deixa de ser governada por circunstâncias externas. O trabalho activo e serviço tomam o lugar da bondade passiva.
É nesta fase de maior percepção espiritual que se descortina que as limitações são algo auto-imposto e começa uma luta interior para ultrapassar essas mesmas limitações. O karma, como lei de justiça começa agora a ser interiorizado e aceite.

6. Fraternidade para com o seu co-discípulo
A falta de fraternidade e de tolerância dentro das e entre as várias as organizações teosóficas é sinal de que este degrau está a ser negligenciado. Não é algo exclusivo das organizações teosóficas, pois mesmo nas religiões organizadas esta lacuna tem estado omnipresente. O princípio de amar “o próximo como a ti mesmo” não tem passado da teoria.
Lembremo-nos que nas nossas anteriores encarnações, com certeza estivemos ligados a diferentes religiões, religiões essas que como sabemos têm uma base comum.

Fica ainda a nota que, por razões que desconheço Sidney Cook traduz este princípio como “fraternidade para com todos”, diferindo da versão original dos Collected Writings (pode ser conferida também a compilação de Daniel Caldwell “The Esoteric Papers of Madame Blavatsky” que está parcialmente disponível aqui).

7. Prontidão para dar e receber conselhos e instruções
Neste passo, é importante perceber que a oferta de um conselho pode não implicar a aceitação por parte do outro lado, não devendo isso gerar qualquer desconforto ou preocupação. Escutar um conselho pode ser ainda mais difícil, devemos ser humildes e saber retirar aquilo que é bom e verdadeiro.

8. Leal sentido de dever para com o Instrutor
Apenas aqueles que expressam confiança no Instrutor e têm desejo de aprender podem ser ensinados. É inconcebível ouvir um Instrutor de forma pretensiosa e desrespeitosa.

9. Obediência diligente aos preceitos da Verdade
Por isto não se entende a aceitação cega, baseada na inactividade mental, ou outro qualquer estado negativo. Não é a aceitação da Verdade resultante de um desejo ou inclinação, mas uma obediência para com a mesma que resulte de intenção auto-dirigida e profunda em segui-la.

Enquanto os degraus de 1 a 4 são qualificações pessoais, os passos de 5 a 9 são expressões de relacionamento – fraternidade, dar, receber, conselho, instrução, dever e obediência, portanto envolvem mais de uma pessoa.

Os quatro passos finais são:

10. Resistência corajosa às injustiças pessoais
Aqui bastaria pensar na vida de Helena Blavatsky, como grande exemplo deste passo. A defesa pessoal é esquecida, mas a defesa das Verdades Eternas nunca pode ser descurada. O esforço vai se tornando progressivamente mais solitário…

11. Destemida declaração de princípios
É um teste aos nossos conhecimentos, às nossas certezas e convicções. A gentileza e o tacto não a devem condicionar, mas também devemos ter cuidado com o perigo do fanatismo, que pode conduzir a efeitos opostos aos pretendidos.

12. Defesa valente daqueles que são injustamente atacados
É algo que obriga a ter discernimento, pois o quando e como ajudar nem sempre é muito claro.

13. Uma mira constante no ideal do progresso humano
A mira deve estar na ajuda activa e não na observância passiva.

Estes últimos quatro degraus são dirigidos ao Eu Superior. As qualidades são resistência, braveza na defesa de princípios, oposição à injustiça e a mira no Grande Plano – expressões do Eu na acção e no serviço.

Cook divide os degraus em quatro partes:

1 a 4 – Preparação
5 –A revelação e a visão
6 a 9 – Relacionamento e Instrução
10 a 13 – A descoberta  e a libertação do Eu numa acção iluminada

Cada indivíduo sobe pois pela “Escada de Ouro” ao seu ritmo, para se tornar um pilar do Templo da Humanidade. É uma longa mas fascinante caminhada, partilhada com muitos irmãos e irmãs.

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