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sábado, 7 de março de 2015

Uma pergunta (e uma resposta) sobre as Experiências de Quase-Morte

As redes sociais são – infelizmente menos vezes do que seria desejável – um espaço onde de tempos a tempos são colocadas questões interessantes sobre certos fenómenos que até se tornaram bastante conhecidos do público em geral como são as experiências de quase-morte (EQM).

Que explicação dá a Teosofia para o fenómeno?

Este diálogo foi retirado do grupo do Facebook da Sociedade Teosófica das Filipinas e quem dá a resposta é o conhecido teosofista Vicente Hao Chin Jr., responsável pela edição cronológica das Cartas dos Mahatmas para A.P. Sinnett. Mais informações sobre o trabalho de Hao Chin Jr. podem ser obtidas aqui.

Refira-se ainda que o teosofista filipino tem uma natureza conciliadora e tenta sempre que possível conjugar a terminologia usada em diferentes gerações de teosofistas, que muitas vezes parece estar em oposição. A resposta que ele dá à questão colocada é um exemplo dessa situação.




P: Tenho uma questão relacionada com a mente. Como entender os fenómenos como por exemplo as EQM (Experiências de Quase-Morte)? Como é que um “fantasma” (se se acreditar neles ou se se tiver experiências com eles) interage com a nossa realidade física sem ter sentidos externos?

2% das EQM são histórias comprovadas de pessoas que alegam terem acedido aos seus sentidos de um local exterior aos seus corpos clinicamente mortos.

Como pode a mente percecionar sem um corpo?

A única explicação que tenho é a de que estão a efetuar uma espécie de “visão remota”.


Vicente Hao Chin Jr. é quem responde à pergunta


R: O meu entendimento é o seguinte:

Quanto uma pessoa tem uma experiência de quase-morte é o linga-sharira ou duplo etérico (ou parte dele) que se desprende. O duplo etérico (chamado de corpo astral por H.P. Blavatsky; embora eu evite esta última designação porque é usada com um sentido diferente por C.W. Leadbeater) é semi-físico e tem os órgãos sensoriais correspondentes do corpo humano. Dessa forma é capaz de percecionar o mundo físico quando está fora do corpo.



H.P. Blavatsky


 A natureza semi-física do duplo é suportada e validada pelas investigações sobre reencarnação. Quando o duplo é separado do corpo físico devido a morte prematura (homicídio, suicídio ou acidente) não está ainda morto, embora seja incapaz de regressar a um corpo físico. Quando tem a oportunidade de renascer de imediato noutro ventre, então pode manter as caraterísticas físicas do corpo anterior, incluindo feridas, cicatrizes, membros amputados, ausência de orelhas, etc… Isto sucede porque o duplo etérico está ainda presente e transporta para o novo corpo as caraterísticas do corpo e personalidade anteriores. Este fenómeno foi bem documentado pelas investigações do Dr. Ian Stevenson da Universidade da Virgínia que descobriu que as crianças que se recordam da sua vida anterior muitas vezes têm as marcas de nascença que correspondem de forma notável às lesões que sofreram durante a vida passada. (ver o livro dele “Where Reincarnation and Biology Intersect,” 1997.)





A visão remota parece ser um fenómeno diferente do da perceção pelo duplo. O duplo não pode se afastar muito do corpo físico, mas a visão remota pode ser feita em qualquer lugar no mundo (Ingo Swann até alegou ser capaz de visitar Júpiter e observar os seus anéis antes destes serem descobertos pelos astrónomos).

 A mente pode percecionar sem o corpo mas apenas naqueles níveis nos quais tem um veículo. Assim, perceciona o mundo dos desejos (kama loka) quando retém um corpo de desejos (kama rupa), mas não pode percecionar o mundo físico com o corpo de desejos. Quando um corpo de desejos é descartado, então cessa de ser capaz de percecionar esse mundo de desejos.