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sábado, 22 de março de 2014

A influência da Teosofia em personalidades famosas II - Escritores

Há duas semanas atrás, inicíamos esta série de seis secções (repartidas em sete partes, pois a seção relativa às figuras religiosas e espirituais e extensa e foi dividida em dois) sobre a influência da Teosofia e da Sociedade Teosófica em indivíduos que se tornaram conhecidos.

Este artigo baseia-se num levantamento originalmente feito por Katinka Hesselink e para entender o contexto é necessário ler a primeira parte.




ESCRITORES

Sir Edwin Arnold (1832-1904) – britânico, autor de “A Luz da Ásia” [poema épico sobre a vida e os ensinamentos do Buda] e “A Canção Celestial” [um tradução do Bhagavad-Gita]. [A E.T. refere Arnold como amigo próximo do Coronel Olcott, um dos fundadores da S.T.. Também conheceu Blavatsky, a quem admirava pelas suas capacidades mentais. Perto da sua morte tornar-se-ia membro honorário da Sociedade Budista Internacional. Tinha simpatia pelo movimento teosófico e expressava a opinião que o mesmo tinha tido um excelente efeito na humanidade. A certa altura da sua vida tornou-se vegetariano.]




Lyman Frank Baum (1856-1919) – Autor norte-americano de “O Feiticeiro de Oz” e de outras histórias infantis. [Segundo a E.T., ele ter-se-á filiado na S.T. em 1892. O verbete dedicado a Baum é muito interessante explicando a simbologia de “O Feiticeiro de Oz” à luz da Teosofia. Assim a referência ao Kansas, vem do facto deste estado norte-americano ter forma quadrangular, uma alusão ao quaternário inferior da literatura teosófica. Os personagens que acompanham Dorothy (que enquanto no Kansas simboliza a alma humana aguardando a encarnação no mundo físico), representam os nossos corpos imperfeitos mental (espantalho), astral (Homem de Lata) e físico (Leão Medroso).]




Algernon Blackwood (1869-1951) - escreveu sobre o sobrenatural e histórias misteriosas. [ A E.T. diz-nos que Blackwood foi um teosofista britânico que refletia o interesse na Teosofia nos seus romances. Foi membro e Secretário-Geral da S.T. de Toronto e anos mais tarde esteve também ligado à Loja de Londres].

Lewis Carroll (1832-1898) – pseudónimo de Charles Lutwidge Dodgson, autor britânico dos livros “Alice no país das maravilhas”, “Algumas aventuras de Sílvia e Bruno”, etc…[NT: A versão em inglês do verbete do wikipedia referente a  Lewis Carroll lembra o interesse dele na Teosofia].




Mohini  Mohun Chatterji (1858-1936) – escreveu sobre o Bhagavad Gita, Vivekachudamani, etc... [A E.T. descreve Mohini como um chela do Mestre KH, que caiu na armadilha da arrogância. Aderiu à S.T. em 1882 tendo a abandonado cinco anos mais tarde fruto de uma postura crítica face à condução da Sociedade por parte de Olcott. Segundo Sven Eek, em “Damodar e os Pioneiros da Teosofia”, Mohini morreu praticamente cego devido a cataratas nos olhos].

James Henry Cousins (1873-1956) – Escritor, dramaturgo, ator, crítico, editor, professor e poeta, nascido na Irlanda. Usou vários pseudónimos incluindo Mac Oisin e Jayaram, um nome hindu. Cousins foi bastante influenciado pela capacidade de George William Russell de reconciliar o misticismo com uma abordagem pragmática às reformas sociais e de acordo com os ensinamentos da Senhora Blavatsky. Teve um interesse no paranormal durante toda a sua vida e foi testemunha de várias experiências levadas a cabo por William Fletcher Barrett, professor de Física na Universidade de Dublin e um dos fundadores da Sociedade de Pesquisa Psíquica. Também escreveu profusamente sobre Teosofia e em 1915 Cousins deslocou-se até à Índia com viagem paga por Annie Besant, a Presidente da Sociedade Teosófica (Fonte: Wikipedia)

Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930) - inglês, autor das histórias de Sherlock Holmes; espiritualista. O seu interesse na Teosofia é duvidoso, embora tenha estado em contacto com ela. Teve ligação com a Blavatsky Association sobre o Relatório Hogdson.


