Katinka Hesselink era até há pouco tempo uma das teosofistas
mais ativas no mundo da internet. Contudo, desiludida
com as cúpulas da Sociedade Teosófica de Adyar, virou-se para o Budismo.
As suas opiniões colocadas em blogues e sites
eram bastante lidas, bem como muitos dos seus interessantes artigos.
Há dias,
numa pesquisa no Google, acabei por localizar um
desses artigos – uma extensa lista de pessoas conhecidas que foram tocadas pela
Teosofia, uns de modo mais profundo, outros nem tanto. Katinka Hesselink
autorizou a tradução do artigo que foi elaborado entre 2006 e 2010, mas ao
longo da mesma achei por bem adicionar umas notas entre parenteses retos e
eliminar algumas partes que me pareceram mais irrelevantes.
Katinka Hesselink |
Também procedi à
ordenação alfabética dentro de cada categoria. Muitas das referências do artigo
original vêm da wikipedia, que não
será a melhor das fontes para um tema tão específico como é o da Teosofia. Por
isso e aproveitando o facto da “Theosophical Encyclopedia” (E.T.) estar online fiz uma adaptação do conteúdo
original, com a permissão da Katinka, e o que se encontra dentro dos parenteses
retos é em praticamente todos os casos extraído da E.T..
Este texto será colocado no Lua em Escorpião dividido em seis secções ao
longo de várias semanas, intercalando com outros posts, pois não existe
propriamente continuidade entre cada uma das secções (uma delas, a das figuras religiosas e espirituais, por ser extensa, será partida em duas partes). As personalidades estão agregadas em várias
categorias: escritores, cientistas e inventores, pintores, músicos, políticos,
arquitetos, atores, psicólogos, feministas e figuras religiosas e espirituais.
O facto de determinada personalidade constar desta lista não
significa que o seu contributo tenha sido, na minha opinião, positivo. Esse é o
caso do casal Ballard, que iniciou o movimento “I AM”, um conjunto de ilusões e
mistificações à volta dos “Mestres Ascensos”. Há também uma menção a um antigo presidente
de El Salvador que só consta da lista por estar referenciado no artigo
original, pois as suas ideias e práticas estão nos antípodas do que defende a
Teosofia.
O objetivo do artigo, para o qual avançamos já de seguida, é
mostrar a amplitude da influência da Teosofia nestes quase 140 anos que
passaram sobre a fundação da Sociedade Teosófica.
Este é um inventário provisório do impacto da Sociedade Teosófica
no mundo. Baseia-se bastante no trabalho de John Algeo.
Algumas coisas foram adicionadas, embora a minha fonte para elas sejam
meramente rumores no meio teosófico. Estes casos necessitam obviamente de maior
investigação. Eu (ainda) não incluí as fontes de referência adequadas, o que
com o tempo acontecerá. De momento esta lista apenas inclui pessoas da
Sociedade Teosófica de Adyar. Isto não é uma questão política, mas o reflexo do
meu conhecimento nesta área. Se alguém consegue indicar pessoas de outras
organizações teosóficas que tiveram um impacto significativo na sociedade,
contactem-me por favor.
Tenho consciência que este é um campo de estudo
problemático: o que constitui exatamente influência? Contudo, penso que é
possível dar algum tipo de resposta à questão da influência da Sociedade
Teosófica fazendo um inventário de destacados inovadores culturais que foram
membros da Sociedade Teosófica. Se se consegue encontrar um número
significativo, então é plausível que uma organização relativamente pequena tenha tido uma influência relativamente elevada no Oriente e no Ocidente. Como demonstra a
lista, nem sempre é fácil mostrar como a Sociedade Teosófica ou os seus ideais
e ensinamentos fizeram diferença no método ou nas perspetivas de certas
pessoas. De qualquer modo, julgo ser útil para os historiadores da área da
cultura estarem conscientes das filiações na Sociedade Teosófica. Para os membros
da Sociedade Teosófica pode ser interessante saber as contribuições que outros
membros tiveram no mundo.
Algumas pessoas que constam da lista nunca foram membros da
Sociedade Teosófica (S.T.), e nesses casos foi adicionada uma nota. Elas
constam da mesma devido aos seus interesses espirituais, ou devido ao seu
contacto com teosofistas, mesmo que nunca se tenham filiado.
Esta lista tornou-se em parte desnecessária porque a
Enciclopédia Teosófica (doravante E.T.) também fornece um inventário considerável.
[NT: Esta enciclopédia existe em forma de livro, mas também está disponível
gratuitamente na internet em formato wiki].
MÚSICOS
Ruth
Crawford-Seeger (1901-1953) – compositora [norte-americana, influenciada por
Scriabin e interessada pelo misticismo oriental, segundo refere o wikipedia].
Gustav
Mahler (1860-1911), compositor de sinfonias [Segundo Cranston escreveu na
sua biografia de HPB, quer Mahler quer Sibelius tinham muitas ligações ao meio
teosófico e uma firme crença na reencarnação (p.533 da edição em língua portuguesa)].
Dane
Rudhyar (1895-1985) – compositor [francês. A E.T. refere que foi influenciado por
Scriabin. Rudhyar é especialmente conhecido pelo seu papel enquanto grande dinamizador
da astrologia humanista, que depois transformou em transpessoal. Esta nova
visão da astrologia caracterizava-se por ser menos determinista, com a ação dos
planetas a constituir um conjunto de forças psicológicas nos indivíduos, mas
sem condicionar de modo absoluto o seu
livre-arbítrio. Casou com uma secretária de um teosofista independente e foi próximo
de Alice Bailey, de quem falaremos na secção V].
Dane Rudhyar (foto retirada de beyondsunsigns.com) |
Cyril
Scott (1879-1970) - compositor e autor [Segundo a E.T.
aderiu à S.T. em 1914, depois de ouvir uma palestra de Annie Besant. Alegava
ligações a um mestre. Proponente do vegetarianismo].
Alexandre
Nikolayevich Scriabin (1872-1915), compositor russo. As ideias teosóficas
forneceram a base para o “Poema da Êxtase” (1908) e para “Prometeu” (1910), que
necessitava da projeção de cores num ecrã durante o concerto. [Segundo a E.T.,
Scriabin era um grande entusiasta de Blavatsky e da Teosofia. A sua síntese das
cores com a música lembra as correspondências como Hermetismo. ”Prometeu”
invoca as Estâncias de Dzyan, e a sua síntese inacabada das artes, “Mistério”, é
essencialmente a visão teosófica da futura transformação da humanidade].
Jean
Sibelius (1865-1957) – finlandês, compositor musical inspirado pelo Kalevala.[ver Mahler]
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