O falecido ator Jeremy Brett fez uma das memoráveis
interpretações do famoso Sherlock Holmes

Robert Duncan (1919–1988) – Poeta norte- americano e um estudante (…) da tradição esotérica ocidental, tendo passado a maior parte da sua carreira em São Francisco e arredores.(…) O trabalho mais maduro de Duncan emergiu nos anos 1950 no contexto literário da cultura Beat. (…) A sua mãe, (…) morreu durante a infância [de Duncan] e o pai não era capaz de sustentá-lo pelo que foi adotado por Edwin e Minnehaha Symmes, uma família de devotos teosofistas (Fonte: Wikipedia).

T.S. Eliot (1888-1965) - poeta e crítico anglo-americano.

E.M. Forster (1879-1970) - romancista inglês, [autor de] “Passagem para a Índia”.

Kahlil Gibran (1883-1931) (consultar “Prophet: the life and times of Kahlil Gibran / Robin Waterfield. (New York : St. Martin's Press, 1998), p. 225.) [NT: A versão em inglês do verbete do wikipedia referente a Gibran menciona o seu misticismo como sendo uma convergência de diversas influências: Cristianismo, Islamismo, Sufismo, Judaísmo e Teosofia. Autor do famoso livro “O Profeta”, muito popular durante os anos 60 nos EUA, embora tenha sido publicado pela primeira vez em 1923].




Sir Henry Rider Haggard (1856-1925) -  escritor inglês, [autor de] “As Minas do Rei Salomão”, “Ela, a feiticeira”, etc…

James Joyce (1882-1941) - romancista irlandês, [autor de] “Ullisses” e “Finnegans Wake”.

D.H. Lawrence (1885-1930) - romancista inglês, [autor de] “A Serpente Emplumada”, etc.. “um escritor religioso que não rejeitou o Cristianismo, mas que tentou criar uma nova base religiosa e moral para a vida moderna”.

D.H. Lawrence

Jack London (1876-1916) - romancista norte-americano.

Maurice Maeterlinck (1862-1949) - poeta belga, também dramaturgo e romancista, principal expoente do teatro simbolista que recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1911.

Henry Miller (1891-1980) - [norte-americano] autor de romances autobiográficos.

Talbot Mundy (1879-1940) – [NT: Katinka Hesselink não dá detalhes sobre Mundy no artigo, remetendo para um link com extensa informação sobre este escritor, que teve relação com a ST de Point Loma, através de Katherine Tingley - a sucessora de W.Q. Judge - entre 1922 e 1929. A E.T. também o menciona, embora não haja informação muito mais relevante do que aquela que já foi atrás referida].

John Boynton Priestley (1894-1984) - romancista e dramaturgo inglês, autor de “O tempo e os Conways”, “I Have Been Here Before”, “An Inspector Calls”, [etc].

George W. Russell (Æ) (1867-1935) – Poeta irlandês, também pintor e especialista em agricultura [Segundo a E.T. foi aluno de Helena P. Blavatsky e contemporâneo de Yeats. Aderiu à S.T. em 1887, tendo, aquando da cisão da Sociedade em 1895, apoiado William Judge. Quando este morreu um ano mais tarde, abandonou aquela S.T. e formou a Sociedade Hermética. Foi um ativista político a favor dos movimentos de libertação irlandeses. Grande parte dos poemas de Russell são de natureza mística refletindo as suas crenças teosóficas. Aqui mais um artigo do Canadian Theosophist sobre Russell].

Retrato de George Russell

Sir Thomas (Tom) Stoppard (n. 1937) - dramaturgo nascido na República Checa, autor de drama intelectual, como por exemplo “Arcádia” (1993), que juntou o último teorema de Fermat, a teoria do caos, arquitetura paisagística e o Lorde Byron. Também escreveu “Indian Ink” sobre a independência da Índia e os teosofistas.

Kurt Vonnegut Jr. (1922-2007) - autor norte-americano de romances satíricos de crítica social.

Thornton Wilder (1897-1975) - romancista e dramaturgo norte-americano, [autor de] “The Cabala”, “A ponte de São Luís Rei”, “Nossa Cidade”, “The Matchmaker”,”The Skin of Our Teeth”…

William Butler Yeats (1865-1939) - Poeta e dramaturgo anglo-irlandês [A E.T. conta-nos que Yeats juntou-se à S.T. em 1887, estando os seus trabalhos fortemente influenciados pela Teosofia e pelas suas incursões no misticismo. Foi por sugestão de Blavatsky que o poeta irlandês haveria de estudar a literatura espiritual indiana, o que o influenciaria nalgumas das suas produções. Mais tarde reconheceria que Blavatsky o tinha ajudado a desenvolver os seus poderes mentais e capacidade de liderança].

W.B. Yeats

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